sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Macaé 2012: As diferenças sociais.

Macaé 2012:
As diferenças sociais.
No dia 26 de novembro de 2012 aconteceu na cidade do Rio de Janeiro mais uma manifestação em defesa dos Royalties do petróleo que desde a década de 1980 chega aos municípios da região no norte e lagos fluminense como compensação pelos impactos produzidos pela extração do petróleo. Recentemente o Brasil atravessa uma discussão sobre uma divisão igualitária destes recursos para todos os municípios brasileiros. Os chamados “municípios produtores” protestam e todos os demais reclamam esses recursos. Matematicamente qualquer votação política resultará em vitória para os “não produtores” que são em número muito maior, mas como a questão é política pode-se esperar qualquer resultado em um futuro próximo.
Mas o que seria uma fonte de soluções se torna a origem dos problemas políticos, econômicos e sociais. Políticos pela guerra pelo poder nesses municípios milionários. Campanhas políticas que fogem do seu principal objetivo que é o debate de idéias e se transformam em uma novela de intrigas, fofocas e agressões. Problemas econômicos que percebemos claramente nas grandes cifras divulgadas pela imprensa e que pouco resulta em benefícios para a população. Em todos os municípios que recebem a maior parte dos recursos é possível identificar um grande crescimento da máquina pública como: Grande numero de secretarias, contratações e assessorias que pouco resulta em bom serviço prestado a sociedade. Socialmente os impactos são ainda mais devastadores bolsões de excluídos se formam nas cidades, bairros nobres tornam-se cada vez mais elitizados e hiper valorizados, enquanto os excluídos estão distantes, sem assistência governamental e quase sempre muito fiscalizado pelos órgãos de meio ambiente, de posturas ou policiais.
Um elemento geográfico divide socialmente a cidade. O Rio Macaé divide a cidade em norte e sul, onde o norte é prejudicado pela falta de políticas públicas e o sul, parcialmente, recebe grande parte dos investimentos. Neste ano de 2012 foi iniciada a obra de reurbanização da Imbetiba, iniciada porque até o momento, mês de novembro, a obra está parada. Enquanto bairros que jamais foram urbanizados, como o Jardim Carioca, não receberam qualquer serviço publico. As ruas continuam feitas de terra, sem água, sem esgoto e de frente para um valão (canal Campos – Macaé) sem tratamento e completamente abandonado. Imbetiba fica no lado sul e o Jardim Carioca no lado norte.
O lado sul recebeu a sede administrativa da Petrobras e o Parque de Tubos, local onde a base operacional funciona. Bairros como Miramar, Visconde, Sol y Mar, Glória, Cavaleiros e Lagoa experimentaram um crescimento quando não espetacular, pelo menos, notável. Mas como em toda cidade que não planeja seu crescimento bairros adjacentes cresceram ou surgiram de forma desordenada e sem receber as políticas de desenvolvimento urbano. São bairros populosos como Aroeira, Malvinas e Botafogo que não recebem uma estrutura mínima para garantir o bem estar social. Como: postos de saúde, creches e escolas, além de transporte público de qualidade.
O lado norte concentrou a maior parte da população da cidade, grandes bairros como Barra, Aeroporto e Lagomar estão sempre em destaque, pois protagonizam as mazelas da cidade. Problemas de abastecimento de água, esgoto não tratado, transportes lotados e postos de saúde que não atendem os casos com média ou alta complexidade deixam os moradores com a certeza do abandono e da mesma forma, estes moradores, tornam-se alvo das especulações políticas. Política que sempre chega mas nunca garante efetivação das promessas feitas.
Portanto a cidade continua divida e se apresenta, a quem decide circular de norte a sul, como um espetáculo de desigualdades de exemplo como o Parque Valentina Miranda( lado sul) e a Nova Holanda (lado norte)

Um comentário:

  1. Muito bacana seu blog, meu amigo. Em relaçao a Macaé é necessário dizer: acredito que problemas como a criminalidade cresça em decorrencia do grande aumento da população vinda de todos os cantos do país. Por mais que Macaé seja rica em função dos royaltes,não é suficiente se o resto do país é negligenciado e nos abarrotamos de imigrantes. Há oito decadas atras que vem sendo provado que há petroleo em varios outros estados como Mato Grosso, Bahia, Alagoas. Mas os chamados trusts internacionais sabotam de forma criminosa nosso desenvolvimento. Sabotando inclusive a transação sugerida certa vez pelos russos de trocarem os excedentes de nossos cafés por petroleos da Russia.

    ResponderExcluir