quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Muralha Mesológica

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta
A Muralha Mesológica De: Nireu Cavalcanti Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Assentamentos da cidade provisória: Prolegômenos.
A expedição de Pero Lopez de Souza e Martin Afonso de Souza passa pela baía da Guanabara em 1531, onde permanecem pro três meses. Nesse período exploram o interior do continente em busca de metais preciosos. Seguindo em frente aportam em São Vicente. Martin recebe está capitania para administrar, enquanto Pero recebe a região da Guanabara. São Vicente prosperou e por fim adicionou a capitânia de Pero Lopez de Souza. Em 1555 Villegaignon chega a Guanabara para começar a França Antártica. Aliaram-se aos tupinambás e resistiram por cinco anos. Em 1560 o governador geral do Brasil, Men de Sá, enfrenta os franceses e destrói suas fortificações, forçando uma fuga dos sobreviventes para o interior. Mas Men de Sá não permanece após a vitória. Logo os derrotados voltam a se estabelecer na região. Portugal envia Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, que desembarca aos pés do morro Cara de Cão em 1° de março de 1565, sua tarefa era novamente expulsar os franceses e ocupar a região. Estácio de Sá dividiu a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em duas partes desiguais. A maior doada a Companhia de Jesus e a menor para todos os demais. Deixando claro que a presença do Jesuíta Manoel da Nóbrega em sua expedição não seria sem consequencias benéficas para a Igreja.
O sítio definitivo: primeira malha urbana.
Estácio de Sá morre pouco tempo depois da ultima batalha contra os Franceses, assim como o padroeiro da cidade São Sebastião, por conseqüência de uma flechada. Quem organiza a nova cidade é seu tio Mem de Sá. Este preocupou-se em construir uma cidade com o objetivo de defesa territorial e comercial. As moradias possuíam dois ou três pavimentos e a sede da cidade foi transferida para o alto do morro do Descanso (Castelo). Com a chegada de diversos religiosos e suas denominações, os morros da cidade foram ocupados como sede destas ordens religiosas e os caminhos que interligavam estes morros deram origem as primeiras ruas da cidade do Rio de Janeiro, que mal passavam de trilhas lamacentas e escuras. O novo ordenamento urbano ganha forma em 1637, quando os vereadores aprovam construir na parte baixa da cidade a nova Câmara e a cadeia. O morro do castelo fica com os Jesuítas. O local passa a ser freqüentado por estudantes e fiéis e fica conhecido como Cidade Velha. Mesmo com poucos anos de utilização.
Ocupação das várzeas: aterramentos e drenagem
Por razões estratégicas a cidade foi erguida sobre mangues, alagados e lagoas. Um preço seria cobrado por essa insistência em desafiar as condições naturais do terreno. Transcorreram-se 200 anos para que as principais lagoas da cidade fossem aterradas, apenas em 1783 Mestre Valentim inaugura o primeiro Jardim Público. E pela chegada da família real em 1808 as poucas ruas calçadas e planejadas começam a se multiplicar. Ainda em 1726 o governador Luis Vahia Monteiro sugeriu o amuralhamento da cidade e a construção de um canal extravasador para que as águas pluviais passassem pela cidade sem deixar estragos. Sua proposta não foi aceita e os aterros continuaram na cidade. A consequência foi constantes atoleiros, enchentes e mosquitos entre outras mazelas. Quando a cidade não sofria por conseqüência das águas era pela falta dela. Nos períodos de estiagem a poeira e a insolação transformavam a vida de europeus em um martírio. E quando as chuvas fortes voltavam a cair a lama e os alagamentos se misturavam com esgoto, água que corria dos cemitérios, hospitais e matadouros. Multiplicando os casos de doenças na cidade.
Em busca de boa água.
A população da cidade crescia e a dificuldade de abastecimento de água também. O comercio de barris de água era comum e as queixas da sociedade também. Foi colocado em ação o projeto de canalização do rio Carioca, que ficava no Flamengo, até chafarizes no centro da cidade, para que água de boa qualidade e gratuita seja oferecida a população. A obra durou 18 anos até que o chafariz da rua da carioca fosse inaugurado. Este chafariz contava com 16 bicas de bronze. Um marco desta obra permanece até os dias de hoje, que são os Arcos da Lapa. Trecho original da canalização do rio Carioca. Quando o carioca atingiu sua capacidade de abastecimento outros rios foram utilizados como o rio Maracanã que levou água até o campo de Santana.
Clima e insalubridade.
O clima no Rio de Janeiro era considerado doentio. A nobreza não suportava o calor e a umidade. Os europeus que desembarcavam na cidade não conseguiam trabalhar como na Europa e logo solicitavam transferência. Queixas sobre calor, sufocamento, cansaço, umidade, chuva, insolação. A década de 1760não foi agradável para os estrangeiros no Rio de Janeiro.
O ideário urbano – sanitarista.
Em 1798 um encontro ambientalista foi promovido pelos vereadores do Rio de Janeiro. Deste encontro foram estabelecidas medidas para sanear a cidade. Como a construção de valas de escoamento, elevação do nível do piso das casas em 50 centímetros, arborização dos morros, proibição de sepultamento no interior das igrejas, criação de cemitérios e higienização dos matadouros. Além do incentivo ao exercício físico, consumo de frutas e verduras.
A muralha do medo. O medo em face dos inimigos de primeira hora.
As primeiras ocupações para construir a cidade do Rio de Janeiro forma marcas pelo extermínio dos índios tupinambás que Men de Sá relatava que milhares forma exterminados e os poucos que eram poupados eram escravizados. O Segundo passo foi a construção de uma muralha para proteger a cidade.
O Medo em face dos inimigos ocasionais
Alguns inimigos sequer eram conhecidos dos habitantes da cidade. Os desacordo políticos na metrópole resultavam em consequencias belicosas na colônia.
O medo originário da relação senhor – escravo.
A população escrava da cidade crescia a cada momento e os conflitos eram inevitáveis. A desconfiança era onipresente, pois os senhores temiam uma revolta contra eles próprios ou contra seus meios de produção. Além dos desejos de fuga, que eram apaziguados com instrumentos políticos, militares e religiosos.
O Medo vira realidade: aconteceram as invasões.
7 de agosto de 1710 uma esquadra francesa entra na baía da Guanabara com bandeiras inglesas, mas o eficiente serviço de espionagem português permitiu que os canhões defendessem a cidade, forçando que os invasores aportassem apenas na Ilha Grande. Os franceses seguem a pé passando por Guaratiba, Jacarepaguá, Engenho Novo e chegado até a Praça XV. No confronto do centro da cidade os franceses foram derrotados com 400 mortos franceses e 70 do Rio de Janeiro. A resposta francesa chega um ano depois, em 7 de junho de 1711. A França envia 17 navios e mais de 4 mil homens que atravessa a baía da Guanabara sob a proteção da névoa e desembarcam tomado a cidade, saqueando seus bens e expulsando os moradores. A invasão foi tão brutal e os saques tão violentos que os comandantes franceses precisaram decapitar três soldados por excessos cometidos. Mas os franceses não ficaram na cidade, receberam uma indenização de 240 contos de réis (uma fortuna), 100 caixas de açúcar (outra riqueza da época) e 200 bois. Além de revenderem aos antigos donos os bens saqueados.
O medo questiona as técnicas e estratégias de defesa
O governo português resolve levar a sério a defesa da cidade do Rio de Janeiro. Em 1713 chega a cidade o especialista em fortificações e engenheiro militar João Massé. A missão dele era reavaliar as defesas da cidade e propor novas obras para garantir a defesa da cidade.
O medo constrói sua muralha de pedra.
Uma nova muralha de proteção é construída, mesmo a antiga ainda estando pronta e as áreas dentro da antiga muralha ainda não estando totalmente preenchidas. A cidade, mais uma vez, agia precipitadamente, pois aumentava seu espaço sem ocupar primeiro seus espaços internos. E o erro teve como consequência o desprezo da sociedade carioca pela nova ora que foi completamente ignorada e a muralha se tornou alvo de vandalismo e destruição da população que utilizava seu material para obras particulares.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Rio Antes do Rio

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
O Rio Antes do Rio De: Armelle Enders
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Portugal do início de século XVI, 1502 exatamente, possuía pouco interesse nas terras descobertas dois anos antes. Todo o interesse estava voltado para as índias que podia ser considerada toda a Ásia. Apesar de muito contestada a versão sobre o descobrimento do Rio de Janeiro publicada pelo historiador Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX, foi considerada como válida. Atribuindo a Gonçalo Coelho a descoberta da Bahia de Guanabara em 1º de janeiro de 1502. Os mapas só confirmariam o “Rio de Janeiro” em 1519, local que os marinheiros chamavam de Bahia de Santa Luzia ou dos Inocentes.
A Terra dos Tupinambás.
Curiosamente o interior do território brasileiro foi ocupado primeiro do que o litoral, seis mil anos antes, para um calculo aproximado. A população Tupi-Guarani deixou as bacias dos rios Paraná e Paraguai para, no século V, chegar a região do Rio de Janeiro. Em 1500 eles dominavam da foz do Rio Amazonas até o litoral de Santa Catarina. A baia de Guanabara era ocupada pelos Tamoios de cultura Tupi. Em 1500 a população indígena do Rio de Janeiro era estimada em 14 habitantes por quilometro quadrado, população muito semelhante a da Península Ibérica. Um século depois de São Vicente a Cabo Frio a população foi reduzida para cerca de 5 mil índios. Foi como dizimar a Europa em apenas cem anos, principalmente pelas epidemias, escravidão e guerras contra os invasores. Os tupis viviam em aldeias de cerca de 600 indivíduos que pescavam e caçavam. Além de cultivarem a mandioca, o feijão, o milho e o algodão. Permaneciam no mesmo lugar por cerca de dois anos depois deixavam o lugar onde a floresta voltava a ocupar seu lugar original. Mas a guerra era a vocação Tupi. Jean Lery relata campanhas de oito a dez mil homens que lutavam a cerca de 30 quilômetros de suas terras. Os prisioneiros eram escravizados e depois serviam para o ritual de antropofagia.
O Comércio do Pau Brasil.
A presença portuguesa na baia de Guanabara é rara. Regista-se apenas a frota de João Dias de Solis em 1515 quando ia em direção a bacia do Prata e Fernão de Magalhães em 1519 que descansa por dez dias na região. Esses contatos revelam que a terra dos Papagaios, assim conhecida pelos marinheiros, não revelam metais preciosos, apenas a árvore ibirapitanga ou pau Brasil. A extração desta madeira acontece em Pernambuco, no sul da Bahia e de Cabo Frio ao Rio de Janeiro. O governo português intensifica suas ações ao norte do Brasil deixando os normandos europeus livres para traficar na região do Rio de Janeiro. A expressão terra brasilis aos poucos substitui a Terra de Santa Cruz. Em 1517 o navegador português Cristovão Jacques abandona Cabo Frio que logo é ocupado pelos franceses que permanecem no local por muito tempo. Francisco I da França consegue um interpretação melhor do Papa Clemente VII, onde as terras não ocupadas por portugueses e espanhóis eram livres para quem os ocupar. Em reação a essa medida em 1530 Martin Afonso de Souza é nomeado governador do Brasil e organiza uma expedição que marca o território brasileiro com rochas esculpidas com as armas portuguesas. Ele permanece no Rio de Janeiro de 30 da março a 1º de agosto de 1530 onde constrói uma casa que é batizada pelos índios de Carioca (Casa de Branco). Em 1532 é implantado o sistema de capitanias no Brasil e em 1534 Martin Afonso de Souza recebe as capitânias de São Vicente e Rio de Janeiro. A primeira recebe os investimentos de seu dono, enquanto o Rio de Janeiro fica entregue a corsários franceses e sem nenhuma proteção. Até em 1550 Pero Góis escreve a D. João III que o Rio de Janeiro é a maior escala de corsários do país. Prova disto é em 1552 quando Tomé de Souza tenta desembarcar no Rio de Janeiro e é expulso por franceses e indígenas.
A França Antártica.
Malta Nicolas Durand de Villegagnon foi o principal personagem da mal sucedida França Antártica. Chegando ao Rio de Janeiro em novembro de 1555 estabelece uma fortaleza na pequena ilha próxima ao litoral que é batizada de Coligny. A ilha seria o ponto de partida para a construção da Henriville em homenagem a Henrique II da França. Estabelecendo uma cooperação com os indígenas os colonos calvinistas garantem um suporte para estabelecer a colônia. Mas os índios são resistentes a aculturação pretendida por Villeganon permanecendo nus e não se submetendo a imposição protestante. Villegagnon proíbe a fornicação com as índias e a expansão da colônia fica comprometida. Em 1557 o comandante rompe com Calvino o que deixa a colônia ainda mais conflituosa. Para buscar apoio Villegagnon retorna a França e deixa seu sobrinho Bois-Le-Comte governando a colônia.
A Ofensiva Portuguesa.
Um ano antes da partida do comandante francês Men de Sá é nomeado governador geral do Brasil e solicita apoio militar para reforçar os domínios do sul do Brasil. Em 15 de março de 1560 Men de Sá inicia um ataque que de dois dias a ilha Coligny, contando com a presença do jesuíta Manoel da Nóbrega, chegado ao Brasil em 1549, cumpre a expectativa e expulsa os franceses que se espalham pelo continente. Na sequencia atacam os índios matando muitos deles. Para o jesuíta a ilha era um ninho de calvinistas prontos a semear a heresia entre os indígenas. Em carta enviada ao infante português D. Henrique, Manoel da Nóbrega afirma ser necessário povoar o Rio de Janeiro e fundar mais uma cidade, para garantir a expulsão dos franceses e dos índios hostis.