terça-feira, 16 de abril de 2013

Resenha de Raízes do Brasil I – Fronteiras da Europa II – Trabalho e Aventura

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Resenha de Raízes do Brasil I – Fronteiras da Europa II – Trabalho e Aventura De: Sérgio Buarque de Holanda Matéria: Historiografia do Brasil Professor: Meynardo
Macaé/RJ
Sérgio Buarque de Holanda foi um dos maiores historiadores do Brasil. Considerado um escritor clássico e de referência para muitos pesquisadores, professores e estudantes de diversas matérias que tem o homem e o povo brasileiro como tema de interesse. Sergio Buarque participou do movimento modernista de 1922 e atuou na imprensa nos anos seguintes. Por atuar neste setor foi indicado como correspondente na Europa, lá conheceu a obra de Max Webber que influenciou seu trabalho. Em 1936 retorna ao Rio de Janeiro onde lança a monumental obra. Raízes do Brasil.
Traduzido para diversos idiomas o livro se transformou em um clássico da historiografia e da sociologia brasileira. Ao lado de autores como Caio Prado Junior e Gilberto Freire, Sérgio Buarque é referencia, até os dias de hoje, de como entender os problemas fundamentais do Brasil. No livro a colonização portuguesa é analisada de forma ampla, sem perder as influências européias, principalmente as espanholas.
Holanda inicia o texto chamando a atenção para que Portugal e Espanha (países ibéricos e por isso diferentes dos demais europeus), em seu período de colonização, tentavam implantar um modelo europeu, muito particular destes dois países, em um novo e extenso continente. Extenso tanto territorialmente quando culturalmente e geograficamente. Espanhóis e portugueses possuíam uma característica em comum, quando abortavam o ser humano, acreditavam que o homem bastava a si próprio, que ele se bastava para existir. A organização era necessária e até divina, pois se no céu havia Deus, querubins e serafins. Na terra deveria haver o rei, seus governadores e administradores. O modelo celestial deveria ser representado na terra dos homens tementes a Deus.
Dois destaques, quanto a característica do povo ibérico são ressaltadas no início do texto. Holanda ressalta a característica de adaptação e convivência com novas culturas apresentadas pelos povos ibéricos, principalmente os portugueses. Além da repulsa natural destes povos pelo trabalho. Com a tendência a utilização de escravos, servos ou camponeses as elites ibéricas não eram afeitas ao trabalho.
No segundo capítulo intitulado Trabalho e Aventura, Holanda ressalta o valor do povo português na conquista histórica da região tropical do globo. Foi ume empreitada monumental, mas não sem um pouco de descaso e improviso português, pois nenhum plano de conquista foi elaborado e sim uma sequencia de improvisos. O português que ignorava fronteiras e por onde encontrou obstáculos os transformou em trampolim para novos horizontes.
Os portugueses encontram na América um choque de costumes, padrões, clima e aspectos geográficos. Mas essa condição estimulou a mobilidade social da nova terra, o que facilitou a vontade de mudar de condições do homem quinhentista. E como o branco ibérico não encontrava atração para o labor agrícola. Deixou aos nativos e mestiços essa função e seguiu em sua sede de aventura e conquista pelos oceanos e novas terras.
Holanda relata que o português viajava para buscar riquezas que custavam ousadia e não trabalho. As empresas agrícolas brasileiras não atraiam os portugueses e sim as viagens ultra marinas. E quando a extração de riqueza era proveniente do solo, como o pau Brasil, os portugueses utilizavam a terra como senhores e não como usuários dela. Desfrutavam da terra e a deixavam destruída.
O ibérico não possuiu qualquer sentimento de separação racial. Provavelmente uma herança dos mulçumanos que já ocuparam a península e que estão, também, ao norte da África. Segundo Holanda o português que chega ao Brasil em 1500 já é um povo miscigenado. Logo o nativo brasileiro e o negro africano aumentam a carga de mistura ao povo ibérico, principalmente o português. Não apenas por suas raças ou suas culturas, mas principalmente por sua condição. Como os negros, na condição de escravos, colaboram para formação do povo brasileiro.
No Recife os holandeses ocupam a cidade na intenção de estabelecem uma “Nova Holanda”. Constroem palacetes e valorizam a cultura local. Além de trazer o protestantismo que por não trazer nenhuma nova excitação aos sentidos não modificou a forma de pensar dos nativos e não os incentivou a mudar de hábitos.
Pode-se concluir que as expedições colonialistas portuguesas e espanholas se deram muito mais pelo espírito de aventura e conquista do que pela vontade de dominar novas terras. Evidentemente as novas terras não poderiam ser desprezadas, pois nelas havia a promessa de ouro e metais preciosos. Mas a hipótese de trabalhar nas terras não era a vontade portuguesa. A utilização dos escravos foi fundamental para o funcionamento das primeiras empresas. Os ibéricos queriam o poder mas não o trabalho, queriam o lucro mas não o investimento, queriam usurpar tudo da terra, sem se preocupar com a exaustão ou não destes recursos.

Resenha de Casa Grande e Senzala

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Resenha de Casa Grande e Senzala Introdução a História da Sociedade Patriarcal no Brasil De: Gilberto Freyre Matéria: Historiografia do Brasil Professor: Meynardo
Macaé/RJ
Pernambucano de Recife, Freyre é um homem do século XX mesmo nascendo em 1900. Seu interesse por literatura aparece logo cedo em sua infância e com 14 anos já leciona Latin. As 17 anos forma-se em letras e o caminho das palavras se abre para esse gênio da história brasileira. Aos 18 anos inicia sua experiência fora do Brasil. Forma-se mestre nos EUA e troca experiências com diversos pensadores e pesquisadores do mundo. Aos 24 anos retorna ao Brasil onde inicia grande produção científica e acadêmica. Circulando pelas rodas de poder e da imprensa em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, conhece o continente africano de onde retorna a Lisboa e inicia os estudos para a produção de sua obra clássica. Casa Grande e Senzala.
Em 1933 o livro é lançado e repercute em toda imprensa brasileira e internacional se transformando em obra de referência para a história e sociologia brasileira.
Freyre analisa profundamente a formação da sociedade brasileira, suas características, sua formação, seus problemas e desafios. Além de desvendar mitos e esclarecer pontos nebulosos da nossa história. Partindo de 1532, Freyre estabelece o início da base da sociedade brasileira, onde depois de um século de experiência nos trópicos os portugueses iniciam a ocupação do território brasileiro. A sociedade surge com bases agrárias, escravocratas e em hibridismo com indígenas e negros na sua composição.
O português já carregava em si a predisposição para a miscigenação, pois sua posição geográfica o colocava ao mesmo tempo na Europa e na África. Em seu território viveram celtas, germanos, romanos, normandos, entre outros. Além de culturas feudais, cristãs, monogâmicas e mulçumanas. O fator climático também favoreceu a adaptação do português aos trópicos, pois a proximidade com o clima africano proporcionou a península ibérica experimentar ares mais quentes. E dos antropólogos que procuraram um tipo físico unificado do português nenhum conseguiu resultados positivos.
Quanto ao temperamento Freyre destaca a descrição de Ferraz de Macedo que aponta para dificuldade de apontar o tipo português que apresenta hábitos, aspirações, interesses, índoles, vícios e virtudes variadíssimas. As culturas européias e africanas estão misturadas entre catolicismo e maometismo, fazendo de sua moral, economia, arte e de sua vida um regime de influencias que se alterna, se equilibram ou se hostilizam.
A mobilidade foi fundamental para a expansão portuguesa, de sua rala população apenas a mobilidade e a miscigenação poderiam ampliar a ação portuguesa pelo mundo.
O sucesso dos portugueses é exaltado constantemente por Freyre indicando que eles foram vitoriosos onde ingleses, franceses e holandeses fracassaram. A ação portuguesa nos trópicos foi a grande conquista do povo português.
Desmistificando a carta de descobrimento onde diz que em nosso solo “em se plantando tudo dá”. Freyre aponta que o solo não foi tão benéfico para os portugueses como se imaginava excetuando-se as terras roxas e pretas, o colonizador encontrou um solo áspero, intratável e impermeável. Rios que secavam ou transbordavam arrasando a terra e dificultando a vida das famílias. Finalizando Freyre afirma que os primeiros degradados e expulsos de Portugal para o Brasil em nada atrapalharam o desenvolvimento da nova terra. Que seguiu sua “gostosa” miscigenação e formação de seu povo.
É fácil perceber que o texto de Gilberto Freyre desfaz alguns dos mitos da colonização. O autor proporciona ao leitor um choque de realidade onde homens fortes e heróis são colocados em suas reais condições de humanos. Povos indígenas, europeus e africanos são colocados em uma perspectiva real, aos olhos humanistas do autor. Mas, por outro lado, Freyre enaltece o povo português. Valoriza suas conquistas e suas superações. Destaco este fato por hoje os portugueses carregaram a fama da falta de inteligência, mas como destaca o autor, foi um povo que dominou grande parte do mundo, por um longo período dominou as navegações a as rotas comerciais por grande parte do mundo. E construiu um império onde o sol nunca se escondia.
Concluo concordando com o valor histórico e fundamental desta obra. E reconhecendo como obra clássica e fundamental para entender a colonização portuguesa no Brasil.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Outras Classificações. O problema das línguas indígenas

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Outras Classificações. O problema das línguas indígenas De: MÁRIO CURTIS GIORDANI
Matéria: História da América pré colombiana Professor: Marcelo Abreu
Macaé/RJ
Classificações raciais:
Os índios encontrados pelos colonizadores na América do Norte possuíam características físicas muito diferentes com variações de estatura, estrutura óssea, índices cefálicos, nasal e facial, cor da pele, cor e aspecto do cabelo. Todas essas características resultantes das migrações do velho mundo com adaptações ecológicas, derivações genéticas e tendências evolutivas.
Classificações Culturais.
Clark Wissler falecido em 1947 classificou os povos pré colombianos de acordo com características gerais que envolvem o tipo de alimentação, a tulização da pesca, do artesanato, o nível de desenvolvimento da agricultura, a habilidade na técnica de cestaria e o tipo de habitação utilizada.
A Importância do Estudo das Línguas Indígenas
Interesse pela própria língua
O estudo das línguas indígenas permite definir as características fonéticas e morfológicas facilitando o contato com os habitantes do velho mundo.
Importância para as pesquisas etnológicas
O estudo das línguas indígenas facilita o estudo da origem dos povos, pois as famílias lingüísticas indicam uma conexão com o passado. Essas conexões permitem a análise das estruturas sociais e a partir de então criar uma classificação etnológica.
Chaves para entender manuscritos indígenas
No México e na Guatemala os registros escritos foram mais intensos caracterizando um elevo nível de adiantamento social.
Critério para classificação dos Ameríndios
O desenvolvimento cultural é analisado através da variedade e adiantamento dos níveis de escrita e idioma.
Prova de migrações indígenas no passado.
As movimentações dos grupos humanos pelo território das Américas comprovam uma modificação nos sistemas culturais mas não nas alterações lingüísticas. Estas permanecem com poucas alterações mesmo após modificações geográficas e culturais. A distribuição das famílias lingüísticas demonstra a forma de expansão dos grupos indígenas em determinado território.
O estudo das línguas indígenas através dos tempos
Por 300 anos após o início da colonização da América apenas os estudos jesuíticos era os responsáveis pela interpretação das línguas indígenas. No caso brasileiro o litoral apresentava o domínio da língua Tupi, a expansão desta língua promoveu o estabelecimento de uma língua geral o Tupi, assim como aconteceu com o Guarani no Paraguai. Transformando o país em uma população bilíngüe, sendo o espanhol utilizado pelas elites e o guarani pela massa popular.
O número de línguas indígenas
Em 1578 o padre Kircher estimou em cerca de 400 o número de línguas utilizadas no novo continente com o avanço dos estudos alguns chegaram a estabelecer cerca de duas mil línguas no continente. Apenas na América do Norte foram detectadas 58 línguas tronco em um universo de apenas 800 mil habitantes e cada língua como cerca de 4 ou 5 sub divisões. Foi detectado, também, que nenhuma das línguas utilizadas tem origem fora do continente americano.

sábado, 9 de março de 2013

A evolução cultural dos ameríndios através dos milênios

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
A evolução cultural dos ameríndios através dos milênios De: MÁRIO CURTIS GIORDANI
Matéria: História da América pré colombiana Professor: Marcelo Abreu
Macaé/RJ
Introdução
Após ficar claro que a origem do homem americano em grande parte se deve a migração de elementos asiáticos é importante observar como a cultura desse homem contribuiu para sua formação. As novas plantas, a cerâmica, metalurgia, escrita e outros traços característicos só foram desenvolvidos na América. Deixando claro que a arqueologia sempre trará novos elementos para contribuir na análise histórica desta ocupação.
Schobinger definiu os tipos básicos dos primeiros homens que habitaram a América:
- Caçadores Inferiores: Praticavam a coleta da alimentação existente, principalmente em zonas inóspitas.
- Caçadores Superiores: Utilizavam recursos mais avançados de caça como o arco, a zarabatana ou as bolas.
- Caçadores – Plantadores: Cultivavam os vegetais além de praticar a caça.
- Plantadores Recentes: Além de possuir as formas anteriores de cultivo e caça, desenvolveram a arte têxtil e a cerâmica.
- Altas Culturas: Possuíam organização social, arquitetura e redes de comunicação.
Estágio Pré Pontas de Projétil
Corrente de estudo que acredita que homem habitava a América antes das migrações mongóis e que estes habitantes eram essencialmente raspadores de pedra para desenvolver suas ferramentas. Isto é, as pontas afiadas ainda não foram descobertas ou desenvolvidas pelo homem.
Estágio Paleo Índio.
Neste período, cerca de 10 mil anos atrás, os artefatos encontrados possuem algum nível de sofisticação como pedras e pontas delicadamente trabalhadas para realizar tarefas cotidianas.
Período de Transição
Neste estágio já é encontrada a coleta de moluscos e sementes para a agricultura rudimentar. Além da moagem e aperfeiçoamento das ferramentas. Neste período encontram-se as primeiras cestas, sandálias e até os primeiros sepultamentos.
Origens e Difusão da Cerâmica
A cerâmica por seu um objeto frágil é uma marca definitiva de que o homem que a utilizou estava estabelecido no local. O seu grau de refinamento e de ornamentação é responsável pela identificação do nível de adiantamento cultural dos povos que a utilizavam.
Frank da Costa faz um painel da utilização da cerâmica no novo mundo. Por volta de 3.000 a.c. a cerâmica foi encontrada no Equador e na Colômbia. No Equador ela se encontra elaborada, com pintura se figuras muito finas. Já na Colômbia dois tipos foram encontrados o muito tosco em Valdívia e o mais elaborado em Puerto Hormiga.
Desenvolvimento Cultural “Recente” Áreas Nucleares: Meso América e Área Andina.
A Meso América se estende do norte do México até a Nicarágua e foi nessa região que os primeiros habitantes do continente mudaram sua dependência de culturas selvagens para uma agricultura controlada. É considerada como a cultura matriz desta região a cultura Olmeca entre 1500 e 1000 a.C.
Por volta de 300 a. C. cresce a cidade de Teotihuacán que se torna uma das maiores cidades pré industriais do mundo. Possuindo organização política, religiosa, comercial e artística. O desenvolvimento desta cidade e sua expansão deram origem a civilização Maia. Logo depois surgiria a civilização Asteca que em poucas décadas saiu das ilhas do lago Texcoco e dominou a maior parte do México.
No Peru se desenvolveu a cultura Mochica onde a principal característica era a vida urbana com milhares de casas. Na sociedade eram encontrados governantes, guerreiros, escravos, cativos, sacerdotes, artesões e pescadores. Em 200 anos aparecem os padrões econômicos, sociais e ideológicos. A região foi abandonada a cerca de 1.200 d.C. mas contribuiu para o surgimento do Império Inca.
Área Intermediária ou Circum Caribe
Área que nunca alcançou um desenvolvimento independente, devido a proximidade com as áreas nucleares. Só no início da era cristã apresentou alguma característica particular. Destacando-se a cultura Barrancóide com os mais belos monumentos do período pré colombiano.
Florestas
Na foz do Rio Mississipi se destacou o complexo Poverty Point entre 1.200 e 400 a.C. Onde foram encontrados montes artificiais, lâminas de machados e figuras na argila. No vale do Ohio destaca-se a cultura Adena com notáveis construções e estruturas cerimoniais. No Rio Illinois em 300 a.C. surge a cultura Hopewell com desenvolvimento funerário e especialização artesanal. Além das marcante diferença social. Na região da Amazônia a cultura ainda é pré cerâmica e de pouco desenvolvimento cultural.
Desertos
Na região do novo México e Arizona os Mogollons se destacam com casas semi subterrâneas, utilização de madeira como estaca para sustentar telhados de terra. Os Anazis, no Novo México, possuíam características urbanas ainda em 1.300 a.C. Os Hohokan ocupavam o sul do Arizona e para superar as barreiras do deserto abriram canais de 10 metros de largura e com até 16 km de extensão.
Campos
Os pampas do sul do continente americano apresenta um número menos de indícios de desenvolvimento pré colombiano do que o norte. Ao norte ficaram so grupos ceramistas e sedentários.
Costa do Pacífico
Ao norte a agricultura se desenvolveu junto com a cerâmica, tecelagem e metalurgia. E a consolidação da vida sedentária na região do Atacama.
Marginais
Formado por grupamentos humanos que não desenvolveram as culturas de se fixar na terra e desenvolver atividades comuns.
O Ártico
Uma região que se estende do estreito de Bering até a Groelândia foi habitado pela cultura esquimó. Baseada na alimentação de mamíferos marinhos e estabelecida como uma comunidade desde 1000 a.C. Aperfeiçoaram o uso de instrumentos cortantes e o uso de armadura e trenós.
A alimentação através dos milênios da caça e coleta a agricultura.
Os primeiros homens que ocuparam a América viviam em constante busca pelo alimento e três palavras resumiam bem o que eram: caçadores, pescadores e coletores. A evolução cultural destes homens começou com o aprimoramento da agricultura mas sem deixar de caçar e coletar. A produção do próprio alimento transforma a vida do homem primitivo da América de três formas: 1 – Permanência na terra (fim do nomadismo). 2 – Aumento de densidade demográfica (maior numero de filhos). 3 – Aumento de tempo excedente (o alimento está mais próximo). Esse conjunto de fatores contribuiu para desenvolvimentos no campo social, político e religioso.
As estruturas político sociais
Os sítios arqueológicos a beira do Rio Mississipi revelaram a existência de camadas sociais com locais de sepultamentos diferentes para cada classe. Os grupamentos de homens podem ser definidos da seguinte forma: Bando. Sociedades simples e sem lideres. Tribos. Formadas por sociedades de agricultores com algum nível de sedentarismo. Chefias. Sociedade baseada no parentesco, mas com níveis de hierarquias e princípios estruturais.
Religião
Frank da costa assim classifica as religiões ou hábitos religiosos do homem arcaico da América. - Henoteísmo. Deus se confunde com entidades cósmicas como o sol e as estrelas. Ou fenômenos naturais como a chuva e o trovão. - Espíritos da natureza. Culto aos animais e vegetais.
- Hábitos funerários. Oferendas nos túmulos e a preocupação em acalmar os mortos.
- Representação. Esculpir os deuses em argila, madeira ou pedra.
- Xamã. Um homem é o mediador entre os demais e os deuses.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Os primórdios do povoamento do continente americano

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Os primórdios do povoamento do continente americano De: MÁRIO CURTIS GIORDANI
Matéria: História da América pré colombiana Professor: Marcelo Abreu
Macaé/RJ
Por ocasião do descobrimento da América os europeus chamavam os habitantes encontrados de índios, pois pensaram estar na índia. Quando descoberto que se tratava de uma nova terra ficou a indagação. Como tratar essa nova gente? E de onde eles vieram? A origem dessa “nova gente” só pode ser explicada como um acontecimento intercontinental ou inter hemisferial. E segundo Ballesteros Gaibrois todo historiador deve ter cuidado ao apontar as verdadeiras origens do homem no continente Américo. O mais prudente e considerar várias possibilidades.
Várias Possibilidades
Para a origem do homem no continente americano uma das possibilidades é a do filósofo Platão que sugeriu a existência de um continente desaparecido chamado Atlântida que ao norte da África seria a ponte da América para os demais continentes. Mas geólogos derrubariam essa possibilidade afirmando que os continentes tomaram a atual configuração muito antes de o homem habitar a terra. Já o paleontólogo argentino Florentio Ameghino sugeriu que o homem teria origem própria (autoctonismo) no sul da patagônia. Mas sua teoria carece de elementos científicos.
Aleç Hrdliçka diretor do museu de antropologia de Washington formulou as seguintes origens: - Todos os índios americanos formam uma raça única. - A origem racial dos índios é mongol. - O estreito de Bering (Alasca) foi o caminho utilizado pelos mongóis para habitar a América. - A entrada dos mongolóides é recente, não ultrapassando 15.000 anos. - A entrada aconteceu em pelo menos 4 ondas migratórias.
O Antropólogo francês Paul Rivet com base em suas pesquisas determinou quatro correntes migratórias que povoaram a América: a migração australiana, a malaio polinésia, a mongolóide e a esquimó.
Problemas
Não pode deixar de ser considerado a influência do clima na ocupação do continente americano pelo homem. O gelo ao norte do continente foi uma barreira natural que regulou a entrada do homem. O caminho da Ásia para a América foi regulado pelo movimento dos animais de caça e pela homogeneidade da vegetação.
Hansen estudou o “Homem de Lagoa Santa” que foi um fóssil humano encontrado em Minas Gerais com aproximadamente dez mil anos de idade, mas que nada possuía de traços mongóis. Deixando algumas possibilidades como: A origem não exclusivamente mongol, a migração de outros povos ou uma migração de um povo pré ou proto mongol que só mais tarde chegariam a atual raça mongol.
Donde? Quando? Como?
Frank da Costa sugere que todos os elementos do povoamento da América indicam a origem asiática em um movimento realizado exclusivamente a pé, já que a utilização de barcos não era dominada naquele momento. As ilhas só seriam dominadas por volta de 1000 A.C como a ilha da Nova Zelândia. A passagem da Ásia para a América aconteceu no período do pleistoceno, onde pelo congelamento das águas o nível do oceano baixou de 70 a 150 metros. Esse corredor formado dispunha de vegetação e caça (mamute e bisão) suficientes para garantir a migração humana.
Dispersão
Os grupos humanos que chegavam a América no início do povoamento seguiram um roteiro em busca de alimento, mas deve-se considerar o espírito de curiosidade deste homem e o desejo de aventura diante de novos horizontes longínquos e misteriosos. A ocupação seguiu o sentido norte – sul e a direção ao leste só depois de atingir o fim da cordilheira dos Andes. Um processo facilitador foi o recuo da floresta amazônica a 13 mil anos atrás, transformando grande parte da floresta em savana. A ocupação do território brasileiro pelos primeiros homens aconteceu depois da passagem pela patagônia, isto é, depois do homem percorrer todo o sentido norte - sul.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O Rio de Janeiro no Século XIX: Da cidade colonial a cidade capitalista

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
O Rio de Janeiro no Século XIX: Da cidade colonial a cidade capitalista De: Maurício de A. Abreu
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Introdução
Apenas no início do século XIX a cidade do Rio de Janeiro começa a adquirir aspectos urbanos e de estratificação das classes sociais. A cidade não possuía meios de transporte coletivos e a diferença das classes sociais não era representada por localizações diferentes, mas por construções diferentes. Todos moravam juntos, as casas estavam lado a lado entre ricos e pobres. A explicação era a necessidade de se defenderem juntos de invasores ou indígenas. Foi a chegada da família real (1808) que inicia a nova organização social e cria uma nova classe social na cidade. A nobreza. Acrescenta-se a isso a explosão do cultivo do café, atraindo trabalhadores e investidores nacionais e estrangeiros.
A cidade é movida pela lógica escravista e capitalista. São dois interesses distintos convivendo no mesmo espaço urbano. Esse espaço só tem sua divisão estabelecida no momento em que os meios de transporte passam a atuar na cidade. Primeiro o bonde puxado a burros e depois o funcionamento dos trens suburbanos. O ano de 1870 pode Sr considerado o marco dessa divisão. A estrada de ferro D. Pedro I aumenta a oferta de trens suburbanos e a partir desse momento a mobilidade urbana oferece a cidade maiores opções de moradia e trabalho.
O período anterior a 1870: A mobilidade espacial é privilégio de poucos.
A residência real ficou estabelecida em São Cristovão e foi de lá que o primeiro ônibus funcionou, era com tração a burros e ligava são Cristovão ao Centro em 1838. As áreas mais distantes da cidade permaneciam com características rurais e produtoras de gêneros alimentícios. Já as áreas mais próximas começavam a ser divididas em chácaras e depois em lotes de ocupação urbana.
O atual bairro de Botafogo foi ocupado pela aristocracia carioca em 1843 e no ano seguinte já dispunha de uma linha de barco a vapor ligando a região ao centro da cidade e a ponta do Caju. As classes menos favorecidas ocuparam a região do cemitério São João Batista, inaugurado em 1852. Em 1854 o centro da cidade, representado pela rua da Candelária recebe o primeiro calçamento em paralelepípedos e a iluminação a gás. Em 1862 é inaugurada a rede de esgotos e a cidade do Rio passa a estar entre as cinco únicas cidades do mundo a contar com esse serviço. Os pobres começavam a ser empurrados para os cortiços lugares da habitação coletiva, insalubres e foco de epidemias que atingem a cidade desde 1850.
Bondes e trens: A cidade cresce em direções qualitativamente distintas.
Entre 1870 e 1902 a cidade do Rio de Janeiro experimenta a expansão acelerada de seu ambiente urbano. As linhas de bonde, principalmente a partir de 1868, levam a cidade para as zonas sul e norte. O dinheiro para essa expansão veio dos cafeicultores brasileiros que compravam terrenos nas áreas em expansão e de empresas internacionais que investiam na infra estrutura urbana. Em 1871 os bondes já transportavam 3 milhões de passageiros por ano.
Com a chegada da república a área de interesse do Rio de Janeiro saí de São Cristóvão e se desloca para o centro. Em São Cristóvão permanece a estrutura ferroviária que logo recebe a aproximação de empresas que necessitam utilizar a ferrovia para ampliar seus negócios. Com isso a nova aristocracia se desloca para a zona sul da cidade e morar a beira mar passa a ser o estilo moderno de viver.
Tem destaque o prefeito Barata Ribeiro que em 1893 estabelece uma guerra contra os cortiços o mais famoso da época foi o “Cabeça de Porco” que necessitou de a atuação de polícia e do exército.
O papel dos trens.
Os trens foram responsáveis pela aceleração do desenvolvimento da cidade. Enquanto os bondes atendiam as recentes áreas urbanizadas os trens desenvolveram as localidades rurais. Em 1858 o primeiro trecho da estrada de ferro D. Pedro II foi inaugurado ligando o Centro à Queimados. Em 1870 o ramal de Cascadura é ampliado atendendo aos horários comerciais do Centro. E o subúrbio se desenvolvia ao lado dos trilhos e em volta das estações ferroviárias.
A Rio de Janeiro Northern Railway Company que se transformaria na Leopoldina Railway ligava a região da Leopoldina e Mitity (atual Duque de Caxias) em 1886. Neste mesmo período a estação da Central do Brasil atingiu a marca de 30 milhões de passageiros por ano de 1886 a 1896. Mas um número ainda abaixo dos apresentados pelos bondes que transportavam 73 milhões de passageiros por ano.
A industrialização Carioca no final do século XIX e a emergência da questão habitacional.
O início da industrialização do Rio de Janeiro no fim do século XIX e início do século XX aconteceu no Centro e ficou caracterizada pela fabricação de calçados, chapéus, confecções, bebidas e móveis. Logo a indústria mais pesada chega como gráficas, metalúrgicas e siderurgias leves e alimentação. As industrias têxteis que utilizavam máquinas a vapor para sua produção estabeleceram suas atividades em região afastadas do centro como a Companhia Progresso Industrial do Brasil em Bangu e a Companhia Tecidos de Seda Brasileira no bairro da Piedade.
Enfim o espaço capitalista a Reforma Passos
A primeira década do século XX é marcada pela entrada de grandes capitais internacionais no Rio de Janeiro e a cidade precisava se transformar para receber e manter esse capital. O prefeito Pereira Passos comanda a maior transformação que a cidade recebeu. A cidade cresce em direção a zona sul e o automóvel é o novo meio de transporte que determina uma nova divisão social no espaço urbano. O centro da cidade ainda misturava carroças, cortiços, bancos e sedes do poder em ruas com fortes características coloniais. A reforma era urgente.
Pereira Passos Ligou a lapa com o Estácio construindo ruas com 17 metros de largura. Asfaltou as ruas do Centro, Catete, Glória, Laranjeiras e Botafogo pela primeira vez e eram as primeiras ruas asfaltadas do Brasil. A reforma estabeleceu uma nova organização no Centro, provocou a primeira intervenção estatal no espaço urbano e provou que a tentativa de acabar com as contradições sociais gera sempre novas contradições. Como a ocupação de morros ainda não habitados.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A Colônia em Movimento (Introdução)

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
A Colônia em Movimento (Introdução) De: Sheila de Castro Faria
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Prefácio.
A cidade de Campos dos Goitacases fica localizada na antiga capitânia de Paraíba do Sul. De lá emergiram lavradores de cana, senhores de engenho e escravos formando uma peculiar sociedade. Juntaram se a eles capixabas, baianos e comerciantes de diversas partes da colônia. Todos eles empenhados em expulsar ou se preciso exterminar os índios locais. Sendo que por fim raros foram os casos de sucesso, poucos deixaram herdeiros ou permaneceram na região.
A história colonial da cidade foi revelada por registros cartoriais, escrituras, registros paroquiais e processos criminais. E de acordo com Ciro Cardoso foi estabelecido n pós escravidão um proto campesinato, formado, inclusive, por negros que constituíam família na região. E o Rio de Janeiro é rico em pesquisas e registros sobre a família escrava no Brasil. Assim como em outras partes da colônia confirmava-se a regra: pai taverneiro, filho barão e neto mendicante.
Introdução
O trabalho é a constatação do comportamento dos homens coloniais. A fortuna e a família, assim como o trabalho são mapeadas em seus movimentos sociais. A família exerceu fundamental importância nas atividades coloniais da colônia e quase sempre ligadas ao mundo agrário. A individualidade era pouco importante e a família é o principal elemento de identificação social. Mas não apenas o sentido sanguíneo de família, mas parentela, coabitação e relações ritualísticas ampliam o sentido de família.
A grande produção de açúcar era financiada pelo capital mercantil metropolitano e por consequência capitalizava seus lucros, retirando o capital do campo. A historiografia brasileira deixava em segundo plano a pequena produção, mas o estudo das culturas “marginais” demonstra a importância destas na estrutura colonial.
O status social do Brasil colonial não correspondia ao acúmulo de riqueza. O poder econômico estava localizado nos comerciantes e os produtores rurais é que possuíam um poder maior dentro da sociedade. E os escravos emergem como grupo social importante no estudo da sociedade colonial brasileira mesmo estando desprestigiados nas relações sociais.
Embora anteriormente a luta contra os nativos goitacás forma intensas. No século XVI esses índios apreciavam carne humana, caçavam tubarões, jacarés e colecionavam ossos humanos. O início eficaz da colonização foi através das sesmarias doadas aos “Sete Capitães” que ocuparam a região priorizando a criação de gado. E o extermínio dos índios adversários. A opção pela criação de gado foi devido a facilidade de retirar de um local de conflito a produção e investimento dos capitães. E a proximidade com a Guanabara que comprava o gado para suprir as necessidades dos senhores de engenhos.
Com a ocupação da terra e a expansão dos currais, novos colonos chegavam para trabalhar na terra e os conflitos pelo direito de usar o terreno sem pagar taxas se estabeleceu. Colonos e proprietários iniciavam uma luta pela terra ou em termos atuais, uma luta pela reforma agrária.
O açúcar chega à região de campos com o declínio da produtividade na cidade do Rio de Janeiro e a saída dos Jesuítas da região. As terras da igreja foram leiloadas e a produção de açúcar começou.

sábado, 2 de março de 2013

Uma Fortaleza no Atlântico Sul.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Uma Fortaleza no Atlântico Sul.
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Estácio de Sá na companhia de Manoel da Nóbrega e José de Anchieta aporta em primeiro de março de 1565 em uma pequena península em frente a um morro com cara de cachorro (Morro cara de Cão), e em homenagem ao rei de Portugal D. Sebastião, o lugar a consagrado ao padroeiro do rei São Sebastião. Apenas em primeiro de julho Estácio de Sá divide politicamente a região, oferecendo a maior parte do terreno a Companhia de Jesus. Da qual pertenciam os Jesuítas já citados. Para enfrentar os indígenas e franceses estabelecidos na região, Estácio de Sá recebe o apoio militar de seu tio Mem de Sá. Após os conflitos Estácio e ferido por uma flecha no rosto e faleceu cerca de um mês depois. Para prevenir ataques surpresas as tropas portuguesas procuram os morros para estabelecer moradias. O morro de São Januário, depois chamado de castelo. Em 1568 Manoel da Nóbrega monta o primeiro colégio no alto do morro.
Uma Cidade Portuguesa.
Já no início da ocupação da cidade do Rio de Janeiro uma família se estabelece no poder. Depois de Men e Estácio de Sá, chega a vez de Salvador Correia de Sá (Salvador, o velho) dar continuidade ao domínio político e militar da cidade. Esse domínio perdurou até 1660. A composição política era igual a todas as cidades do império português. A Câmara Municipal era formada por dois Juízes, um procurador e três Vereadores. Que eram eleitos pela classe dominante (aristocracia) por um período de três anos. Os morros foram ocupados por políticos, militares e religiosos. E as primeiras ruas da cidade eram exatamente os caminhos que ligavam estes morros. As moradias e comércios tendem a se direcionar para a zona portuária e o morro do Castelo, antes uam área central, agora se torna periferia e apenas os jesuítas permanecem por lá. Os limites da cidade são os morros do Castelo e do São Bento. Mas a cidade sofre por falta de água e a Câmara Municipal decide construir um aqueduto, as obras começam em 1617 e só terminam em 1750. Parte desta obra permanece até hoje, são os Arcos da Lapa.
Açúcar, aguardente e baleias.
Portugal investiu na cana de açúcar desde que começou a se interessar pelo Brasil em 1530. Os canaviais em engenhos da cidade ocupam as zonas rurais quase todas eram propriedades dos Correia de Sá. A mesma família tem autorização para construir um entreposto para pesar e armazenar a cana. E cobra taxas até 1851. Para exemplificar o poder econômico da família em 1630 eles já possuíam 700 escravos, além de terras na região de Campos com 160 escravos e sete mil cabeças de gado. As baleias eram um importante produto a ser utilizado na colônia, mas só eram capturadas quando encalhavam. Búzios, Niterói e a Ilha Grande eram os maiores centros pesqueiros em 1640, mas o monopólio do uso da baleia permaneceu com a coroa até 1801.
Índios, Jesuítas e Africanos
Os Jesuítas ocuparam um importante papel na defesa dos índios para a conversão a fé católica, mas não todo e qualquer índio. Apenas os que estavam em aldeias amistosas. Os índios do sertão eram mortos e perseguidos. A legislação portuguesa protegia os índios, pois seriam ótimos guias e poderiam ser utilizados como homens para guerras. Um índio convertido ao cristianismo Martin Afonso Araribóia recebeu do rei Sebastião uma sesmaria na região de Niterói, uma pensão e o hábito da Ordem de Cristo. No ano de 1757 a situação do índio no Brasil já não é boa. O Bispo da cidade descreve as aldeias próximas como antro de bêbados e propõe que as indiazinhas sejam educadas em casa portuguesas. Mas os políticos desencorajam estes atos. Os paulistas são os maiores perseguidores de índios com seus movimentos em direção ao desbravamento do interior do Brasil. As mortes foram tantas que levaram o Papa Urbano VIII e depois seu sucessor Paulo III a proibir a escravidão indígena. O Papa ordena que o vice rei do Peru auxilie os Jesuítas no Brasil e combater os paulistas. Na batalhe de Mbororpe em 1641 Jesuítas, índios e peruanos saem vitoriosos e obrigam os paulistas a recuar. A forte defesa dos índios por parte dos jesuítas acarretam a importação de escravos da África. Em 1610 os negros chegam ao Brasil com mais relevância e os próprios Jesuítas já são senhores de escravos negros. Em 1640 eles já conta com 600 escravos ajudar na defesa dos índios.
Sob o reinado de Salvador Correia de Sá e Benevides
A União Iberica, que foi a unificação das coroas de Portugal e Espanha (1580 - 1640). Transformou a cidade do Rio de Janeiro em um porto importante de controle de toda a região sul do Brasil até o Rio da Prata (Argentina). E as família dominante do Rio da Janeiro, os Correia de Sá, realizam a sua “pequena União Ibérica” Matin Correia da Sá se casa com a filha do governador de Cadiz (Espanha). Assegurando politicamente o futuro da família e de “sua” cidade. A soberania da família Correia de Sá termina em 1660 quando o governador das capitanias do sul se transfere para São Paulo. As elites contrariadas por muito tempo e a classe modesta revoltada obrigam Salvador Correia de Sá a voltar para a Europa. Permanecendo lá até sua morte em 1681. Ainda em 1676 o Rio de janeiro e elevado a categoria de Bispado. Área que seguia do Rio de Janeiro até o Rio do Prata. Era a confirmação que uma tirania sempre chega ao fim.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A Muralha Mesológica

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta
A Muralha Mesológica De: Nireu Cavalcanti Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Assentamentos da cidade provisória: Prolegômenos.
A expedição de Pero Lopez de Souza e Martin Afonso de Souza passa pela baía da Guanabara em 1531, onde permanecem pro três meses. Nesse período exploram o interior do continente em busca de metais preciosos. Seguindo em frente aportam em São Vicente. Martin recebe está capitania para administrar, enquanto Pero recebe a região da Guanabara. São Vicente prosperou e por fim adicionou a capitânia de Pero Lopez de Souza. Em 1555 Villegaignon chega a Guanabara para começar a França Antártica. Aliaram-se aos tupinambás e resistiram por cinco anos. Em 1560 o governador geral do Brasil, Men de Sá, enfrenta os franceses e destrói suas fortificações, forçando uma fuga dos sobreviventes para o interior. Mas Men de Sá não permanece após a vitória. Logo os derrotados voltam a se estabelecer na região. Portugal envia Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá, que desembarca aos pés do morro Cara de Cão em 1° de março de 1565, sua tarefa era novamente expulsar os franceses e ocupar a região. Estácio de Sá dividiu a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em duas partes desiguais. A maior doada a Companhia de Jesus e a menor para todos os demais. Deixando claro que a presença do Jesuíta Manoel da Nóbrega em sua expedição não seria sem consequencias benéficas para a Igreja.
O sítio definitivo: primeira malha urbana.
Estácio de Sá morre pouco tempo depois da ultima batalha contra os Franceses, assim como o padroeiro da cidade São Sebastião, por conseqüência de uma flechada. Quem organiza a nova cidade é seu tio Mem de Sá. Este preocupou-se em construir uma cidade com o objetivo de defesa territorial e comercial. As moradias possuíam dois ou três pavimentos e a sede da cidade foi transferida para o alto do morro do Descanso (Castelo). Com a chegada de diversos religiosos e suas denominações, os morros da cidade foram ocupados como sede destas ordens religiosas e os caminhos que interligavam estes morros deram origem as primeiras ruas da cidade do Rio de Janeiro, que mal passavam de trilhas lamacentas e escuras. O novo ordenamento urbano ganha forma em 1637, quando os vereadores aprovam construir na parte baixa da cidade a nova Câmara e a cadeia. O morro do castelo fica com os Jesuítas. O local passa a ser freqüentado por estudantes e fiéis e fica conhecido como Cidade Velha. Mesmo com poucos anos de utilização.
Ocupação das várzeas: aterramentos e drenagem
Por razões estratégicas a cidade foi erguida sobre mangues, alagados e lagoas. Um preço seria cobrado por essa insistência em desafiar as condições naturais do terreno. Transcorreram-se 200 anos para que as principais lagoas da cidade fossem aterradas, apenas em 1783 Mestre Valentim inaugura o primeiro Jardim Público. E pela chegada da família real em 1808 as poucas ruas calçadas e planejadas começam a se multiplicar. Ainda em 1726 o governador Luis Vahia Monteiro sugeriu o amuralhamento da cidade e a construção de um canal extravasador para que as águas pluviais passassem pela cidade sem deixar estragos. Sua proposta não foi aceita e os aterros continuaram na cidade. A consequência foi constantes atoleiros, enchentes e mosquitos entre outras mazelas. Quando a cidade não sofria por conseqüência das águas era pela falta dela. Nos períodos de estiagem a poeira e a insolação transformavam a vida de europeus em um martírio. E quando as chuvas fortes voltavam a cair a lama e os alagamentos se misturavam com esgoto, água que corria dos cemitérios, hospitais e matadouros. Multiplicando os casos de doenças na cidade.
Em busca de boa água.
A população da cidade crescia e a dificuldade de abastecimento de água também. O comercio de barris de água era comum e as queixas da sociedade também. Foi colocado em ação o projeto de canalização do rio Carioca, que ficava no Flamengo, até chafarizes no centro da cidade, para que água de boa qualidade e gratuita seja oferecida a população. A obra durou 18 anos até que o chafariz da rua da carioca fosse inaugurado. Este chafariz contava com 16 bicas de bronze. Um marco desta obra permanece até os dias de hoje, que são os Arcos da Lapa. Trecho original da canalização do rio Carioca. Quando o carioca atingiu sua capacidade de abastecimento outros rios foram utilizados como o rio Maracanã que levou água até o campo de Santana.
Clima e insalubridade.
O clima no Rio de Janeiro era considerado doentio. A nobreza não suportava o calor e a umidade. Os europeus que desembarcavam na cidade não conseguiam trabalhar como na Europa e logo solicitavam transferência. Queixas sobre calor, sufocamento, cansaço, umidade, chuva, insolação. A década de 1760não foi agradável para os estrangeiros no Rio de Janeiro.
O ideário urbano – sanitarista.
Em 1798 um encontro ambientalista foi promovido pelos vereadores do Rio de Janeiro. Deste encontro foram estabelecidas medidas para sanear a cidade. Como a construção de valas de escoamento, elevação do nível do piso das casas em 50 centímetros, arborização dos morros, proibição de sepultamento no interior das igrejas, criação de cemitérios e higienização dos matadouros. Além do incentivo ao exercício físico, consumo de frutas e verduras.
A muralha do medo. O medo em face dos inimigos de primeira hora.
As primeiras ocupações para construir a cidade do Rio de Janeiro forma marcas pelo extermínio dos índios tupinambás que Men de Sá relatava que milhares forma exterminados e os poucos que eram poupados eram escravizados. O Segundo passo foi a construção de uma muralha para proteger a cidade.
O Medo em face dos inimigos ocasionais
Alguns inimigos sequer eram conhecidos dos habitantes da cidade. Os desacordo políticos na metrópole resultavam em consequencias belicosas na colônia.
O medo originário da relação senhor – escravo.
A população escrava da cidade crescia a cada momento e os conflitos eram inevitáveis. A desconfiança era onipresente, pois os senhores temiam uma revolta contra eles próprios ou contra seus meios de produção. Além dos desejos de fuga, que eram apaziguados com instrumentos políticos, militares e religiosos.
O Medo vira realidade: aconteceram as invasões.
7 de agosto de 1710 uma esquadra francesa entra na baía da Guanabara com bandeiras inglesas, mas o eficiente serviço de espionagem português permitiu que os canhões defendessem a cidade, forçando que os invasores aportassem apenas na Ilha Grande. Os franceses seguem a pé passando por Guaratiba, Jacarepaguá, Engenho Novo e chegado até a Praça XV. No confronto do centro da cidade os franceses foram derrotados com 400 mortos franceses e 70 do Rio de Janeiro. A resposta francesa chega um ano depois, em 7 de junho de 1711. A França envia 17 navios e mais de 4 mil homens que atravessa a baía da Guanabara sob a proteção da névoa e desembarcam tomado a cidade, saqueando seus bens e expulsando os moradores. A invasão foi tão brutal e os saques tão violentos que os comandantes franceses precisaram decapitar três soldados por excessos cometidos. Mas os franceses não ficaram na cidade, receberam uma indenização de 240 contos de réis (uma fortuna), 100 caixas de açúcar (outra riqueza da época) e 200 bois. Além de revenderem aos antigos donos os bens saqueados.
O medo questiona as técnicas e estratégias de defesa
O governo português resolve levar a sério a defesa da cidade do Rio de Janeiro. Em 1713 chega a cidade o especialista em fortificações e engenheiro militar João Massé. A missão dele era reavaliar as defesas da cidade e propor novas obras para garantir a defesa da cidade.
O medo constrói sua muralha de pedra.
Uma nova muralha de proteção é construída, mesmo a antiga ainda estando pronta e as áreas dentro da antiga muralha ainda não estando totalmente preenchidas. A cidade, mais uma vez, agia precipitadamente, pois aumentava seu espaço sem ocupar primeiro seus espaços internos. E o erro teve como consequência o desprezo da sociedade carioca pela nova ora que foi completamente ignorada e a muralha se tornou alvo de vandalismo e destruição da população que utilizava seu material para obras particulares.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Rio Antes do Rio

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
O Rio Antes do Rio De: Armelle Enders
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Portugal do início de século XVI, 1502 exatamente, possuía pouco interesse nas terras descobertas dois anos antes. Todo o interesse estava voltado para as índias que podia ser considerada toda a Ásia. Apesar de muito contestada a versão sobre o descobrimento do Rio de Janeiro publicada pelo historiador Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX, foi considerada como válida. Atribuindo a Gonçalo Coelho a descoberta da Bahia de Guanabara em 1º de janeiro de 1502. Os mapas só confirmariam o “Rio de Janeiro” em 1519, local que os marinheiros chamavam de Bahia de Santa Luzia ou dos Inocentes.
A Terra dos Tupinambás.
Curiosamente o interior do território brasileiro foi ocupado primeiro do que o litoral, seis mil anos antes, para um calculo aproximado. A população Tupi-Guarani deixou as bacias dos rios Paraná e Paraguai para, no século V, chegar a região do Rio de Janeiro. Em 1500 eles dominavam da foz do Rio Amazonas até o litoral de Santa Catarina. A baia de Guanabara era ocupada pelos Tamoios de cultura Tupi. Em 1500 a população indígena do Rio de Janeiro era estimada em 14 habitantes por quilometro quadrado, população muito semelhante a da Península Ibérica. Um século depois de São Vicente a Cabo Frio a população foi reduzida para cerca de 5 mil índios. Foi como dizimar a Europa em apenas cem anos, principalmente pelas epidemias, escravidão e guerras contra os invasores. Os tupis viviam em aldeias de cerca de 600 indivíduos que pescavam e caçavam. Além de cultivarem a mandioca, o feijão, o milho e o algodão. Permaneciam no mesmo lugar por cerca de dois anos depois deixavam o lugar onde a floresta voltava a ocupar seu lugar original. Mas a guerra era a vocação Tupi. Jean Lery relata campanhas de oito a dez mil homens que lutavam a cerca de 30 quilômetros de suas terras. Os prisioneiros eram escravizados e depois serviam para o ritual de antropofagia.
O Comércio do Pau Brasil.
A presença portuguesa na baia de Guanabara é rara. Regista-se apenas a frota de João Dias de Solis em 1515 quando ia em direção a bacia do Prata e Fernão de Magalhães em 1519 que descansa por dez dias na região. Esses contatos revelam que a terra dos Papagaios, assim conhecida pelos marinheiros, não revelam metais preciosos, apenas a árvore ibirapitanga ou pau Brasil. A extração desta madeira acontece em Pernambuco, no sul da Bahia e de Cabo Frio ao Rio de Janeiro. O governo português intensifica suas ações ao norte do Brasil deixando os normandos europeus livres para traficar na região do Rio de Janeiro. A expressão terra brasilis aos poucos substitui a Terra de Santa Cruz. Em 1517 o navegador português Cristovão Jacques abandona Cabo Frio que logo é ocupado pelos franceses que permanecem no local por muito tempo. Francisco I da França consegue um interpretação melhor do Papa Clemente VII, onde as terras não ocupadas por portugueses e espanhóis eram livres para quem os ocupar. Em reação a essa medida em 1530 Martin Afonso de Souza é nomeado governador do Brasil e organiza uma expedição que marca o território brasileiro com rochas esculpidas com as armas portuguesas. Ele permanece no Rio de Janeiro de 30 da março a 1º de agosto de 1530 onde constrói uma casa que é batizada pelos índios de Carioca (Casa de Branco). Em 1532 é implantado o sistema de capitanias no Brasil e em 1534 Martin Afonso de Souza recebe as capitânias de São Vicente e Rio de Janeiro. A primeira recebe os investimentos de seu dono, enquanto o Rio de Janeiro fica entregue a corsários franceses e sem nenhuma proteção. Até em 1550 Pero Góis escreve a D. João III que o Rio de Janeiro é a maior escala de corsários do país. Prova disto é em 1552 quando Tomé de Souza tenta desembarcar no Rio de Janeiro e é expulso por franceses e indígenas.
A França Antártica.
Malta Nicolas Durand de Villegagnon foi o principal personagem da mal sucedida França Antártica. Chegando ao Rio de Janeiro em novembro de 1555 estabelece uma fortaleza na pequena ilha próxima ao litoral que é batizada de Coligny. A ilha seria o ponto de partida para a construção da Henriville em homenagem a Henrique II da França. Estabelecendo uma cooperação com os indígenas os colonos calvinistas garantem um suporte para estabelecer a colônia. Mas os índios são resistentes a aculturação pretendida por Villeganon permanecendo nus e não se submetendo a imposição protestante. Villegagnon proíbe a fornicação com as índias e a expansão da colônia fica comprometida. Em 1557 o comandante rompe com Calvino o que deixa a colônia ainda mais conflituosa. Para buscar apoio Villegagnon retorna a França e deixa seu sobrinho Bois-Le-Comte governando a colônia.
A Ofensiva Portuguesa.
Um ano antes da partida do comandante francês Men de Sá é nomeado governador geral do Brasil e solicita apoio militar para reforçar os domínios do sul do Brasil. Em 15 de março de 1560 Men de Sá inicia um ataque que de dois dias a ilha Coligny, contando com a presença do jesuíta Manoel da Nóbrega, chegado ao Brasil em 1549, cumpre a expectativa e expulsa os franceses que se espalham pelo continente. Na sequencia atacam os índios matando muitos deles. Para o jesuíta a ilha era um ninho de calvinistas prontos a semear a heresia entre os indígenas. Em carta enviada ao infante português D. Henrique, Manoel da Nóbrega afirma ser necessário povoar o Rio de Janeiro e fundar mais uma cidade, para garantir a expulsão dos franceses e dos índios hostis.