terça-feira, 28 de setembro de 2010

Análise Comparativa de Livros Didáticos

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período




Análise Comparativa de Livros Didáticos

Matéria: Laboratório de Pesquisa
e Prática Pedagógica em História
Professora: Jussara.







Macaé/RJ
Setembro de 2010.


Apresentação.


Quando recebi a tarefa de analisar dois livros didáticos da história, a principio fique satisfeito por ter a oportunidade de voltar a ter contato com material que foi responsável por hoje ser um estudante do curso superior de história. Tinha certeza que muita coisa já havia se modificado e atualizado, já que estudamos uma ciência dinâmica e com técnicas que evoluem a cada dia.
Portanto procurei livros que tivessem o maior alcance possível, que fossem reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC), e tivessem o ano de publicação mais recente disponível.
Consultando amigos educadores que atuam na área cheguei a estes dois livros que aqui apresento.


Introdução.


O trabalho se desenvolve sobre os livros Série Link do Tempo da 5ª Série da Editora Edições Escala Educacional e História por eixos Temáticos da 5ª Série da Editora FDT. Das várias formas de abordagem de análise para o trabalho proposto optei por uma abordagem sintética, utilizando um quadro comparativo dos principais elementos que fui capaz de identificar e julgar relevantes para serem descritos.
Não foi objetivo deste trabalho analisar e interpretar o conteúdo e didática dos livros escolhidos. Principalmente por não reunir as competências necessárias para fazer tal análise.




Capitulo 1 – A tabela



Tabela comparativa de Livros Didáticos
Livro Analisado
Série Link do Tempo História por Eixos Temáticos
Autor Denise Matos Marinho Antonio Pedro
Léo Stampacchio Lizanias de Souza Lima
Editora Edições Escala Educacional FTD
Ano 2008 2008
Serie 5ª 5ª
Páginas 136 238
Imagens Pinturas clássicas, Pinturas clássicas, Fotos
Documentos Históricos e Mapas
Cores Sim Sim
Sugestões de Atividades Propõe trabalho em grupo Não sugere atividades coletivas
e em duplas
Material complementar Propõe Propõe
Textos Propõe Não Propõe
Capitulos Numerados Sim Sim


Capitulo 2 – Os autores

Denise Matos Marinho é autora que desde 2005 tem seus obras incluídas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Léo Stampacchio é editor gráfico e trabalha na linha de livros didáticos para diversos segmentos do ensino médio e fundamental. Antonio Pedro Toda é historiador e escritor. Já publicou livros pela FTD, Companhia das Letras e Editora Contexto. Lizanias de Souza Lima, Professor de Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e particulares, mestre em História Social pela USP. Editor de autor de livros didáticos e paradidáticos de História e Geografia.
Todos os autores citados tem uma vasta coleção de livros editados e recomendados pelo MEC. Em catálogos pesquisados do ano de 2005 a 2008 estes autores sempre foram listados para apreciação dos professores.

Capítulo 2 – As Editoras.
A Escala Educacional tem sede em São Paulo e em seu catálogo, totalmente voltado para a área de educação encontram-se livros didáticos como o aqui apresentado, paradidáticos como “ Meu computador a Internet e Eu”, Revistas de Literatura e Geografia e séries como “Literatura sem Segredos”.
FTD Editora com mais de 100 anos de tradição em publicações educacionais e em literatura infanto juvenil. Tem sua sede na cidade de São Paulo.
As duas editoras possuem um grande catálogo na área educacional. Mesmo com a maior experiência da FTD eles se equivalem em confiabilidade.

Capitulo 3 – A Comparação.
Com a preocupação de escolher livros que atinjam a mesma faixa etária, optei pela 5ª serie do ensino fundamental, onde o aluno inicia seu conato com um número maior de disciplinas e encontra a História como um disciplina isolada da geografia e quase sempre lecionada por um professor específico para a matéria. Logo de início percebe-se claramente que o livro da Serie Link do Tempo (SLT) é mais fino e mais leve, pois são 102 páginas a menos que a História Por Eixos Temáticos (HET). Uma diferença considerável já que o tamanho da fonte de impressão são bastante semelhantes e espaçamento entre as linhas também são muito parecidos. O livro HET utiliza o recuso de mapas para ilustrar suas narrativas, recurso que enriquece o conteúdo e auxilia o estudante na referencia do espaço onde os fatos ocorreram. Este recurso são foi explorado pela SLT que fica mais uma vez deixando uma percepção de falta de conteúdo. Por outro lado a SLT propõe diversas vezes trabalhos em grupos e em duplas, ao final de cada capitulo apresentado, motivando o estudo e a integração entre os alunos, concorrendo para um melhor aprendizado. Esse sentido de integração não é visto na HET.
Visualmente os livros são bem agradáveis à leitura. Como são direcionados para alunos da 5ª Série que geralmente tem entre 10 e 11 anos tem cores atrativas e trazem ilustrações clássicas e muito encontradas nos livros destinados ao mesmo segmento. Os capítulos numerados e com textos acessórios contribuem para dinâmica de leitura. Somente deve ser relatado que a HET não propõe ao aluno a elaboração de textos próprios com a mesma intensidade que a SLT o faz.

Capítulo 4 – Conclusão.
Apesar de uma primeira impressão desfavorável o SLT é o livro que mais interage com o estudante, estimulando-o a praticar o que é estudado e assim, na minha opinião, desenvolver maiores saberes e conseqüentemente ter uma visão mais apropriada da nossa realidade.

Historia das Idéias Socialistas no Brasil de Vamireh Chacon.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período





Historia das Idéias
Socialistas no Brasil
de Vamireh Chacon.

Matéria: História do Brasil república
Professor: Victor





Macaé/RJ
Setembro de 2010.




O texto do cientista político Vamireh Chacon, nascido em 1934 no Recife, inicia com o tema Anarquismo e Sindicalismo, contando a história de Astrojildo Pereira Duarte da Silva que no final do século XIX, início do século XX era admirador de Benjamim Constant e Rui Barbosa, depois se tornou Marxista, abandonando sua formação anarquista da escola de Kropotkin. Astrojildo se tornou um ateu e socialista extremado, mergulhou nas obras de Marx e Nietzsch. Aproximou os socialistas brasileiros dos russos. Astrojildo foi mais radical do que Joaquim Pimenta. Astrojildo mergulhou, também, nas obras de Darwin, Lamarck, Ribot, entre outros citados. Já Joaquim definiu o método pragmático, onde busca arrancar algum benefício que seja para as causas das classes trabalhadoras, método esse, preferido pela maioria dos socialistas da época.
Particularmente suponho que a causa defendida por Astrojildo deve ter sido bastante dura de sustentar. Defender a classe proletariada requer mobilização e conscientização, condições muito difícies de se reunir no início de século XX, pois dependia de boa cultura e de bom acesso a informações que mal chegavam aos meios de comunicação.
Lima Barreto é citado como um dos maiores nomes do Brasil que foram influenciados pelo anarquismo. Sua condição de mulato e pobre o levou a abraçar a causa dos oprimidos, Lima Barreto produziu muita literatura sobre o assunto.
Vamireh faz uma rápida incursão ao passado e relata a primeira greve operária do Brasil em 1858, realizada pelos tipógrafos. Logo depois relata a primeira greve da república que foi realizada pelos ferroviários. Depois de uma serie de greves até 1919 o autor relaciona esses fatos com o movimento socialista russo que, na sua visão, ecoava no Brasil.
O citado “Primeiro Congresso Operário Brasileiro” realizado no Rio de Janeiro em 1906, trazia reivindicações que, muitas delas, ainda são causas reivindicadas por trabalhadores nos dias de hoje como: Jornada de 8 horas, ensino gratuito e laico, seguro por acidente de trabalho, explração do trabalho do menor e aposentadoria.
Mesmo com o êxito da idéias anarquista, a revolução russa de 1917 levou o comunismo a se tornar o termo mais empregado e aceite nos discursos da causa operária.

Memórias de um Escritor de Nelson Werneck Sodré

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período





Memórias de um Escritor
de Nelson Werneck Sodré

Matéria: História do Brasil república
Professor: Victor





Macaé/RJ
Setembro de 2010.






O historiador e militar Nelson Werneck Sodré inicia o capitulo denominado “O modernismo” que segundo ele não continha nada de revolucionário e sim representava o avanço burguês no Brasil. Werneck continua desmontando o sentido revolucionário do modernismo quando relata que o palco escolhido para vender o seu produto foi o Teatro Municipal da São Paulo e não nas ruas, na praça ou em um anfiteatro acadêmico. Os artistas renovavam apenas o gosto geral mas não traziam nenhuma ameaça a ordem vigente.
A falta de conhecimento técnico das artes era o que marcava o modernismo a falta de regras não foi muito bem aceita pelo público que nunca foi um consumidor do modernismo. Tudo não passava de uma cópia do que acontecia na Europa. Anita Malfatti, pintora, trouxe suas influencias da Europa que muitas das vezes eram as viagens para o continente o prêmio dos concursos realizados.
Werneck continua demolindo os maiores personagens do modernismo: Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, são descritos como sem conteúdo de fato e de ricos mais preocupados em ficar em evidência.
Depois de destruir vários mitos do modernismo o autor concorda que o modernismo foi importante na renovação e que rapidamente foi transformado de cultura importada em base adequada ao nosso meio.
Werneck revela que escreve o texto em 1969 e que no momneto existia uma grande valorização do passado, principalmente de Oswald de Andrade ( que ele detesta), mas que não passa de um radicalismo baseado no palavrão a na nudez (já em 2010, ainda vemos muito isso) que não resiste a uma análise mais profunda.
Desta metralhadora giratória de Werneck somente Mario de Andrade escapa. Elogiado de todas as formas pelo autor, fica até suspeito acreditar fielmente na imparcialidade deste texto.
Portanto concluo que o militar e historiador Nelson Werneck Sodré, teve muita dificuldade em aceitar o modernismo, ele que por muitos anos foi professor de história militar e devia viver sobre austeros pontos de vista, viu a semana de arte moderna de 1922, como algo sem importância logo após o fim da primeira guerra mundial em 1918.

A Coluna Prestes. de Nelson Werneck Sodré.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período





A Coluna Prestes.
de Nelson Werneck Sodré.

Matéria: História do Brasil república
Professor: Victor





Macaé/RJ
Setembro de 2010.







No dia 14 de abril de 1925 duas colunas tenentistas se encontram no sudoeste do Paraná. Foi publicado um boletim interno criando a primeira divisão revolucionária que depois seria conhecido como Coluna Prestes.
Neste período pós guerra o capitalismo estava em crise, como também a cultura e a sociedade que assistia um embate do velho contra o novo. O Brasil tinha no latifúndio sua maior expressão comercial. O café principal produto de exportação e base da economia brasileira começa, a partir de 1920, um processo de desvalorização internacional. Até 1922 um grande investimento de empresas internacionais investem no Brasil, como a Light e a Belgo Mineira.
O poder federal desta “republica velha” fica detido nas mãos de poucos políticos e de seus comandados que quando perfeitamente subordinados se tornam senhores absolutos de seus estados ou municípios, para qual foram indicados.
A política dos coronéis era absoluta. Como o País era basicamente latifundiário, os senhores de terras, os “coronéis” era quem determinava o voto de seus colonos e em toca recebia os benefícios dos políticos por ele eleitos.
Em dezembro de 1921 o clube militar decide que as cartas injuriosas aos militares, creditadas a Artur Bernardes eram verdadeiras e uma grande campanha de repúdio foi iniciada contra o candidato que por fim venceu as eleições. Bernardes representava, para os militares a conservadora elite dominante e uma carta forjada para fins ilícitos, foi a base de um movimento verdadeiro e puro dos militares.
Foi na data de 5 de julho de 1922 que o Forte de Copacabana e o Colégio militar se rebelam e marcham em direção a Vila Militar. Foram rechaçados e voltaram para o seu quartel. Este episódio gerou perseguições mortes e um estado de sítio que perdurou por 4 anos. Exatamente 2 anos depois os militares tomam a cidade de São Paulo, foram bombardeados e retiraram-se organizadamente para o oeste do Paraná, indo de Guaíra até Foz de Iguaçu, contando com cerca de três mil homens. A coluna Prestes então se torna um movimento de vulto nacional. Em 14 de abril de 1925 as colunas gaúcha e paulista se unem e formam a chamada coluna Prestes que marcharia por todo o centro oeste, grande parte do nordeste e Minas Gerais, indo refugiar-se na Bolívia.
Eram pouco mais de 800 homens, mal armados mas muito corajosos. O autor, Werneck, valoriza bastante os feitos desta coluna que basicamente caminhavam em revolta contra o governo federal. Foi de muita repercussão, mas a coluna não dominava cidades e sim passava por elas com sua propaganda, não dominavam territórios e seguiam sempre em marcha.
Preste é demonstrado como um homem inteligente, primeiro da turma na academia militar, porém de pouca estatura.
O tenentismo que é um movimento de ascensão burguesa não deixou de buscar o aprimoramento do regime republicano, buscar a perfeição da letra da Lei e não os desmandos e desvios que ocorriam no Brasil. Era essa sua ideologia.
O Tenentismo é descrito em três etapas distintas, mas imprecisamente delimitadas. A primeira onde os elementos atuam isoladamente e somente abrange os militares. A segunda inicia-se as ligações com a política local e na terceira a frontal oposição ao governo federal.
No texto Werneck relata que existe um grande apelo e simpatia popular por Prestes e sua marcha, mas acredito que esta simpatia não passou, por muitas das vezes, de mera curiosidade. A marcha monumental por praticamente todo o pais não foi capaz de arregimentar um numero suficiente para encorajar Prestes a uma ofensiva direta contra as tropas federais. Muito foi noticiado pela imprensa e a população fantasiava a respeito de prestes e seus feitos. Mas sua divisão revolucionária nunca alcançou um número considerável de componentes.

História Militar do Brasil. O Tenentismo Por Nelson Werneck Sodré.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período





História Militar do Brasil.
O Tenentismo
Por Nelson Werneck Sodré.

Matéria: História do Brasil República
Professor: Victor






Macaé/RJ
Setembro de 2010.




O texto do historiador militar Nelson Werneck Sodré inicia dando conta que ao fim da primeira guerra mundial uma reforma militar se inicia no Brasil. Apesar da resistência de alguns oficiais da antiga os jovens oficiais fundam uma revista militar e começam sua busca por reformas.
A chegada de missão militar francesa em 1918 contribui fundamentalmente para a mudança da mentalidade militar no Brasil. O ensino militar é reformado, tendo como objetivo uma visão profissional desta carreira. Isso acabou por distanciar o oficialato da tropa.
Durante a campanha presidencial de 1922 cartas atribuídas a Artur Bernardes denegrindo os militares repercutiu de forma definir que para os militares a candidatura de Artur Bernardes era incompatível com seus interesses e uma forte rejeição, por momentos até violenta, durante sua visita ao Rio de Janeiro, marcou o posicionamento dos militares. Como é sabido, Bernardes venceu a eleição contra Nilo Peçanha.
A política dos governadores de Campos Sales garantia o total funcionamento da máquina estatal em favor de quem já detinha o poder. O presidente dava total liberdade de ação para os governadores que em troca dava suporte, com as suas bancadas, na Câmara e no Senado federal. Política que levou Rui Barbosa a renunciar a seu cargo de Senador em 10 de março de 1921, por se sentir um “corpo estranho” na política brasileira.
Paralelamente a oposição promovida pelos militares contra os latifundiários e a perpetuação das classes dominantes no poder. Os latifundiários dos estados mais ricos aparelharam o exercito oficial e governista, enquanto nos estados mais pobres um força policial paralela foi montada pelos latifundiários para defender seus interesses e territórios.
Após o insucesso do segundo 5 de julho, os comandados da coluna do sul, por Prestes., juntam-se aos refugiados da coluna paulista no sertão do Paraná, formando a Coluna Prestes.
A Coluna Prestes em 647 percorreu mais de 24.000 quilômetros, impondo assim o seu prestígio e reconhecimento por grande parte da sociedade. No fim do mandato de Bernardes e início do mandato de Washington Luis, esperava-se uma anistia que não veio, mas resultou na fundação do Partido Democrático que levou Getúlio Vargas ao governo do Rio Grande do Sul em 1928.
O governo federal permanecia mergulhado em casos explícitos de corrupção. O senador governista Reinaldo Porchat renuncia a sua cadeira indicada pelo próprio governo por “sua dignidade não permitir que ele se mantenha na cadeira”. As eleições não poderiam trazer a oposição ao poder, pois eram fraudadas da primeira a última linha.
A crise financeira de 1929 fortaleceu a ideologia tenentista que eclodiu em revolução em 1930 com o assassinato de João Pessoa. Este início da revolução de 1930 conta logo com uma grande perda. Preste não participa deste movimento, por não representar a vontade popular e sim, na verdade, uma disputa entre oligarquias.
O movimento revolucionário prosseguiu, formado pelos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. Em 3 de outubro de 1930 tomam o Rio de Janeiro. Em 3 de novembro, Getúlio Vargar assume a chefia do Governo provisório.

Formação Econômica do Brasil Cap. VIII Capitalização e Nível de Renda da Colônia Açucareira de Celso Furtado.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História



Bruno Botelho Horta
Segundo Período





Formação Econômica do Brasil
Cap. VIII Capitalização e Nível de Renda da Colônia Açucareira
de Celso Furtado.

Matéria: Formação Econômica do Brasil
Professor: Victor







Macaé/RJ
Agosto de 2010.
CAPITALIZAÇÃO E NÍVEL DE RENDA NA COLÔNIA AÇUCAREIRA


O autor inicia relatando que o governo português investe inicialmente na produção de açúcar no Brasil. A mão de obra utilizada era a indígena escava. Os negros africanos só viriam depois que a empresa já estava estabelecida. Negócio prosperou e a quota de produção foi vinte vezes maior do que a esperada. Isso ao fim do século XVI.
Ao analisar os custos da produção do açúcar no País, Celso Furtado revela que cerca de 90% da renda gerada pela produção, permanecia na mão do dono do engenho. Boa parte destes lucros era gasto com importação de artigos de luxo europeus.
A produção do açúcar era tão intensa que chegou a se duplicada a cada dois anos, devido ao forte retorno de capital. Capital que ao permanecia na colônia.

FLUXO DE RENDA E CRESCIMENTO

O primeiro investimento feito pelos donos de engenhos é na forma de pagamentos ao exterior com a importação de equipamentos, materiais de construção e mão de obra.
O autor rebate a comparação do sistema açucareiro com o feudalismo, já que o açúcar era totalmente voltado para a exportação. Também explica que a produção do açúcar foi regulada para evitar um colapso nos preços, pois as terras e o mercado consumidor possibilitavam uma expansão maior do que a ocorreu de fato. Isso entre as metades dos séculos XVI e XVII.
O autor termina o capitulo explicando que os custos fixos do engenho de açúcar permitia que a estrutura suportasse retrocessos, até seculares e retomasse com plena vitalidade depois.

PROJEÇÃO DE ECONOMIA AÇUCAREIRA: A PECUÁRIA.

A grande ocupação e movimentação financeira da empresa de açúcar justificou a existência de outras atividades econômicas, entre elas a pecuária. Já que a carne fazia parte da dieta alimentar de senhores e escravos. O governo português proibiu a criação de gado no litoral, que era fundamentalmente utilizado para o cultivo de cana. Criou-se então, duas atividades independentes, já que os senhores de engenho não diversificavam seus empreendimentos. Paralelamente, no nordeste, a pecuária contribuiu para a ocupação do interior.
A mão de obra utilizada inicialmente foi a indígena que se adaptou bem ao trabalho. A criação de gado dependia diretamente da expansão da cultura canavieira. No século XVII a expansão nordestina levou a criação para o interior. A exploração mineira do século XVIII levou a pecuária para o sul do Brasil
A economia criatória era um mercado muito pequeno comparado ao da açucareira e basicamente era, apenas, de subsistência.


A FORMAÇÃO DO COMPLEXO ECONÔMICO NORDESTINO

A lenta redução da atividade açucareira que se iniciou na segunda metade do século XVII ocasionou uma fuga de mão de obra para o setor pecuário, que dispunha de muitas terras no interior.
Essa fuga populacional do litoral para o interior foi caracterizada como involução, onde a expansão da pecuária reflete apenas, a expansão da atividade de subsistência.


CONTRAÇÃO ECONÔMICA E EXPANSÃO TERRITORIAL

O controle da bacia amazônica foi intensificado a partir do século XVI, quando a coroa portuguesa e espanhola unidas, defenderam as terras do nordeste das invasões holandesas, francesas e inglesas.
A ocupação foi bastante difícil. A colônia do maranhão viveu dificuldades, pois estava isolada e o cultivo da cana não apresentou resultados positivos e ainda agravados pela baixa do mercado internacional.
A busca por escravos indígenas levou os colonos do maranhão ao Pará, onde dominaram técnicas de explorar os bens da floresta e com a ajuda dos jesuítas, terem a cooperação dos índios.
No sul, São Vicente vivia a queda da produção do açúcar e segue na direção da bacia do Prata com a fundação da colônia de Sacramento em 1680, onde o comércio de couro permitiu a expansão para o sul do País.

História Econômica do Brasil – Atividades Acessórias de Caio Prado Junior.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período





História Econômica do Brasil – Atividades Acessórias
de Caio Prado Junior.

Matéria: Formação Econômica do Brasil
Professor: Victor







Macaé/RJ
Setembro de 2010.


As Atividades acessórias que se desenvolviam junto as grandes produções nacionais de açúcar e tabaco, eram mantidas pelos próprios escravos que trabalhavam na cultura principal, geralmente era dedicado o domingo para que eles produzissem culturas adjacentes que suplementavam a atividade principal e não era necessário recorrer a recursos fora da propriedade.
Os pequenos centros urbanos não recebiam produtos das fazendas, pois a atividade não tinha excedente, foram então, conduzidos a produzir suas próprias necessidades alimentares em pequenas culturas familiares. Os principais cultivos eram de mandioca, milho (muito valorizado), arroz feijão, poucas verduras e muitas frutas. Mas basicamente a população urbana era sub nutrida, pois grande parte dos donos de terras preferiam pagar um alto preço para completar sua alimentação do que plantar uma cultura que não lhes dava lucro.
O que me impressiona é que mesmo em uma época predominantemente rural e onde a população em números muito reduzidos não tinha laços de cooperação e de preocupação social. Os grandes fazendeiros, segundo Caio Prado, se isolavam em suas fazendas e não participavam da vida social da região em que viviam. E se o faziam seria somente com interesses econômicos ou políticos. A cooperação e a preocupação social não existiam. Pelo que posso analisar os graves problemas que enfrentamos hoje em dia tem origem bem anterior a época em que vivemos, já vem desde a colonização e se intensificou no século XVIII, segundo Caio Prado.
Mas voltando as atividades acessórias da qual trata o texto, temos a pecuária, também, desenvolvida como atividade acessória, apesar da importância na dieta dos centros urbanos. Essa atividade sempre ocorreu na periferia das atividades agrícolas de grande produção. E pecuária se expandiu pelo interior do nordeste, onde encontrou péssimas condições de desenvolvimento.
A partir do século XVIII a atividade de mineração se torna a principal atividade econômica no Brasil e por conta disto todas as outras atividades entram em declínio. Na região central de Minas Gerais é que são descobertas as maiores jazidas e a política econômica da metrópole atua cobrando o quinto da produção e implementando diversas regras de exploração.
Nesta parte do texto Caio Prado foge da intenção inicial de discorrer sobre as atividades acessórias, pois a mineração se torna uma atividade principal e apesar da grande importância dos relados tais como do derrame e a explanação sobre os faiscadores e a exploração dos diamantes, Caio Prado leva o foco do texto para a atividade principal.
No capítulo 8 ele volta a tratar da pecuária nordestina que em apoio a atividade açucareira no litoral, se desenvolveu partindo da Bahia até o Pernambuco, pelo interior da região. Mesmo tendo alcançado um regular nível de produção a falta de chuvas e as grandes distâncias contribuíram para um produção irregular e baixa qualidade do gado nordestino. O interessante é a referência as atividades complementares da pecuária do nordeste, que já é uma atividade complementar da produção açucareira do litoral.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Memórias do Cativeiro: Narrativas e Etnotexto de Hebe Maria Matos.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História





Bruno Botelho Horta
Segundo Período





Memórias do Cativeiro: Narrativas e Etnotexto
de Hebe Maria Matos.

Matéria: Introdução a História
Professor: Marcelo Abreu







Macaé/RJ
Agosto de 2010.


Memórias do cativeiro é um projeto do Laboratório de História Oral e Imagem da UFF. Que arquiva entrevistas produzidas em projetos de história envolvendo camponeses ou negros, nascidos ainda nas primeiras décadas do século passado e portadores de uma memória de escravidão do setor cafeeiro no Brasil.
As entrevistas foram realizadas de diversas maneiras que ao final foram catalogadas e mantiveram seus formatos originais.
Dos diversos textos produzidos após as entrevistas, foi verificada uma semelhança ente os diversos depoentes. Emergiu uma consciência coletiva dos escravos do sudeste cafeeiro do Brasil, um Etnotexto.


“relatos orais e escritos, podem ser tomados como narrativas portadoras de formas
próprias de expressão, que podem ser utilizadas pelo historiador como fontes para pesquisa”


A produção historiográfica e a produção oral da história não são completamente diferentes, as questões sociais influenciam na produção das duas fontes. Sendo que a produção oral deve se avaliada em qual contexto se encontra o depoente e qual a sua relação com o entrevistador.
Ao contrario dos registros históricos foi possível perceber que nas entrevistas os depoentes utilizavam o termo “cativo” e “cativeiro”, para designar “escravo” e “escravidão”. Essa é uma diferenciação importante que foi revelada através dos etnotextos.
As gerações familiares eram marcantes na época da escravatura. Eram três grandes grupos. Os africanos, os nascidos escravos e os livres.

A CONSTRUÇÃO DAS CHAVES TEMÁTICAS.

O tempo de cativeiro é a primeira chave temática encontrada nas entrevistas realizadas. Era o tempo que raramente havia acontecido com eles e sim com seus pais ou avôs. O primeiro corte de período observado é a memória da África. Depois viia os Laços de Família, em que alguns negros mantinham relações com a casa grande e recebiam algum benefício por isso.
O etnotexto permitiu identificar que alguns negros eram beneficiados por ações dos senhores e estes ficavam marcados na memória dos entrevistados. Já os torturados geralmente não pertenciam a família dos entrevistados.


MEMÓRIA COLETIVA E ENQUADRAMENTO SOCIAL

O real enquadramento só veio, para os depoentes, na Era Vargas, onde a liberdade social, finalmente foi alcançada.
As políticas sociais do estado novo abraçaram a maioria destes relatantes que foram testemunhas da melhora de condições sociais e comparavam com as péssimas condições vividas por seus pais e avós.
Os relatos dos depoentes constroem uma identidade coletiva que atravessa os tempos, formam uma consciência e demonstram uma tradição familiar. Especificando, assim, o que foi a história de vida e de seus antepassados através dos tempos de escravidão, libertação e colocação social.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Literatura Como Missão. Tensões sociais e Criação Cultural. A Inserção Compulsória do Brasil na Belle Époque de Nicolau Sevcenko.

Capitulo I do livro do brasileiro, filhos de russos, Nicolau Sevcenko. Professor de História da Universidade de São Paulo.
Em sua primeira parte é destacado que o início da república é marcado pó sucessivas crises e que uma filtragem dos elementos não necessários ao novo regime foi realizada. A sociedade experimentava uma corrida especulativa em busca da “caça ao ouro”.
A cidade do Rio de Janeiro como centro político do Pais é relatada pelo autor como o centro de comércio e finanças, além das recentes aplicações industriais. Uma febre de consumo se estabeleceu na cidade, todos voltados e o grande contato com cidades de todo o mundo. E foi a partir de 1898 que a cidade começa a deixar seu aspecto de colônia e abre o caminho para a substituição das elites, trazendo um conceito de moderno, similar as cidades européias. O grande marco desta virada é a construção da Avenida Central em 1904, onde o velho é substituído pelo novo. O autor relata as mudanças nas construções, a troca do mestre de obras pelo arquiteto, das vestimentas pretas e cartolas, pelo colorido e pelo chapéu de palha, da preguiça pelo espírito de trabalho. Daí surge a consciência de duas realidades a sociedade rural e a urbana. A sociedade urbana repudia todas as manifestações populares que chegam a ser perseguidas até pela polícia como os camelôs e barracas no cento, as festas populares de Judas e Bumba meu boi, candomblé e jogo do bicho. As fantasias de carnaval são censuradas proibindo-se fantasias como as de índio e cobra viva. Os mendigos, esmoleres, pedintes, indigentes, ébrios, prostitutas e outros marginais são expulsos da área central da cidade.
Oportunamente o autor compara o período da independência, onde a valorização do índio e do caboclo foi exaltada. Com a república onde todos queriam ser estrangeiros. Para situar o leitor no tempo Nicolau relata a existência da Liga Contra o Feio em 1908 e a Lia da Defesa Estética de 1915, lideradas por Luis Edmundo e Coelho Netto respectivamente. As relações sociais passam a se medidas pelos padrões econômicos na nova ordem da sociedade carioca. Não faltam relatos de falta de solidariedade e de conduta moral.

Corporativismo e Desigualdade. A construção de Espaço Público no Brasil. Poder Privado e Construção de Estado Sob a Primeira República. de Elisa Maria da Conceição Pereira Reis.

O texto da professora Reis, E.P. PHD em política Social e titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro em Sociologia Política tem por objetivo taça o processo de formação do estado brasileiro durante a Velha república. Seu argumento principal que a Velha República trouxe avanços significativos na formação do Estado brasileiro. Ela tem por preocupação não traça juízo do intervencionismo proposto pelos produtores de café desde o final do século XIX.
Primeiro é mencionado que o início da formação do Estado brasileiro tem gênese no período imperial onde um conjunto de instituições começa a funcionar. O Império tem a tarefa histórica de construir o Estado.
Citando o sociólogo alemão Norbert Elias que dia “A emergência e o desenvolvimento histórico dos estados-nacionais devem ser vistos como resultados inesperados de processos configuracionais de longa duração”.
Continuando sua análise a autora expõe que a formação de estados e estruturação de classes são processos autônomos entre si, mas que ambos são parte de um processo global de mudança social e que não podem ser pensados isoladamente um do outro.
Mas é em Michael Mann que a autora encontra significação nestes processos.
O sociólogo identifica quatro processos na formação dos estados. 1 – Conjunto de Instituições, 2 – Centralidade de decisões, 3 – Território demarcado e 4 – Monopólio do poder autoritário.
Quando o Brasil deixa o Império e inicia a república o monopólio do poder começa a ser quebrado. E o federalismo expande a capacidade estrutural da recém criada república. A constituição de 1891 tem no liberalismo econômico um fator importante nas idéis de descentralização que dominava a elite econômica. Mesmo sem perder suas características de dominação oligárquica, as relações entre o público e o privado ficam mais nebulosas, segundo a autora..
A república construiu uma capacidade extrativa de recursos maior, através das tarifas e taxas cobradas, aumentando assim sua penetração social e fortaleceu seu poder aumentando a representatividade das forças armadas.
Nos primeiros anos da república o estado assumiu uma postura protecionista aos produtores de café, mas com a queda dos preços do produto resultou em uma série de medidas que a autora passa a descrever a partir daí. Estas descrições tem um caráter muito mais econômico do que a real intenção desta resenha, mas pode ser destacado que uma forte pressão pela intervenção do estado na cultura do café foi exigida por parlamentares e senadores e sempre obteve negativas do governo federal até a posse de Afonso Pena.

Historia Geral da Civilização Brasileira O Brasil Republicano Capítulo I – Dos Governos Militares a Prudente – Campos Sales.

Texto do sociólogo e cientista político Fernando Henrique Cardoso, que foi Presidente da república de 1995 a 2002. Em seu primeiro capítulo é relato que a passagem do Império para República foi um movimento dês elites. Cita a famosa frase de Aristides Lobo “O povo assistiu àquilo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava”. Esse relato de 15 de novembro de 1889 mostra como o movimento republicano não era um movimento do povo e sim das elites. Entretanto os jovens oficiais iniciavam a reorganização da ordem política brasileira.
Nesta época a base social do Brasil era a Coroa, escravidão e as grandes propriedades. 5;5% da população era de escravos. A partir de então, com o ingresso do capital estrangeiro, principalmente o inglês a sociedade brasileira dinamizou-se. A cidades cresceram, inchando-se do movimento migratório vindo do campo e do exterior.
Politicamente o auto conta que o País vivia uma crise militar e religiosa no momento da proclamação da república. Fernando Henrique relata que o poder moderador no Brasil era muito amplo e o patriarcalismo, com seus favores pessoais, é que mantinha a frágil estabilidade do governo imperial. Paralelamente os militares ganhavam consciência de que para ser chefe do exército era necessário ser chefe da província, pensamento de Caxias. Dessa forma os militares começaram a buscar seu espaço na política. Mas sem participar da chamada “politicalha”. O autor segue narrando diversos fatos que foram inserindo os militares na política brasileira, desde o jornal “O Militar” até a república.
Depois de demonstrar a base do início econômico da republica, Fernando Henrique ressalta o fortalecimento do federalismo com a constituição de 1891. E a oposição ao novo regime não passava de retórica. Deodoro viria a renunciar em 23/11/91 depois de fechar o Congresso e como contragolpe terem sido deflagradas revoltas em vários pontos do País. Floriano Peixoto assume o poder.
Apesar de uma maior participação popular. Entenda-se essa participação como sendo as dos militares, fazendeiros de café e letrados civis. Uma política de clientelismo praticada junto aos “coronéis” do interior era quem garantia a sustentabilidade do poder. Os coronéis forneciam os votos de cabresto e o governo fornecia uma política favorável a esses “coronéis”.
Quando Campos Sales assume o poder consegue sanear as finanças do Brasil e seguir um modelo progressista a partir de então.

O Império Colonial Português de Charles Ralph Boxer

Texto de 1969 que tem o título original de The Portuguese Seaborne Empire, do historiador inglês Charles Ralph Boxer ou C.R. Boxer, como costuma figurar.
O texto inicia com: O Ouro da Guiné e o Prestes João (1415 – 1499). Período que se inicia com a conquista de Ceuta na África e se estende até o regresso de Vasco da Gama em julho de 1499. Além dos relatos sobres as expedições Vikings que chegaram a América do Norte através da Islândia e de algumas galegas italianas que poderiam ter chegado as ilhas da Madeira e dos Açores. O historiador relata que estas viagens não obtiveram um prosseguimento sistemático. Este prosseguimento só foi estabelecido depois dos portugueses dobrarem o Cabo da Boa Esperança e chegar a costa do Mar da China e dos espanhóis conquistar o mesmo objetivo através da Patagônia e das Filipinas. E tem como motivações fatores comerciais, econômicos, religiosos, estratégicos e políticos. E destacado a importância de Portugal ter sido um reino unido primeiro do que os demais da Europa, o que facilitou a iniciativa expansão marítima. De início buscando o ouro na Guiné e o combate aos mulçumanos. Essa motivação religiosa fica clara nas bulas papais que autorizavam o rei português a converter pagãos na sua expansão. Além de proibir a interferência do outras nações.
A navegação pela costa ocidental da África, conta Boxer, utilizava os navios como bases flutuantes, a primeira feitoria em terra foi em Arguim, (na atual Mauritânia) em 1445.
Em 1488 é relatada a façanha de Bartolomeu Dias que ultrapassa o cabo da Boa Esperança. Vasco da Gama só completaria o caminho para as índias pela primeira vez nove anos depois de Bartolomeu Dias conquistar sua façanha, pois internamente D. João II recebia críticas por investir em um empreendimento tão caro e distante. A partir de então o monopólio do comércio das mercadorias de luxo asiáticas passa a ser comandado por Portugal.

A segunda parte é chamada de: A navegação e as Especiarias nos mares da Ásia. Citando o historiador indiano K. M. Panikkar (pág 61), Boxer concorda que o período de 1498 a 1945 pode ser chamado de período Vasco da Gama da História Asiática, onde apenas nações européias detinham o poder marítimo do oceano índico. Em Ormuz (Irã) e Malaca (Malásia) era onde Portugal mantinha suas relações de comércio com as índias. Nota-se que o mar da China se encontra além desta região. Uma outra facilidade citada pelo autor é que os povos do Egito, da Pérsia e de Vijayanagar não possuíam navios armados. Sendo assim facilmente derrotados pelos navios portugueses.
A domínio português começou do ocidente para o oriente, a partir da ilha de Goa, (costa de Moçambique), em 1510. Em 1515 foi conquistado o poro de Ormuz (Irã), Cheando a Malaca (Malásia). Ao tentar levar seu domínio para o mar da China foram derrotados em 1521 e 1522.
Os primeiros problemas começaram a acontecer na expansão asiática. O número de homens adultos em Portugal era insuficiente para uma expansão tão grande, e apesar de uma grande frota de navios, aproximadamente 300, era insuficiente para uma extensão marítima tão vasta. holandeses e ingleses já começavam a navegar os mares do índico no início do século XVII, pois já reuniam tecnologia suficiente e não aceitavam o monopólio de Portugal. Em 1575 Portugal perde o controle de Ternate. A partir de então Portugal vai perdendo o controle total do mar Índico, mas é compensado pelo início do comércio com chineses e japoneses.

O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. de Fernando Novais

O autor começa demonstrando o início da expansão marítima portuguesa pelas ilhas atlânticas no litoral note da áfrica. Primeiramente a ocupação só tinha como objetivo a exploração das novas colônias, ainda sem a intenção de ocupá-las. Essa busca por novas rotas de comércio se deu pela monopolização do comércio com as índias pelos venezianos e mulçumanos.
Novais ressalta que o principal fator que contribuiu para a expansão marítima foi a unificação dos estados europeus. Primeira mente Portugal, seguido de Espanha, paises Baixos, França, Inglaterra.
Fica claro que a monopolização do comércio da colônia com a metrópole é a mais importante e marcante característica do sistema colonial português sobre o Brasil. Monopolização, esta, que era utilizada pó todas as outras metrópoles sobre suas colônias. Não se tratando de uma característica particular entre o Brasil e Portugal.
Os produtos colônias que chegavam a metrópole reforçava o poderio financeiro da classe burguesa de Portugal. Pois os preços eram forçados para baixo até o limite, proporcionando grandes lucros para os exploradores.

História Econômica do Brasil de Caio Prado Junior.

Neste livro Caio Prado Junior traça um grande painel da formação econômica do estado brasileiro. Seria muito presunçoso de parte de qualquer um, realizar um resenha simples de um texto tão denso e completo como este apresentado pelo geógrafo, historiador, escritor e professo paulista. Pretendo apenas revelar em linhas gerais do que se trata esse livro, importante e fundamental, para historiadores, professores e pessoas que de uma forma geral se interessam por tão vasto e importante assunto.
Partindo desde as primeiras características da sociedade portuguesa histórica e geograficamente analisadas, passando pelo início da colonização da África até os primeiros anos na costa brasileira. Caio Prado, minuciosamente demonstra as primeiras extrações de Pau Brasil do nosso território. Até a sua decadência e início da atividade agrária. Onde a cana de açúcar assume um importante papel na economia da colônia e da metrópole. Ainda dento deste contexto, o autor ao deixa de esmiuçar as atividades complementares como a agricultura de subsistência que mantinha a importância na alimentação diferenciada dos colonos.
Após o fim da dominação da coroa espanhola sobre a coroa portuguesa, a restauração do trono português trouxe novos incentivos a exploração da colônia brasileira, onde logo se descobre grandes jazidas de pedras preciosas no cento sul do Brasil. Ms ao fim do século XVIII as pedras pedem valor no mercado europeu e as jazidas brasileiras estão praticamente esgotadas e a pecuária vem tomar este espaço na linha de frente da economia brasileira.
A principio se estabelecendo no nordeste a pecuária se estabelece mais fortemente no sul do Brasil. Depois de uma grande explanação sobre a volta da agricultura a economia brasileira onde o autor relata a cultura do algodão e da volta da cana de açúcar. Caio Prado chega ao ciclo do café. Que encontra boa aceitação no mercado internacional e é o principal produto da economia brasileira.
Depois de mais uma extensa e importante explanação sobre a situação econômica do Brasil no momento da vinda da corte de Portugal para o Rio de Janeiro. Caio Prado relata a abertura dos portos brasileiros para o comércio internacional iniciando assim uma nova fase de progresso para o País.
Veio, então, a abolição da escravatura. Toda a força de trabalho do Brasil estava nas mãos dos escravos e uma nova realidade deveria ser encarada pelo País.
Com o início da república o Brasil enfrenta um serio problema financeiro, onde a moeda cai de valor e é necessária a emissão de muita moeda gerando uma crise financeira. Com os empréstimos contraídos no exterior, principalmente na Inglaterra. A cultua cafeeira que tinha papel de destaque na economia brasileira começa a perder espaço com a concorrência internacional e acaba definitivamente com a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929. A borracha brasileira que teve uma produção significativa também despenca internacionalmente depois que Países africanos iniciam suas produções a custos muito menores. Ainda antes da industrialização o autor relata as produções de cacau e de açúcar neste mesmo período.
Já no período da industrialização o Brasil fica prejudicado pois não possuía reservas energéticas suficientes para manter o setor, apesar de ter uma boa reserva de matéria prima. E o início da industrialização se dá com a industria têxtil.
Depois de uma crítica ao sistema imperialista, Caio Prado relata que o Brasil criou um mercado de consumo interno para poder participar dos avanços da economia mundial. Depois da crise da segunda guerra mundial o Brasil segue procurando melhores opções para participar do mercado mundial. Mesmo que ainda preso a velhos mecanismos da economia anterior, o País ainda que mergulhado em dívidas, vai se modernizando e se industrializando. Caio Prado Junior aproveita para criticar duramente o imperialismo e a dominação econômica dos Países desenvolvidos sobre o Brasil.

Formação Econômica do Brasil Cap. VIII Capitalização e Nível de Renda da Colônia Açucareira de Celso Furtado.

CAPITALIZAÇÃO E NÍVEL DE RENDA NA COLÔNIA AÇUCAREIRA


O autor inicia relatando que o governo português investe inicialmente na produção de açúcar no Brasil. A mão de obra utilizada era a indígena escava. Os negros africanos só viriam depois que a empresa já estava estabelecida. Negócio prosperou e a quota de produção foi vinte vezes maior do que a esperada. Isso ao fim do século XVI.
Ao analisar os custos da produção do açúcar no País, Celso Furtado revela que cerca de 90% da renda gerada pela produção, permanecia na mão do dono do engenho. Boa parte destes lucros era gasto com importação de artigos de luxo europeus.
A produção do açúcar ra ao intensa que chegou a se duplicada a cada dois anos, devido ao forte retorno de capital. Capital que ao permanecia na colônia.

FLUXO DE RENDA E CRESCIMENTO

O primeiro investimento feito pelos donos de engenhos é na forma de pagamentos ao exterior com a importação de equipamentos, materiais de construção e mão de obra.
O autor rebate a comparação do sistema açucareiro com o feudalismo, já que o açúcar era totalmente voltado para a exportação. Também explica que a produção do açúcar foi regulada para evitar um colapso nos preços pois as terras e o mercado consumidor possibilitavam uma expansão maior do que a ocorreu de fato. Isso entre as metades dos séculos XVI e XVII.
O autor termina o capitulo explicando que os custos fixos do engenho de açúcar permitia que a estrutura suportasse retrocessos, até seculares e retomasse com plena vitalidade depois.

PROJEÇÃO DE ECONOMIA AÇUCAREIRA : A PECUÁRIA.

A grande ocupação e movimentação financeira da empresa de açúcar justificou a existência de outras atividades econômicas, entre elas a pecuária. Já que a carne fazia parte da dieta alimentar de senhores e escravos. O governo português proibiu a criação de gado no litoral, que era fundamentalmente utilizado para o cultivo de cana. Criou-se então, duas atividades independentes, já que os senhores de engenho não diversificavam seus empreendimentos. Paralelamente, no nordeste, a pecuária contribuiu para a ocupação do interior.
A mão de obra utilizada inicialmente foi a indígena que se adaptou bem ao trabalho. A criação de gado dependia diretamente da expansão da cultura canavieira. No século XVII a expansão nordestina levou a criação para o interior. A exploração mineira do século XVIII levou a pecuária para o sul do Brasil
A economia criatória era um mercado muito pequeno comparado ao da açucareira e basicamente era, apenas, de subsistência.


A FORMAÇÃO DO COMPLEXO ECONÔMICO NORDESTINO

A lenta redução da atividade açucareira que se iniciou na segunda metade do século XVII ocasionou uma fuga de mão de obra para o setor pecuário, que dispunha de muitas terras no interior.
Essa fuga populacional do litoral para o interior, foi caracterizada como involução, onde a expansão da pecuária, reflete apenas, a expansão da atividade de subsistência.


CONTRAÇÃO ECONÔMICA E EXPANSÃO TERRITORIAL

O controle da bacia amazônica foi intensificado a partir do século XVI, quando a coroa portuguesa e espanhola unidas, defenderam as terras do nordeste das invasões holandesas, francesas e inglesas.
A ocupação foi bastante difícil. A colônia do maranhão viveu dificuldades pois estava isolada e o cultivo da cana não apresentou resultados positivos e ainda agravados pela baixa do mercado internacional.
A busca por escravos indígenas levou os colonos do maranhão ao Pará, onde dominaram técnicas de explorar os bens da floresta e com a ajuda dos jesuítas, terem a cooperação dos índios.
No sul, São Vicente vivia a queda da produção do açúcar e segue na direção da bacia do Pata com a fundação da colônia de Sacramento em 1680, onde o comércio de couro permitiu a expansão para o sul do País.

Fichamento do texto Memórias do Cativeiro

Memórias do cativeiro é um projeto do Laboratório de História Oral e Imagem da UFF. Que arquiva entrevistas produzidas em projetos de história envolvendo camponeses ou negros, nascidos ainda nas primeiras décadas do século passado e portadores de uma memória de escravidão do setor cafeeiro no Brasil.
As entrevistas foram realizadas de diversas maneiras que ao final foram catalogadas e mantiveram seus formatos originais.
Dos diversos textos produzidos após as entrevistas, foi verificada uma semelhança ente os diversos depoentes. Emergiu uma consciência coletiva dos escravos do sudeste cafeeiro do Brasil, um Etnotexto.


“relatos orais e escritos, podem ser tomados como narrativas portadoras de formas
próprias de expressão, que podem ser utilizadas pelo historiador como fontes para pesquisa”


A produção historiográfica e a produção oral da história não são completamente diferentes, as questões sociais influenciam na produção das duas fontes. Sendo que a produção oral deve se avaliada em qual contexto se encontra o depoente e qual a sua relação com o entrevistador.
Ao contrario dos registros históricos foi possível perceber que nas entrevistas os depoentes utilizavam o termo “cativo” e “cativeiro”, para designar “escravo” e “escravidão”. Essa é uma diferenciação importante que foi revelada através dos etnotextos.
As gerações familiares eram marcantes na época da escravatura. Eram três grandes grupos. Os africanos, os nascidos escravos e os livres.

A CONSTRUÇÃO DAS CHAVES TEMÁTICAS.

O tempo de cativeiro é a primeira chave temática encontrada nas entrevistas realizadas. Era o tempo que raramente havia acontecido com eles e sim com seus pais ou avôs. O primeiro corte de período observado é a memória da África. Depois viia os Laços de Família, em que alguns negros mantinham relações com a casa grande e recebiam algum benefício por isso.
O etnotexto permitiu identificar que alguns negros eram beneficiados por ações dos senhores e estes ficavam marcados na memória dos entrevistados. Já os torturados geralmente não pertenciam a família dos entrevistados.


MEMÓRIA COLETIVA E ENQUADRAMENTO SOCIAL

O real enquadramento só veio, para os depoentes, na Era Vargas, onde a liberdade social, finalmente foi alcançada.
As políticas sociais do estado novo abraçaram a maioria destes relatantes que foram testemunhas da melhora de condições sociais e comparavam com as péssimas condições vividas por seus pais e avós.
Os relatos dos depoentes constroem uma identidade coletiva que atravessa os tempos, formam uma consciência e demonstram uma tradição familiar. Especificando, assim, o que foi a história de vida e de seus antepassados através dos tempos de escravidão, libertação e colocação social.

Fichamento do livro Introdução a História de Marc Bloch.


Fichamento do livro Introdução a História de Marc Bloch.

·       O termo “História” é utilizado a mais de dois mil anos e mesmo tratando-se de um termo antigo e envelhecido.  Ele mantém-se em uso desde então. Já possuiu muitos significados, pois a evolução das ciências é inevitável e seria uma perda de tempo para os cientistas ficar modificando etimologicamente a palavra.
·       Diferente de outros estudiosos, o historiador precisa encontrar o seu objetivo e o seu ponto de partida particular ao observar um fenômeno histórico ou científico. E esse ponto de partida é muito diferente de um biólogo ou de um físico, que abordam os fenômenos com suas ações particulares de suas ciências.
·       O historiador tem um ponto de partida diferente até de outro historiador, pois ele interpreta o fenômeno de forma particular.
·       A História é a ciência do passado. Essa afirmação não pode ser aceita. Pois não se pode estudar o passado sem uma delimitação.  Evidentemente, no início dos estudos históricos, os fatos eram narrados apenas de forma a serem registrados por acontecerem em um mesmo momento, sem nenhuma outra forma mais crítica ou metodológica de estudo dos fatos.
·       O que diferencia a história que interessa ao historiador, dos outros fatos estudados por outras ciências é a presença do ser humano. O que define o campo de atuação da história são as modificações causadas pela atuação dos seres humanos.
·       Para o historiador não basta apenas contar os anos que determinados fatos duraram ou em épocas eles ocorreram. Precisa-se mais do que isso. É necessário interpretar e entender em que a influências dos homens modificou o contexto dos fatos.
·        Todo fato histórico que pode ser estudado tem a sua origem. Por tanto, identificar essas origens é fundamental para começar a entender o fato histórico. Mas deve-se atentar para que fique definido o que é a origem e o que é o fato. Já que o fato em si é um produto da atualidade em que lê se encontra e não dos eu passado, isto é, da sua origem.
·       Não é possível determinar o quanto de passado ou de presente se deve usar para determinar certo fato histórico. O historiador deve se vale de suas impressões pessoais para medir e dosar o quando de passado e o quanto de presente se deve utilizar em seu trabalho.
·       Compreender o presente se utilizando o passado. Através do estudo da evolução social do homem. O que se transformou em seus hábitos e costumes. E quanto isso modificou a sociedade através dos tempos.

A Observação Histórica.

·       Conhecer o passado é só pode ser feito de forma indireta, pois não vivenciamos os fatos históricos do passado.
·       Para reconstruir o passado é necessário cercar-se de todas as fontes possíveis, tanto orais, quanto materiais. Só assim o historiador pode se aproximar ao máximo do tempo passado.  
·       O passado é, por definição, um fato que não se modifica. Mas o conhecimento do passado é algo que está em constante progresso.
·       Os testemunhos são importantes para o historiador. Que deve atenta para o quanto próximo do fato este testemunho está.
·       A necessidade de escolher é necessária, mas deve ser flexível, no meio do caminho muitos novos aspectos devem aparecer e o historiados deve esta pronto para utilizá-lo. Sem que se perca em uma eterna aventura.

A Crítica

·       Um texto deve ser coerente com sua época e lugar deve-se verificar se as narrações são verdadeira e se as fontes não foram falsificadas.
·       Quando se trabalha com fontes já estudadas deve-se atentar para que nenhum pesquisador anterior tenha alterado esta fonte.
·       Deve-se atentar para os testemunhos falsificados, como cartas atribuídas a alguém.
·       Não basta só dar conta dos enganos e preciso saber também os motivos que levaram as falsificações. Ou que induziam ao erro.
·       Validar a possibilidade de um acontecimento é medir as oportunidades que ele tem de se produzir.

A Análise Histórica

·       Contar a história como ela é ou foi é um exercício de passividade que deve ser evitado pelo historiador.
·         O que domina e ilumina o trabalho do historiador e a compreenção dos fatos.
·       É importante distinguir instituições, sistemas políticos, crenças, costumes isoladamente e em conjunto, A nomenclatura e um aspecto muito importante e relevante na análise histórica.
·       O historiador trabalha exclusivamente com palavras de seu País. E os obstáculos produzidos pela necessidade de tradução é mais um elemento que deve ser observado pelo historiador. 
·       Um cuidado deve ser tomado. O corte de tempo cada vez menor não é certeza de se obter os melhores resultados. Os meses, anos ou décadas podem traduzir melhores resultados.