sábado, 24 de setembro de 2011

Macaé e sua História recente no contexto da segurança pública. Uma visão da segurança municipal.

Vivemos em uma cidade em constante transformação, desde os anos 70 Macaé, nossa cidade, vive uma constante transformação de seu próprio tempo, de seu próprio espaço, de sua própria gente. Os anos 80 trouxeram a tecnologia e o aparelhamento governamental. A cidade cresce e com ela sua população. Uma profunda transformação social é vivenciada por seus novos e antigos habitantes. E no fim dos anos 90 um avanço social é proposto pelo governo municipal. A reestruturação da já tradicional Guarda Municipal.

Um concurso público é realizado unindo filhos originais desta terra e novos filhos adotivos que chegavam para trabalhar por esta cidade. Mas o grande diferencial deste concurso foi o de trabalhar de forma civil, solidária e servindo a toda a população. Os jovens que aqui chegavam traziam um sopro de renovação para suas vidas e para a vida da própria cidade. Macaé crescia em recursos, em visibilidade, em população e em oportunidades. Sua crescente população necessitava de atenção, precisava de servidores no melhor aspecto da palavra e a Guarda Municipal veio preencher justamente este espaço.

Em contato direto com a sua população o Guarda Municipal era o maior representante do governo nas ruas. Ouvia as queixas da população, providenciava soluções para os seus problemas, que quando não resolvidos de forma imediata, eram encaminhados diretamente da Guarda Municipal para as demais secretárias municipais. A Guarda Municipal estava nas ruas, nas escolas, nos hospitais e postos de saúdes, nas secretarias, nas praias e nas serras e matas da cidade. O sentimento de pertencer a cidade passou a habitar o coração de todos nós. Atendemos nas tragédias e nas alegrias. Nas enchentes, acidentes, afogamentos e incêndios florestais, nos parques, nos desfiles, nas comemorações, nos shows e nas datas festivas. A sociedade estava integrada a Guarda Municipal e nós nos sentíamos parte desta sociedade.

Éramos jovens, idealistas, defensores e amantes desta cidade. Limpos, íntegros e honestos. Mas a constante evolução da cidade não premiou a nossa Guarda Municipal com a mesma evolução.

De secretaria, viramos empresa, autarquia e agora uma subsecretaria. Nossa função de controlar e organizar o crescente trânsito e o emergente sistema de transporte público nos foi tirado. Depois de construímos todo o conhecimento de como evoluir junto com a cidade, tudo foi cortado e recomeçado do zero em outro lugar. Tornamos-nos órfão de uma função que nasceu junto com nossa vida na cidade. Até hoje se olha para um agente de trânsito na cidade e o chamamos de “Guarda”, é a referencia que ultrapassou medidas administrativas e políticas que não atendiam ao real interesse da cidade e da população. Sem referencia e atendida por contratados a cidade mergulhou em um grande conflito e em uma grande confusão que transformou transitar pela cidade uma verdadeira Via Crucis.

Os veículos apreendidos pelas ruas da cidade eram guardados e administrados pela Guarda Municipal. Um órgão ainda sólido, que garantia a tranqüilidade de quem já passava por momentos difíceis inevitáveis quando temos nossos veículos apreendidos. Mas mesmo nesse momento difícil o cidadão era tratado por funcionários que carregavam seu nome no peito e o brasão da cidade em seus braços. O cidadão sabia com quem estava resolvendo seus problemas, hoje uma empresa particular que defende interesses desconhecidos administra esse intricado circulo de medidas e conta medidas constantes.

Mas nossas perdas continuavam, nossos Salva-Vidas nas praias deixaram de apoiar o corpo de bombeiros, nossa apreensão de animas que atuava 24 horas por dia foi desfeita, nossa fiscalização de posturas foi abolida, nossa personalidade diminuída.

Perdemos ainda o monitoramento por câmeras de segurança na cidade, depois de sucateada e sem nenhuma manutenção ou investimento, toda a estrutura foi entregue ao governo do estado que hoje opera de forma obscura e sem consulta a sociedade de qual seria os benefícios que ela mesma espera deste importante serviço.

Hoje perdemos nossa casa, mesmo ainda tendo nosso quintal. É triste e desolador chegar ao trabalho e encontrar paredes destruídas, teto caído, pó e poeira no lugar em que vivemos momentos de satisfação e alegria por servir e se sentir parte de uma estrutura que funcionava.

Nosso grupo tão forte e tão unido não resistiu a tantas perdas. Afinidades políticas se tornaram mais importantes que o bem estar coletivo. Projetos pessoais se tornaram mais importantes que a própria instituição. Apadrinhamentos, injustiças, perseguições e desmandos se tornaram comuns. Um rico orçamento se transformou em pó. Sem rádios, sem uniformes, sem viaturas, sem ao menos um lugar para se proteger do tempo ficamos. Ninguém resistira, ninguém suportaria, ninguém viveria assim.

Mas nós vivemos, nós suportamos e resistimos. Servimos a população em tudo que está ao nosso alcance, em poucas escolas e em raros prédios municipais, em que ainda trabalhamos. Em poucas praças e alguns parques. Ainda somos íntegros, limpos e honestos. Afinal caráter é para sempre. Os jovens que aqui chegavam para renovar hoje precisam de uma renovação, necessitam do fresco vento da mudança.

Pois exatamente hoje, no dia em que escrevo nossa moral afunda ainda mais, nossa identidade é ainda mais destruída e rezo por em breve poder voltar aqui e apagar esse último parágrafo e escrever uma nova história. Que venha a mudança, que os ventos mudem, que as pessoas vivam.

Bruno Horta.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Resenha da História dos Estados Unidos de Leandro Karnal, Purdy, Fernandez e de Morais.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quarto Período







Resenha da História dos Estados Unidos de Leandro Karnal, Purdy, Fernandez e de Morais.

Matéria: História da América
Professor: Victor Temprone







Macaé/RJ
Agosto de 2011.



Os Estados Unidos permaneceram entre 1814 e 1898 longe da política internacional e mergulhados na doutrina Monroe. Mas os interessem sempre estiveram nesta direção, pois a própria doutrina Moroe era uma política internacional. Os EUA sempre tiveram interesse em expandir o seu mercado consumidor, principalmente para o extremo oriente e montar um protetorado no Havaí. Historiadores apontam uma elite bélica na costa leste direcionando esforços para uma marinha de guerra. Nomes como o de Willian H. Seward, secretário de estado, Theodore Roosevelt, então secretário assistente da marinha, o presidente Grant e o secretário james G. Elaine.
Cuba era o maior interesse dos EUA para ampliar sua política expansionista, seria a porta de entrada para o caribe. Uma lei das tarifas chamada lei McKinley de 1890, isentava o açúcar cubano de pagar impostos aduaneiros, quando essa lei foi suspensa a ilha entrou em crise uma revolta foi massacrada pela Espanha e mesmo com uma pressão para ajudar Cuba o presidente Cleveland não atacou os espanhóis da ilha, isso só viria a acontecer em 11 de abril de 1898, depois do navio de guerra americano U.S. Maines sofrer um taque durante uma visita a Havana onde 260 marinheiros morreram. Para evitar uma política imperialista opositores do congresso aprovaram uma lei que não autorizava os EUA a montar uma base em Cuba. Simultaneamente o Comodoro George Dewey recebe ordens de atacar a capital das Filipinas, Manila, que também enfrentava uma luta colonial contra a Espanha. Os EUA saem vitoriosos. Cuba e as Filipinas não foram anexadas ao território dos EUA por questões constitucionais, racistas e estrategistas.
As Filipinas só se estabeleceriam como república após a segunda guerra, Cuba permaneceu orbitando os EUA, Porto Rico se tornou um estado livre associado aos EUA. Paralelamente a esses acontecimentos a Inglaterra reconhecia e apoiava a política dos EUA no caribe e no oriente.
O expansionismo dos EUA foi crescendo com acordos com o Japão para garantir as Filipinas para os EUA e a Manchúria para o Japão. Financiou a revolução do Panamá para construir o canal, separando-o da Colômbia. Em resumo de 1900 a 1920 os EUA interviram em Cuba, no Haiti, na República Dominicana, na Nicarágua e no México.
Duas teses tentam explicar o caráter expansionista dos EUA. O primeiro é econômico onde o mercado americano necessitava de matérias primas para seu mercado interno, outra de que os EUA eram exemplo de ética e retidão protestante e deveriam levar essa retidão aos povos não remidos do pecado do México e de toda a América do Sul.



De um século a outro

Um país sem nome que de 1800 com 16 estados chega a 1900 com 45, banhado por dois oceanos, a mesma constituição e sonhando com o futuro.



O Século Americano
A Era progressista: 1900 – 1920.


No início do século XX os EUA possuem um grande parque industrial, comandado por grandes monopólios, superando as nações europeias. O Darwinismo social justificava as políticas opressoras. Horas excedentes de trabalho, baixos salários e péssimas condições de trabalho eram justificadas pela capacidade de raciocinar e trabalhar do povo americano. Capacidade superior a índios, latinos e a demais imigrantes.

Capitalismo monopolista e trabalho.

A economia que era agrícola e artesanal na virada do século se torna industrial. A expansão das ferrovias facilitou os acessos e a expansão agrícola, de extração de ferro e na abertura do mercado. Grandes empresas dominavam o mercado dos EUA. J. P. Morgan e John D. Rockfeller controlavam 48 e 37 empresas respectivamente. Os salários eram muito baixos e os benefícios trabalhistas não existiam. As empresas preferiam empregar mulheres e crianças, pois os salários eram mais baratos.


Imigrantes e o sonho de “fazer a América”


Cerca de 25 milhões de imigrantes chegaram aos EUA entre 1865 e 1915. No ano de 1890 a grande maioria da população das grandes cidades era formada por imigrantes 87% em Chicago, 80% em Nova Iorque e 84% em Milwaukee. Dos imigrantes os que mais sofreram discriminação foram os negros, os latino americanos e os asiáticos. Segundo o economista Francis Amasa Walker a sociedade americana considerava que a fibra da sociedade estava se enfraquecendo, pois os imigrantes estavam ultrapassando os números de pessoas anglo saxônicas. Mesmo com todo o preconceito as leis não impediam as imigrações de forma mais efetiva, pois a mão de obra era muito necessária para a indústria do país.



Racismo e a grande migração de afro-americanos.

O sul dos EUA trataram os negros de uma forma bastante discriminatória no início do século XX. Os negros não tinham direito a voto, usavam repartições públicas diferenciadas. Sofriam violência social e policial. Chegando a média de 2 espancamentos por semana entre 1889 e 1903. Em 1900 90% dos negros dos EUA estavam nos sul do país trabalhando nas plantações de algodão. O êxodo em direção ao norte se seguiu de forma intensa, mas mesmo no norte do país os negros sofriam uma discriminação já enraizada na cultura era uma segregação informal mas impunha limitações sócias.



O Jazz e o Blues.

Basicamente uma mistura de ritmos africanos e europeus o blues se originou nas cantigas de trabalho e toadas da época da escravidão. Por fim se transformou em uma das maiores contribuições dos EUA para a música mundial.


O impulso progressista e seus críticos.

Essa era progressista fez surgir diversos segmentos na sociedade preocupados em controlar e prevenir um caos social. Em 1905 duzentos sindicalistas de Chicago fundaram o Idustrial Workes of the World (IWW) popularmente conhecidos como Wobblies. Fundamentalmente anarquistas buscavam um organização social ampla, onde somente a greve e o enfrentamento levariam a classe operária ao poder. Milhares de ativistas foram presos, torturados e executados. Pela polícia e por milícias de industriais.


O partido socialista da América.

Fundado em 1901 misturava ideias marxistas e a necessidade de acabar com a propriedade privada. Seu programa previa a estatização de bancos e ferrovias, trazia benefícios sócias e trabalhistas. Se desenvolveu a ponto de em 1912 seu candidato a presidência receber cerca de 1 milhão de votos. Sua influência chega ao fim junto com o início da primeira guerra.

Fichamento do livro: Historia da África, uma introdução. De: Ana Mônica Lopes e Luiz Arnaut

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quarto Período







Fichamento do livro: Historia da África, uma introdução.
De: Ana Mônica Lopes e Luiz Arnaut
Matéria: história da América e Cultura Afro-brasileira.
Professor: Marcelo Abreu







Macaé/RJ
de 2011.

Introdução.

Na introdução os autores alertam que este livro se trata de apenas uma introdução aos temas africanos. Alerta pra a cultura euro centrista em que estamos submetidos. Destaca que o continente africano possui escritores, cineastas, músicos e intelectuais que são completamente desconhecidos da nossa cultura. Os autores indicam que tratarão dos grandes temas africanos para iniciar o e estudo do continente. Estudo esse regulamentado em lei como matéria obrigatória nas escolas de nível médio e superior no Brasil.

Idéia de África.

Estudar a África não é simplesmente realizar uma descrição física do continente e entre seus desertos, montanhas, rios e florestas, colocar o homem africano entra as zebras, elefantes e girafas. O Homem africano não pode ser naturalizado. São pessoas vivendo em grupo, criando culturas, vivendo e amando.
Culturalmente a África entrou no imaginário europeu como uma terra bestializada. No século XIII o continente era definido pela igreja como uma terra de seres fantásticos e longe das terras dos homens. Mas essa estigmatização não acompanha o pensamento anteriormente defendido e estudado no período clássico de nossa história, Heródoto, Plínio e Solino em seus escritos, fazem muitas referências ao continente africano, essas referências foram completamente deixadas de lado na Idade Média. Contribuindo para rechear o imaginário europeu com lendas e mitos a respeito do continente africano.
Existe um pensamento generalizante que trata toda a África como um só bloco, um pensamento que transforma todo um continente em uma só unidade monolítica. Mesmo durante a colonização do continente, nunca houve um esforço na diferenciação dos conjuntos populacionais.

Os africanos

Apesar da simples definição de que africanos são os nascidos na África, devemos ficar atentos para evitar que as simplificações reduzam a grande diversidade cultural, humana, linguística, alimentar, religiosa entre outras que compõe os vários africanos que habitam a África.
O “fardo moral dos homens brancos” foi um pensamento europeu em relação aos homens da África. Por não reconhecer na sociedade africana seus padrões de vida, sua estrutura política, sua semelhança em comportamento. O europeu considerou que alí, na África não havia humanidade.


Religiões

As religiões na África podem começar a serem analisadas a partir do norte. Onde o cristianismo partindo da Grécia e do posterior domínio do império romano. Logo se verifica uma penetração mulçumana através do vale do Nilo, devido a proximidade com a península arábica. Essa expansão mulçumana se estende por todas as regiões do Saara. O protestantismo com suas missões atingiram pontualmente algumas regiões do continente, mas nas regiões cristãs do que nas mulçumanas. De forma geral para cada dez convertidos apenas um era cristão e nove mulçumanos.
As religiões africanas de forma geral apresentam um ser superior que criou o universo, cercado por entidades menores que o auxiliam nas tarefas da terra. Além de uma forte ligação com os ancestrais. Mas a falta de livros sagrados e a forte tendência da tradição oral podem levar, erroneamente, a uma generalização das religiões africanas.




História e Historiadores

Não podemos esperar da natureza aquilo que só a cultura pode nos dar, ou seja, a história dos povos que habitavam e habitam o continente.
A concepção de história do século XIX fundamentada na definição de Hegel definia o continente como um lugar sem história, sem cultura, sem política, sem registros. Durante muito tempo a história do continente africano foi confundida com a história do europeu na África. Esse panorama só foi mudado a partir de 1950 com as primeiras independências mais significativas conquistadas e a inclusão da matéria história da África nas escolas e academias.


As organizações políticas.

As organizações politicas do continente são tão variadas que não permitem uma síntese conclusiva. Variando de impérios a pequenos clãs familiares os lideres eram erguidos das mais diversas formas. Uma visão panorâmica para facilitar o entendimento dos grupos políticos e suas formações pode ser dividida em três pontos:
1 – Até o século VI as grandes civilizações a militarização e multiplicidade religiosa caracterizou a região.
2 – Até o século XV o islamismo e o catolicismo formaram a base estrutural da sociedade na porção norte. Ao sul os movimentos migratórios formaram alguns estados políticos.
3 – Até 1880 com forte influência europeia, supratribalização e dominação militar.








Partilha européia e conquista da África.

O século XIX marcou a invasão europeia para o interior do continente africano. Motivada por diversos fatores tais como econômicos, religiosos, militares ou sócios, essa invasão foi tão intensa que esse período ficou conhecido como África europeia.
No século anterior o continente já contava com uma estrutura politica definida por grandes impérios como o Zulu, o Tucolor, e o Ashanti. Foi a resistência a invasão política europeia que transformou essa invasão em uma ação militar que, também, funcionou para um equilíbrio de forças entre as nações europeias.
Os europeus não encontram uma África unida e imaculada na sua chegada. Ao contrário, encontram uma um continente um luta por terras para a agricultura e constantes tensões e conflitos internos.
Por fim o que se planejou ser uma invasão comercial se transformou numa invasão militar devido a resistências de todos os povos africanos. “O mascate e sua mala foram substituídos pelo soldado e sua arma”


Congresso de Berlim.

Realizado em 1884 este congresso foi importante para regulamentar a ocupação do continente africano, pois os constantes movimentos militares e os interesses contrariados iram resultar em uma guerra entre os países da Europa.








A África sob o domínio colonial.

Quando o litoral já não era mais suficiente para os europeus e a conquista do interior começou os principais motivos para a vitória européia foram: Superioridade militar e logística, estabilidade associada a instabilidade africana, maior recurso material e financeiro, maior conhecimento do continente, avanço da medicina tropical.
A conquista européia trouxe duas profundas modificações na vida do africano: a expropriação das terras e o trabalho escravo.
Os nativos eram obrigados a pagar impostos aos conquistadores, mas estes impostos tinham que ser pagos com moeda européia, isso obrigava ao nativo a ter que trabalhar ou se escravizar para conseguir a moeda européia.



Pensar as independências africanas.

O movimento de independência africano que tomou força após o fim da segunda guerra mundial. Foi chamado, por alguns, de descolonização. Termo esse que mais do que uma diferença semântica para independência é uma personificação da volta a um passado pré-colonial, mas que não é o passado natural da região. A definição de libertação ou independência é a que mais se ajusta ao movimento ocorrido nesse período.
O movimento de libertação se tornou uma luta armada principalmente a partir de 1975 e as independências das colônias portuguesas.


Sul da África racismo e resistência.

Por se um ponto estratégico nas navegações da companhia das índias o Cabo da Boa Esperança recebeu ingleses e holandeses que logo se desprenderam dos costumes de seus países de origens e passaram a viver com novos costumes, originários desta nova região. O século XX já trouxe uma forte característica separatória na região. Mas foi a partir do fim da segunda guerra mundial que as politicas se endureceram e a África do Sul programou em toda a sua força de opressão o Apartheid.
O governo dos Boers realizou a separação dos povos por raças e isolou os negros em estados independes de forma forçada, onde eles perderam a cidadania sul-africana.

Avaliação de História da Africa.

1. Um breve exame do mapa físico da África basta para mostrar a importância da Núbia como elo entre a África central – a dos Grandes Lagos e da bacia do Congo – e o mundo mediterrânico. O vale do Nilo, que em sua maior parte corre paralelo ao mar Vermelho, em direção ao “corredor” núbio, entre o Saara, a oeste, e o deserto arábico ou núbio, a leste, permitiu um contato direto entre as antigas civilizações do Mediterrâneo e as da África negra. Assim, não deve causar espanto a descoberta de uma admirável cabeça de bronze de Augusto em Meroé, a menos de 200 km de Cartum.
Descreva as principais características das civilizações núbias, estabelecendo uma relação com a citação acima. Em outras palavras, pesquise a importância do comércio nas atividades econômicas dos povos núbios.

Os núbios possuíam algumas riquezas em seu território como o ouro, ébano e marfim que atraiam a atenção dos egípcios iniciando atividades comerciais e também guerras de conquista. Mas esses materiais também eram exportados para o Egito na época da dominação egípcia. A Núbia desenvolveu a produção de manufaturados, como camas e sofás, que também eram exportados para o Egito. Mostrando assim o avanço do povo núbio.
Mas foi sua estratégica posição geográfica que facilitou seu acesso a todo o continente. O contato ao norte com o vale do Nilo e ao sul, servindo de elo para a África negra subsaariana. Foi principalmente no segundo período intermediário que a Núbia intensificou seu comércio com o vale do Nilo. A cidade de Kush intensificou seu comércio na região obtendo muito lucro nas negociações.
Foram os monarcas de Assuã que perceberam a importância do comercio na fronteira entre Núbia e Egito. Por se tratar de um ponto estratégico de acesso a toda a região.
Meroé era um entreposto para as caravanas comerciais do mar vermelho para o Nilo e para o Chade. A abundância de madeira foi um incremento do comércio de ferro para a Núbia onde seu arenito fornecia minério para a fundição do metal. O ponto alto do comércio núbio foi sua dominação do Egito, onde tiveram contato com os romanos, foi na saída do Egito que o episódio da cabeça de Augusto aconteceu, ela foi levada para o território núbio na cidade de Maroé. E ficou enterrada na entrada na soleira do palácio para que todos pisassem sobre a cabeça do imperador romano.


2. “A observação arqueológica e o produto das escavações constituem sem duvida a principal fonte documentaria a respeito da civilização axumita. A partir do século XIX, viajantes começam a registrar a existência de sítios, monumentos e inscrições. Publicaram‑se inúmeros estudos, alguns do maior interesse – como, por exemplo, a obra fartamente documentada da missão alemã para Axum (1906). Criado em 1952, o Instituto Etíope de Arqueologia deu inicio a trabalhos sistemáticos. Diversos sítios foram objeto de pesquisas exaustivas, caso de Axum, Melazo, Haulti, Yeha e Matara. Ao mesmo tempo, o mapa de povoamentos antigos cresceu consideravelmente. Sabe‑se hoje da existência de aproximadamente quarenta sítios importantes, numero que por certo crescera com a realização de novas prospecções. Estas, no entanto, são ainda insuficientes, donde a precariedade do nosso atual conhecimento. A datação da maioria dos vestígios descobertos não e precisa, sendo as inscrições praticamente as únicas evidencias que nos permitem esboçar um quadro cronológico, mesmo assim nem sempre definitivo. Os dados disponíveis não são suficientes sequer para se traçar as linhas mais gerais da civilização axumita.”
A civilização de Axum teve grande parte de sua História revelada pelo trabalho dos arqueólogos. Descreva qual a importância da Arqueologia como Ciência “reveladora do passado”. Aproveite a ocasião e descreva resumidamente a civilização axumita.

Acompanhar a evolução de uma sociedade extinta ou o passado remoto de uma sociedade atual é o principal foco da arqueologia. Utilizando-se de vestígios históricos escritos ou não, como: ossos, restos de fogueiras, pinturas rupestres, artesanato e ruínas, entre outros artefatos. A arqueologia é importante para diversas ciências sociais, como a etnologia, a história e sociologia. Estas ciências se valem das descobertas arqueológicas para estabelecerem suas pesquisas e seus estudos. Elaboram teses, entendem acontecimentos e propõe novas verdades quando o passado se revela de forma consistente pela arqueologia.
O reino de Axum se localizava nos planaltos da Etiópia.A população foi basicamente formada por povos locais e alguns imigrantes da Arábia que atravessaram o mar vermelho pra contribuir com a formação do povo. Estabeleceram um forte comércio como os Kushitas e se estabeleceram como importante centro comercial. Dominavam o mar vermelho e estabeleceram contatos com muitos reinos arábicos.

3. “Em Cerna, os fenícios [isto e, os cartagineses] ancoram seus gauloi (assim se chamavam seus navios mercantes) e armam suas tendas na ilha. Apos ter descarregado suas mercadorias, eles as transportam em pequenas canoas para o continente; ai vivem os etíopes [isto e, os negros] com os quais negociam. Os fenícios trocam suas mercadorias por peles de veado, de leão e de leopardo, couros e presas de elefantes [...] os fenícios trazem perfume, pedras egípcias [cerâmica?], loucas e ânforas atenienses.”(Enciclopédia da História da África, Unesco, 2010, Volume 2)
Na formação de Cartago há importantes contribuições berberes e fenícias, embora a História narre com muita propriedade apenas o legado fenício. Quem foram os berberes (pesquise), e qual a contribuição de um grupo e de outro a civilização cartaginesa?

Os berberes eram povos nômades que ocupavam o norte da África, principalmente na área do atual Saara. A área em que viviam os berberes é o atual Marrocos, Tunísia e a Argélia. Receberam a influência inicial dos fenícios, depois dos gregos.
O Cártago teve sua ocupação realizada pelos povos fenícios que partiram da cidade de Tiro. Os fenícios eram povos semitas e vieram do Golfo Pérsico. Foi a expansão das cidades estados se transformando em federação que levou os fenícios a conquistar e construir a cidade de Cártago. Os fenícios já dominavam a metalurgia, fato que coloca seu povo entre os mais desenvolvidos da época. Um ponto negativo da história cartaginesa é de que os gregos e os romanos destruíram quase todo o legado deixado pela sociedade cartaginesa, principalmente seus escritos. Mas em pouco tempo a cidade se desenvolve grandemente, superando inclusive a própria Tiro. Já que as cidades estados eram constantemente atacadas e Cartago pode, livre das guerras, se desenvolver e dominar todo o mediterrâneo, tornando-se especialistas na navegação. Administrada pelos Sufetes, pelo conselho de anciões e uma assembleia do povo. Conheceu o crescimento por conquistas territoriais e pelo comercio.


4. A aceitação geral da hipótese da origem monogenésica e africana da humanidadesuscitada pelos trabalhos do professor Leakey tomou possível colocar em termos totalmente novos a questão do povoamento do Egito, e mesmo do mundo. Ha mais de 150 mil anos, a única parte do mundo em que viviam seres morfologicamente iguais aos homens de hoje era a região dos Grandes Lagos, nas nascentes do Nilo. Essa noção – e outras que não nos cabe recapitular aqui– constitui a essência do ultimo relatório apresentado pelo Dr. Leakey no VII Congresso Pan‑Africano de Pré‑Historia, em Adis Abeba, em 19711. Isso quer dizer que toda a raça humana teve sua origem, exatamente como supunham os antigos, aos pés das montanhas da Lua. Contra todas as expectativas e a despeito das hipóteses recentes, foi desse lugar que o homem partiu para povoar o resto do mundo. Disso resultam dois fatos de capital importância: (a) necessariamente, os primeiros homens eram etnicamente homogêneos e negroides. A leide Gloger, que parece ser aplicável também aos seres humanos, estabelece que os animais de sangue quente, desenvolvendo‑se em clima quente e úmido, secretam um pigmento negro (melanina). Portanto, se a humanidade teve origem nos trópicos, em tomo da latitude dos Grandes Lagos, ela certamente apresentava,no inicio, pigmentação escura, e foi pela diferenciação em outros climas que a matriz original se dividiu, mais tarde, em diferentes raças; havia apenas duas rotas através das quais esses primeiros homens poderiam se deslocar, indo povoar os outros continentes: o Saara e o vale do Nilo. E esta ultima região queserá discutida aqui. A partir do Paleolítico Superior ate a época dinástica, toda a bacia do rio foiprogressivamente ocupada por esses povos negroides.
Descreva o processo de surgimento do homem, estendendo sua explanação até o povoamento do vale do rio Nilo e a unificação dos reinos que originou o Egito histórico, como o conhecemos, ou seja, a civilização.

Existem fortes motivos para se acreditar que os primeiros hominídeos surgiram na África, seguidos da postura ereta e do andar sobre dois pés. O continente sempre ofereceu boas condições para o desenvolvimento da vida, seus planaltos e o clima equatorial, permitia melhores condições para que os primeiros homens se estabeleçam, mudando de ambiente caso o clima esfrie ou esquente demais, sem ter que percorrer grandes distâncias. Estudos apontam que a origem do homem pode datar de mais de cem mil anos e que o aprofundamento dos estudos podem estender essa data até a duzentos mil anos.
Mas há oito ou dez mil anos o clima da África era muito úmido e os homens tinham o costume de acompanhar os cursos das águas. Desenvolvendo técnicas de navegação e aproveitando as boas condições de cheias nos rios e ainda a pequena extensão do Saara o homem consegue descer todo o vale do Nilo e alcançar o mediterrâneo.
O início da utilização da cerâmica marca a fixação do homem na terra e a redução dos movimentos nômades. Pois a utilização deste frágil material, inadequado para ser transportado pelos povos nômades, marca definitivamente a estabilização das primeiras aldeias. Estas sempre junto aos lagos e aos rios, mas ainda sem registro de utilização da agricultura.
Aproximadamente 5 mil anos antes da era cristã o clima começa a ficar mais seco, o nível dos lagos e o curso dos rios diminuíram. Isto fixou ainda mais o homem junto às margens do dos rios e algumas atividades agropecuárias começaram a se desenvolver, principalmente vindas da Etiópia. Esse sedentarização fixou o homem as margens do Nilo, junto veio a agricultura, a domesticação do gado e a cerâmica. As pequenas aldeias que começavam a sofrer a queda de pluviosidade e o aumento do Saara tiveram que estreitar seus laços regionais e se cooperarem para superar as dificuldades. Com isso a forma igualitária de sociedade deu lugar a uma iniciativa centralizadora que levou a região a se unificar politicamente e dar origem ao Estado Nacional Egípcio.

Fichamento de O Egito antigo de Ciro Flamarion S. Cardoso.

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quarto Período







Fichamento de O Egito antigo
de Ciro Flamarion S. Cardoso.
Matéria: Arqueologia
Professor: Marcelo Abreu







Macaé/RJ
Agosto de 2011.


Introdução:

Reconhecidamente como o primeiro reino unificado da história e com registros documentados de sua política e cultura. Que mesmo em seus períodos de anarquia e domínio estrangeiro, manteve sua identidade política reconhecível.
Certamente os registros da civilização egípcia se dão voltado aos feitos dos monarcas e as questões religiosas. É a história dos poderosos, pois nada justificaria o registro um ato quase sagrado retratar a vida comum da sociedade.

A Falência da hipótese casual hidráulica.


Com a desertificação da região do Saara o vale do Nilo passou a receber os povos da África branca na região do Egito iniciando, assim, o povoamento do lugar. Alguns estudiosos africanos, ligados ao Pan-africanismo defendem a idéia de que o Egito, na sua formação, era de origem negra. O mais sensato a se admitir é que na região em questão a diversidade de agentes certamente influenciaram a formação de um povo miscigenado. A região recebia asiáticos que atravessavam o mar vermelho. E negros que desciam o vale do Nilo, proporcionando, assim, uma grande variedade de etnias que comporam o Egito.
O rio Nilo que se tornou a base de toda a estrutura egípcia podia ser caracterizado em três aspectos. o Delta, com maior extensão de terras aráveis e de pastos, e contendo também muitos pântanos; o Vale, estreita faixa de terra arável apertada entre desertos, que na Antiguidade continha igualmente manchas pantanosas; e o deserto estéril.
J. Vercoutter atribuiu a unificação do Egito à necessidade de centralizar as tarefas de irrigação na região. Mas estudos recentes revelaram que a administração dos diques tinha caráter apenas regional não contribuindo para a formação de um estado nacional centralizado. Seja como for, tudo indica que o processo de formação do Egito como reino centralizado dependeu de numerosos fatores demográficos, ecológicos, políticos etc. Entre os quais a irrigação, pelo menos indiretamente, foi elemento de peso.


Economia e sociedade.

Uma comparação entre o Egito e a Mesopotâmia leva a constatar que os egípcios estavam atrasados tecnologicamente em relação a Mesopotâmia. O uso do metal substituindo a madeira, do cobre pelo bronze, o uso ineficiente do torno para cerâmica e o não conhecimento do shaduf, contrapeso para elevação da água, marcam claramente esse atraso.
Mas simplificar a história egípcia ao ponto de negar toda sua origem não é uma fato aceitável. A solução dada pelos egípcios para a agricultura e para a escrita prova que a originalidade do povo.
A agricultura era a atividade fundamental do Egito antigo e ela se desenvolvia em três épocas do ano: A Inundação, a “Saída”, quando as terras reaparecem, e a Semeadura e colheita. Este período durava aproximadamente seis meses, deixando a outra metade do ano livre para se dedicarem a obras de engenharia, cerimônias e sepulcros reais. A caça e a pesca funcionavam como atividades complementares.
A domesticação de animais passou pelas hienas, antílopes e pelicanos. Também domesticaram bois e cavalos, que só serviam para carga e arado, mas não para montaria.
Mesmo sem informações mais atualizadas estima-se que a população girava em torno de 7 milhões de pessoas, um verdadeiro formigueiro humano para a época.
Quanto a propriedade é falsa a ideia de que o faraó era o dono de todas as terras. Algumas propriedades eram doadas e isentas de impostos, além de altos funcionários terem suas terras particulares.
A mão de obra era camponesa, onde os impostos eram pagos em forma de mercadorias ou na forma de trabalho forçado para o estado.
A sociedade se formava pelo Faraó (um Deus), a família real, os sacerdotes, a alta hierarquia, as famílias provinciais, hierarquia inferior, camponeses e trabalhadores braçais.


O Poder sinopse da história faraônica
A unificação.


A história do Egito se inicia no período pré-dinástico. Dividido em Nagada I e II. Em Nagada II, mais adiantada, já podemos encontrar a manipulação do cobre e socialmente uma estratificação da sociedade. Além de contatos comerciais e culturais com a Ásia. O fim desse segundo período se deu após sucessivas guerras que resultaram em duas grandes confederações a do Vale sob o deus Seth e a do Delta sob o deus Hórus. Uma sequencia de avanços no sentido sul – norte leva a unificação do reino e iniciando a primeira dinastia comprovada com Men o primeiro rei Aha.



O III milênio:
Dinástico primitivo, Reino antigo e Primeiro período intermediário.

O Dinástico primitivo compreende as três primeiras dinastias. Período de poucos documentos escritos e ainda de organização administrativa. O reino antigo está compreendido entre as dinastias de IV a VIII. Na fase inicial esse período fica marcado pela construção das três grandes pirâmides: Queóps, Quéfren e Miquerinos. O primeiro período intermediário se dá nas dinastias IX e X, onde a anarquização é a forma dominante da sociedade. A principal causa da desestabilização foi a insuficiente inundação e um grande período de fome. Somente na dinastia XI os asiáticos invasores são expulsos e o reino reunificado.

A primeira metade do II milênio: Reino Médio e Segundo Período
Intermediário


No Reino Médio temos os últimos reis das dinastias XI e de XII a XIV. Onde um período de descentralização foi experimentado, mas a principal característica foi a modernização administrativa e uma maior aproximação do Rei com os súditos. Um lento declínio aconteceu até o fim da XIV dinastia e o inicio do segundo período de transição.


A segunda metade do II milênio: o Reino Novo

As dinastias XVIII a XX representam o auge do poder faraônico. É também o período de maior riqueza de textos arqueológicos. Além de apresentar uma maior aproximação com o oriente e a dominação da Núbia até a Síria-Palestina. Esta agressiva expansão implica em um maior avanço militar e político da civilização egípcia. O avanço político resultou na transmissão do poder administrativo para uma serie de altos funcionários, onde o faraó somente administrava os conflitos resultantes desta disseminação do poder. Essa expansão se justifica para evitar que o território egípcio seja novamente invadido. A região arábica dominada pelo Egito permaneceu como um protetorado, sem que a cultura egípcia seja influente na sociedade local. Diferente da Núbia, que sofreu forte egipcianização.
A origem divina dos faraós era transmitida pelas mães, portanto eram comuns os casamentos com irmãs e filhas para manter a linhagem real e divina.
A descoberta do túmulo de Tutankhamon com muitos tesouros elevou a dinastia XVIII ao patamar da mais famosa dinastia egípcia.
Depois de Ramsés III e seus oito homônimos sucessores o Egito experimentou uma grande decadência com períodos de carestia, perdeu seu protetorado na Arábia.

O I milênio (até 332): Terceiro Período Intermediário e Época Tardia

Das dinastias XXI a XXIV foi um período de muitas subdivisões e de dinastias paralelas, foi a fragmentação do poder e da política no Egito.
O domínio assírio, as duas ocupações persas, a reunificação da Núbia, os militares mercenários e os conflitos como oriente próximo apesar de trazerem uma confusão política, trouxa alguns avanços tecnológicos e influencias culturais para o Egito.

Conclusão

Entre 3000 e 332 A.C. o Egito viveu a unidade e a centralização alternada por curtos períodos de dinastias paralelas, domínios estrangeiros e descentralização. Apesar de uma língua e uma religião básica em comum o distanciamento de algumas regiões eram suficientes para que os dialetos causassem problemas de comunicação dentro do próprio Egito.


ASPECTOS DA VIDA INTELECTUAL
O pensamento egípcio antigo

Pode-se descrever o pensamento egípcio como conservador e conformista. Existia uma ordem que mesmo com as mudanças e períodos que a região viveu, permaneceu quase que inalterada. Religiosamente acreditavam no poder das palavras, das imagens, dos gestos e dos símbolos.


A Religião

Não havia um dogma central. As regiões possuíam divindades supremas. Foi com a unificação que uma hierarquização foi realizada para manter a função de todos os deuses. Existia uma forte diferença entre o culto oficial, destinado a monarquia e o culto do homem comum. Deuses e rituais eram diferentes. As crenças funerárias levavam a acreditar em uma vida após a morte. Onde os egípcios passavam por um julgamento e alcançavam a vida eterna.

Língua, escrita e literatura.


Considerada uma língua africana os textos passaram por três fases: egípcio arcaico, clássico e médio. A escrita começou a ser desenvolvida desde o período pré-dinástico. Os testos tinham um caráter científico e na matemática não utilizavam o zero mas realizavam a soma e a subtração.

Artes Plásticas.

A visão de arte era voltada para a utilização de objetos práticos para o dia a dia. E não para desenvolvimento intelectual. Ou possuíam o aspecto religioso.

Avaliaç]ao de Arqueologia

1. Baseando-se no livro O Egito Antigo de Ciro Flamarion, percebe-se que o autor desenvolve uma discussão sobre a “Hipótese Causal Hidráulica”, que debate a possibilidade da “questão hidráulica” ter sido fundamental na formação do Egito enquanto Estado unificado. Comente a discussão desenvolvida pelo autor: defina a hipótese, descrevendo-a, escreva sobre suas possibilidades de certezas e incertezas, ou seja, porque ela era considerada uma hipótese viável e porque deixou de sê-lo.

Por milhares da nos a região do Saara era formada por uma vegetação desavana, habitada por pescadores, caçadores, agricultores e criadores de gado. O gradual ressecamento da regiãotransformando a savana em deserto obrigou o movimento dos homens em direção ao maior rio perene da região, o rio Nilo. O principal debate e fonte de muitas dúvidas sobre esta hipótese é a carência de documentos, fontes, restos humanos, iconografia, dados linguísticos e etnológicos para comprovar ou refutar a afirmação de que foi o ressecamento da região saariana que determinou a fixação das populações nas margens do rio Nilo. Estudos comprovaram que entre 3300 e 3000 A.C. houve uma acentuada queda de pluviosidade, reduzindo a área de abrangência das cheias do rio, limitando as possibilidades de agricultura a uma faixa estreita ao longo do curso do Nilo. É neste período que se pode determinar as três áreas mais importantes da região: O delta do Nilo, com grande faixa alagada e pantanosa, o vale onde as cheias do Nilo irrigava sua margens fixando o homem no vale e as grandes regiões desérticas. E foi a necessidade de administrar esse sistema que envolvia obras de irrigação e o funcionamento da agricultura que se pode avaliar como fatos fundamentais para a unificação do reino egípcio.
Mas foi a partir do final do século XIX e início do século XX que a hipótese casual hidráulica foi combatida, primeiro pela falta de uma maior documentação sobre os trabalhos de irrigação. Os diques e represas são uma prática comum na região e existem desde a era dos faraós e essas constantes transformações acabam por apagar os traços das primeiras obras realizadas. Outro fato que pode combater a hipótese casual hidráulica é o relato de escritos que revelam o sentimento/devoção em relação as águas do rio que não poderiam ser sujas pelos homens. Ainda sobre o regime das águas é levantada a hipótese de que as inundações eram bastante regulares e previsíveis não sendo necessária, desta forma, importantes obras de complementação e auxílio a agricultura. Trabalhos recentes demostram que o sistema de tanques de irrigação eram realizados de forma local e que não existem provas de uma administração centralizada até o Reino Médio. A agricultura irrigada funcionava dentro das organizações tribais contribuindo, desta fora, para a fragmentação da região e não a sua centralização e consequente formação de reino.

2. Há semelhanças e diferenças entre os povos mesopotâmios e os egípcios. Uma das semelhanças advêm do fato de que ambas eram sociedades hidráulicas, ou seja, relacionadas aos rios Nilo, Tigre e Eufrates, respectivamente. Uma das diferenças está na estrutura política estatal, onde o reino e império egípcio contrastava com as cidades-estado mesopotâmicas. Comente este contraste, baseando-se nas definições, semelhanças e diferenças entre as cidades-estado e o reino/império do Egito.

A semelhante condição natural, por habitarem terras alagadiças, estabeleceu algumas semelhanças entre os dois modelos apresentados, como o sistema de irrigação, mas as diferenças entre os sistemas eram significativos. Partindo-se da grande unificação egípcia, onde o poder divino do faraó comandava a grande região do vale até o Delta do Nilo. Sistema de poder que foi transmitido por diversas dinastias e que mesmo em períodos de crise, ressurge logo adiante nas mesmas bases de governo. Centralizado e personificado no faraó. Diferente se faz a organização na região da Mesopotâmia, onde as principais cidades estabelecem independentemente suas formas de organização e liderança. Cada cidade governava suas terras e suas redes de irrigação. Mas a grande diferença era o comércio realizado entre estas cidades, agora classificadas como Cidades-estados, que proporcionava uma grande incremento de atividades comercias. Estas Cidades-estados também se uniam ocasionalmente pra alguma estratégia militar ou política, mas depois de cumprido o desejado era desfeito os laços e os governos permaneciam independentes. Bem diferente da organização egípcia que manteve a centralização do poder e mesmo quando dominada ou invadida, permanecia nas mãos de um só governante. A característica das cidades- estado, foi também um fator determinante para o seu fim, pois os conflitos entre as cidades acabaram enfraquecendo o poder que elas ostentavam e se tornaram alvo de invasões como a dos Acádios

3. Gordon Child em A Evolução Cultural do Homem, disse: “O surgimento do homem sobre a terra é indicado pelos instrumentos que ele faz (p.122).” Engels em Origem da Família, Propriedade Privada e do Estado, diz que :“O Estado não é, pois, de modo algum, um poderque se impôs à sociedade de fora para dentro; [...] É antes um produto da sociedade, quandoesta chega a um determinado grau de desenvolvimento; é a confissão de que essa sociedade se enredou numa irremediável contradição com ela própria e está dividida porantagonismos irreconciliáveis que não consegueconjurar (p.135-136).” Considerando as citações de Child e Engels, analisando os livros que você leu e fichou sobre Arqueologia e Pré-História:
a. Discorra sobre o papel da Arqueologia nos estudos das comunidades ágrafas e o fato de que o homem não dominar a escrita deve ser um diferencial para separar História e Pré-História.
b. Relacione a citação de Engels a Revolução Neolítica e a formação dos Estados dando início a Antiguidade.

A – A arqueologia, ciência responsável por resgatar os sinais deixados por antigas civilizações tem o importante papel de traduzir o ambiente social e político de sociedades que não chegaram ao estágio da escrita. Interpretando pinturas, artefatos e restos humanos, ela permite determinar o estágio de evolução em que uma sociedade já extinta, seja em que época for, deixou para ser estudado. Este estudo permite que se entendam as mudanças ocorridas na sociedade humana. A escrita é um fator determinante para a classificação das sociedades, deixando de lado a discussão do conceito da palavra história dentro da expressão “Pré-História” e aceitando a classificação de que os povos pré-históricos são aqueles que não dominavam a escrita para “documentar” a sua história, podemos entender que a pré-história ocorreu em tempos diferentes nas mais variadas sociedades pelo mundo. Pois foi ao longo de cada história particular, de cada civilização estudada, é que o arqueólogo pode determinar em que momento se dá a passagem da pré-história pra a história. Somente quando estas civilizações estudadas passam a escrever sua própria história é que se pode determinar com maior exatidão quais eram as formas de governo, como se organizava a sociedade, quais eram os seus costumes religiosos e suas relações com outras sociedades.

B - A formação dos estados dando início a antiguidade é um movimento natural de fixação de povos nômades quando iniciam o domínio da agricultura, são estes pequenos aglomerados humanos que iniciarão a experiência do convívio sedentário, convívio que inicia o estabelecimento das primeiras regras sociais. As necessidades de liderança começam a ser supridas por lideres naturais é a sociedade criando suas próprias regras, estabelecendo seus limites e o poder de seus líderes. A evolução da sociedade é, também, a evolução das normas que a conduzem, os conflitos internos e os grupos excluídos realizam movimentos antagônicos dentro desta sociedade, criando conflitos, lutas e movimentos separatistas, que por fim dão origem a novas sociedades. Construindo cidades, reinos e impérios.

4. “O pobre está melhor morto que vivo;
Se tem pão, não tem sal;
Se tem sal, não tem pão;
Ser tem carne, não tem cordeiro;
Ser tem cordeiro, não tem carne”.
O ditado acima foi escrito há quase cinco mil anos na Suméria. Ele demonstra (além do humor), uma insatisfação popular com a situação de exclusão de boa parte da sociedade sumeriana.
Observando o que você leu, fichou, descreva os aspectos sociais e econômicos das sociedades do Egito Antigo e da Mesopotâmia, destacando o caráter de sociedades onde não igualdade.

Na mesopotâmia as classes ou castas sociais eram rígidas e permanentes. A classe dominada era formada porartesãos, camponeses e escravos formando a maior classe social, desde o seu nascimento já estavam determinados a permanecerem nas mesmas condições. Comerciantes, aristocratas e militares compunham uma classe intermediária da sociedade mesopotâmica, onde desempenhavam um papel mais relevante, mais continuavam fora do circulo do poder e de influência governamental.Sacerdotes e nobres eram a mais alta representação da sociedade e da mesma forma que as classes anteriores seu nascimento era que determinava definitivamente sua condição social.As terras eram pertencentes ao governo real que permitia aos camponeses ocupa-las. Um agravante da exploração das classes superiores era a obrigatoriedade da entrega dos excedentes da produção para a classe dominante. O que deixava os camponeses trabalhando para a sua subsistência e para abastecer as classes dominantes do clero e da nobreza.
Semelhantes fatos sociais ocorriam no Egito que tinha a agricultura, assim como os mesopotâmios, a base de sua atividade econômica. O fato que beneficiava a sociedade egípcia era a regularidade das cheias do rio Nilo. Proporcionando um planejamento que evitava a fome no reino. Mas o lado perverso da sociedade egípcia era dos trabalhos forçados exigidos pelo faraó, as obras de arquitetura e de construção de diques eram obrigações impostas pelo estado. Assim como os mesopotâmios, os egípcios tinham uma pequena classe dominante, formada logo abaixo do faraó, que era a personificação do Deus Horus, essa classe dominante era formada por nomarcas, sacerdotes e escribas. A classe dominada era composta por soldados, artesãos, comerciantes e escravos.

sábado, 10 de setembro de 2011

Antropologia e História De: Roberto Damata

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quarto Período







Antropologia e História
De: Roberto Damata

Matéria: Antropologia Cultural
Professor: Dauro






Macaé/RJ
Setembro de 2011.
1 – Introdução.
Partindo do posicionamento de que um encontro com o começo não é a garantia de um sucesso intelectual, o autor inicia o capítulo alertando para esse tipo de erro, pois analisando antropologicamente a civilização da Grécia antiga é possível dividir o mundo em dois tipos de homens os gregos e os bárbaros. Outro alerta é a atenção para diferenciar história, estória, mitos e relatos de viagens. Relatórios de viajantes que descrevem a fauna e a flora de um lugar costumam não tomar em vista o ponto dou “outro” e sim seu próprio ponto de vista. O principal objetivo do autor não é somente apresentar uma história antropológica, mas sim relacionar os fenômenos antropológicos com a dimensão temporal. Tendo desta forma informações de grande importância para demostrar fatos e estudar o comportamento do homem.

2 – História da Antropologia.
É especular sobre como os homens percebem suas diferenças ao longo do tempo. E desta análise pode-se justificar diversos comportamentos, como dominações e destruições de sociedades inteiras. Para que esse pensamento não seja dominante e justificador de barbaridades criou-se a Teoria das Diferenças, onde uma capa de responsabilidade científica protege o sentido e o valor da existência do outro.
Foi esse pensamento dominador que justificou as colonizações européias dos séculos XV e XVI. Mas também justificou os movimentos contrários de reação e independência.
O pensamento antropológico fica dividido em duas correntes que Edmund Leach exemplifica como o Evolucionismo de James Frazer e o funcionalismo de Bronislaw Malinowski. Frazer em sua linha vitoriana e eurocentrista com certezas racistas e superioridade política, econômica e intelectual. E Malinowski com seu relativismo que impede sínteses grandiosas.



A) O Evolucionismo.

Esse método de pesquisa separa e classifica todos os elementos dos dados sociais ou culturais. Mas não como o cientista que logo depois reúne todos os elementos para uma análise completa, mas deixa a classificação e separação como uma via de mão única. Separando os fatos dos conceitos de onde surgiam. Os evolucionistas não comparavam os fatos dentro de seu próprio contexto e sim com outras sociedades. Trabalhavam com o método de classificar tudo, de anexar tudo ao pensamento evolucionista situando-os em uma escala apropriada. O evolucionismo pode ser caracterizado por quatro ideias gerais.
Primeira, as sociedades humanas devem ser comparadas entre si. E seus costumes são definidos pelo investigador. Exemplificando-se temos o exemplo de Morgan para a família que no século XIX era nucleado por pai, mãe e filhos. Seguindo a linha evolucionista em tempos anteriores teríamos famílias onde não de diferencia pais e mães, isto é, seus genitores seriam inseridos no contexto dos adultos da mesma faixa de idade, sem diferença entre eles. Hoje sabemos que tal forma de explicação não passa de uma fantasia sociológica.
Segunda, os costumes têm uma origem, uma individualidade e um fim. O fim não é discutido pelos pesquisadores, pois é a atual sociedade do século XIX que representa o modelo final de evolução. A síntese religiosa é um dos problemas apontados para o evolucionismo. O fato de sintetizar religiosidade a crença em almas coloca a religião dos romanos e dos Neures no mesmo plano. Essa falha de argumentação reduz o jogo dos fatos sócias é uma lógica psicologizante.
Terceira, as sociedades se desenvolvem de modo linear, onde os eventos possuem causas e consequências, formando assim a ideia de progresso e determinação. O pensamento evolucionista segue pelo conceito de processo civilizatório, onde o contato com o mundo capitalista era o momento de a força social atuante romper com as amarras do atraso e do primitivismo da sociedade referida.
O determinismo evolucionista é baseado em forças das quais a sociedade não tem consciência e nem controle. Mas sua fraqueza é não considerar o múltiplo jogo de realidades que atuam no mundo das consciências e desta forma aprisionar o espírito.
Quarta o evolucionista trata as diferenças como se tratam etapas reduzindo-as ao eixo do tempo, situando no sistema classificatório e explicando essas diferenças como atraso evolucionista no eixo deste tempo. O tempo não conduz uma dimensão genética exclusiva, com um caminho único, que leva ao progresso da sociedade.

B) O Funcionalismo.
A palavra funcionalismo é usada dentro dos conceitos estabelecidos por Malinowski e Radcliffe Brown, onde primeiramente é uma reação as teorias evolucionistas. O funcionalismo busca a sobra que ocorre na passagem do tempo, o resíduo da instituição ou do costume que sobrevive ao tempo e que indica o passado no meio do presente.
Existe a possibilidade de estudar a sociedade como um sistema coerentemente e interligado de relações sociais. Um sentido básico ao funcionalismo é de que nada num sistema ocorre ao acaso ou está definitivamente errado ou deslocado. A postura definidora do papel social é de que nada deixa restos, tudo desempenha um papel, tudo tem sentido ainda que esse sentido não seja facilmente localizável e os costumes e hábitos sociais devem ser compreendidos dentro do sistema do qual provém. O funcionalismo se preocupa com alguns fenômenos sociais. Como as sociedades que temem o conflito e se armam de um aparato repressivo para isso e sociedades com dinâmicas de conflitos. O centro de referencia é a própria tribo, segmento ou cultura em análise.


3. Uma antropologia da História?
O funcionalismo revelou que a pesquisa antropológica era um caminho de duplo movimento, um em direção ao desconhecido e outro de volta ao etnólogo que reexamina seus dados e os integra no plano das escolhas humanas. E revela-se que o que se chamava de exótico ou irracional é apenas um traço conhecido para a própria sociedade. A sociedade marcada pela mudança do eixo do tempo tem valores que estão fora da temporalidade, relíquias reais ou religiosas marcam uma dimensão que atravessa o tempo. Esse entendimento pela via temporal é uma linha contínua onde um evento provoca outro, onde os acontecimentos têm antecedentes e consequentes.
A antropologia social pode relativizar o tempo e utilizar vertentes comparativas que podem substituir o tempo para refletir sobre as semelhanças e diferenças entre as sociedades. Tudo que o homem está realizando em todas as suas manifestações sociais de todos os tempos e lugares são formas sociais imperfeitas quando relacionadas com outras formas sociais da mesma forma que não existe uma cultura ou sociedade mais acabada que outra.
Para Lévi-Strauss o inconsciente não é uma substancia social, moral ou filosófica, mas um lugar ou uma posição em que podemos tomar consciência das diferenças e por meio delas alcançar as semelhanças entre as sociedades. Esse lugar não se situa mais no tempo mas no seu espaço complementar, um ponto vazio de conteúdo e de tempo, onde o observador pode se situar para observar as diferenças e semelhanças entre as sociedades humanas.

4. Tempo e História.
As críticas ao estruturalismo de Lévi-Strauss pregam uma forma de consciência continua aonde estruturas cada vez mais desalienadas vão substituindo as outras mais atrasadas. Já a antropologia funcionalista se aproxima do olhar do selvagem que foi uma abordagem inovadora de Malinowski. Atitude que levou a uma separação epistemológica dos pontos de vista e fundamentando uma teoria baseada na descontinuidade do tempo.
A temporariedade histórica se situa em uma idéia de passagem do tempo onde nem todas as sociedades o percebem ou o operam da mesma forma. Utilizando o tempo como uma ideologia que serve para expressar sua própria identidade.
Algumas perguntas surgem no plano estruturalista. Quem realmente faz história? Os homens do passado que deixam seus resíduos. Ou os resíduos são próprios da história humana? E qual história escolherá o historiador para contar a história dos homens?
Uma percepção diferente do tempo é do povo Apinayé. Onde o passado e o presente se refletem um no outro, a sociedade não possuiu interpretes do passado e nem transformadores do presente, não existe o herói histórico, a grande personalidade e nem um admirável mundo novo no futuro. Existe o presente anterior e um presente presente. Mas é importante salientar que as sociedades construídas desta forma são formadas por grupos, segmentos, categorias, classes, indivíduos e elementos absolutamente descontínuos e em conflito.
Para Lévi-Strauss a história também precisa de um significado, pois quando se escolhe um período histórico ao mesmo tempo se condena a escolher regiões, épocas, grupos de homens e indivíduos nestes grupos e se fazem parecerem figuras descontínuas.
O significado só aparecerá na forma de um jogo complexo entre o esquecido e o permanentemente lembrado. Um tempo totalizado é um absurdo para Lévi-Strauss, pois o seu próprio sentido se perderia.
O romancista Thomas Manm trás uma análise de tempo que mercê uma reflexão. Ele trás a narrativa temporal como um aspecto relevante do tempo, onde diferenciamos o tempo que se pode cronometrar e o tempo de duração. Um tempo visto de fora, como uma musica ou a leitura de um livro ou o tempo vivido por uma peça de teatro ou de um livro que conta a história de um homem que viveu 80 anos.
O estudo da história é abordado por Van Gennep na sua dificuldade em se estudar fatos recentes e em desenvolvimento. Restando aos fatos mais antigos a facilidade de estudo devido a sua consolidação. Lévi-Strauss qualifica como eventos frios ou quentes, dependendo da distância em que se encontram do presente.
Outro problema abordado pela perspectiva histórica são as restrições metodológicas quando se trabalha em uma sociedade desconhecida. Uma abordagem religiosa, por exemplo, vai excluir de imediato as abordagens financeiras ou políticas.

5. A Lógica do Totemismo e a Lógica da História.
Em muitos sistemas tribais a continuidade social é obtida por meio das diferenciações como a identificação com a natureza, a identidade entre homens e grupos de homens, espécies de plantas, animais, fenômenos meteorológicos e geográficos. Este sistema foi definido como Totemismo por Claude Lévi-Strauss. Essa mentalidade pré-lógica é um tipo de inteligência que segundo Levy-Bruhl se caracteriza pela confusão mental, que mistura a classificação das coisas do universo.
A relação entre historicidade e a lógica totêmica é de que a historicidade trás a ideia de que uma forma social sai de dentre de outra anterior que lhe causou o nascimento. Já a totêmica relaciona homes com plantas, animais e fenômenos naturais e geográficos.
Chega-se ao indivíduo, razão do nosso sistema social que possui esferas que lhes são ligadas como o amor, a justiça, a igualdade, o trabalho e a arte. Isto é o indivíduo precisa criar um espaço interno onde as coisas particulares possam ter livre curso.
Descobrimos na música popular, na publicidade, na moralidade, no amor e na arte em geral a atuação da lógica totêmica que aspiram à junção de tudo com tudo dando significado a nossa sociedade.
A Antropologia propõe um diálogo aberto e sistemático com a temporalidade vivida pelos homens de diversas sociedades para poder relativiza-los e conseguir alcançar tudo aquilo que pode oferecer.