sábado, 14 de janeiro de 2017

A vida é política

O despotismo da liberdade contra a tirania. - Robespierre Podemos chamar de história o movimento dos homens no planeta. Rochas, campos, florestas e mares não produzem resultado cultural sem a nossa presença. O fazem apenas quando alterados pelo homem, e como animal social o homem ou o conjunto de homens se entrelaçam pela cultura, em diferenças e semelhanças. E de acordo com Oswald Spengler, em “A Decadência do Ocidente”, essas relações se sustentam pela política “da menor manifestação instintiva até a medula” O que diferencia uma nação ou um povo do outro é a sua confiança nas tradições. E o perfeito domínio deste conhecimento transforma o seu detentor em líder, guru, mestre ou, politicamente falando, Estadista. O conhecedor de homens, cultura, situações ( ou processos) e coisas (materiais e imateriais). O Estadista é um educador de seu povo, perfeito exemplo de moral e garantias de segurança, física e espiritual. Mais forte do que templos e igrejas, parlamentos e câmaras, conceitos ou preconceitos, ele se impõe pelo exemplo, como foi o messias cristão e não como a igreja que se formou em torno de seu nome. Seguindo as formas modernas de se conquistar e manter o poder o Estadista precisa se valer da eleições e dos meios de comunicação. Ou até ignorá-los mas precisa, fundamentalmente saber como dominá-los. Desde a política primitiva de aldeias, vilas, campos e grupos isolados da nossa história antiga, passando pelos períodos de absolutismo e chegando finalmente nos primeiros pensamentos republicanos podemos entender que a sociedade, da mais simples a mais organizada e complexa, a cultura levou ao conflito das ideias diferentes. Esse produto orgânico deu forma ao conceito e a formação de partidos políticos e, ainda de acordo com Spengler, nada mais irrestritamente negativo, destrutivo e nivelador conceito de igualdade do que um partido político. Os partidos são fenômenos puramente urbanos. A fundamentação partidária caminha por um dualismo simples, mas que a modernidade transformou em muitos nomes, símbolos e conceitos, muito mais por conveniências pessoais do que filosofias políticas. No simples dualismo político ou se está no poder ou se quer toma-lo para si. Dos livros como: O Príncipe ou O Capital que dividem fundamentalmente as ideias. Maquiavel e Marx já estão envelhecidos e soam como velhos reacionários em seus ofícios. Política que se fundamenta no dinheiro gera uma falsa democracia, que é vendida a todos nós que não podemos compra-la. Não podemos chamar de democracia um sistema que se fundamenta no dinheiro para que funcione e que inclua as pessoas. Não se pode acredita que uma pessoas sem o mínimo de posses e conhecimento de como a imprensa funciona tem possibilidades de atuar de forma decisiva no campo político de um cidade ou de um país. Devemos incluir no campo político o acesso a cargos do judiciários, mas cargos distantes dos juízes das comarcas locais, mas sim os altos cargos onde geralmente só se alcança por indicação de um grande agente político. Estamos tão ligados, muitas das vezes de forma involuntária, ao jogo político que não conseguimos criar distância suficiente para perceber a influência do dinheiro e das redes de informação que estão ao nosso redor. Isso até chegar uma nova rede com novo e maior aporte financeiro e nos fazer perceber que saímos de uma onda ilusória para cair em um mar de deslumbramento e nova ilusão tão forte e alienadora quanto a anterior. Por fim, o que na democracia seria definitivo, como as provas, no mundo real, este em que vivemos, a prova definitiva é apenas a vitória, que está longe de ser a verdade na maioria dos casos. E vitória eleitoral, financeira, pessoal ou midiática estão no mesmo plano. Em época de hegemonia do dinheiro requer que estejamos atentos ao que nos é caro. Nossas virtudes, tão sem importância para a mídia, são nosso único lugar seguro. SPENGLER, O. A Decadência do Ocidente: esboço de uma morfologia da História Universal. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1964.