quarta-feira, 7 de março de 2012

Resenha de: Relativizando. Terceira Parte. Trabalho de Campo De: Roberto Damata

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quinto Período






Resenha de:
Relativizando. Terceira Parte. Trabalho de Campo
De: Roberto Damata
Matéria: metodologia do Ensino da História.
Professor: Rodolfo Maia







Macaé/RJ
Março de 2012.


1 – O trabalho de campo na Antropologia Social.

Foi o abandono da visão evolucionista no final do século XX que levou o antropólogo ao campo de pesquisa. Tendo como principal método de trabalho a não intervenção em seu campo de pesquisa. Os fatores sociais devem seguir o seu curso normal sem a retirada ou introdução de elementos por parte do pesquisador. Esse é o funcionalismo proposto por Damata. No funcionalismo o Etnólogo deixa a cadeira da biblioteca e junto com ela suas frases soltas e puramente classificatórias e entra no convívio social de diversos grupos, percebendo que os costumes são interligados e que todo o contexto funciona com um interdependência normalizadora do ambiente social.
E como define Malinowski o desejo do etnólogo deve ser de transformar conhecimento em sabedoria, isto é, aprofundar nossa visão sobre o mundo e compreender nossa própria natureza..
O Neófito da antropologia é encorajado a se afastar do aprofundamento teórico e se dedicar ao trabalho de campo. Sendo assim, todo antropólogo é estimulado a repensar a sua ciência.
A antropologia possui uma longa, saudável a tradicional base pluralista. Ela é uma e múltipla ao mesmo tempo, com pleno respeito a todas as formas de sociedade e sem se prender a qualquer doutrina social, moral ou religiosa. É tomar como ponto de partida o ponto de vista e a posição do outro.
2 – O Trabalho de campo como um rito de passagem.

O antropólogo se retira de sua sociedade e fica por um período invisível para ela. Passa a viver em um ambiente marginal e perigoso e por muitas das vezes por seus próprios custos. Esse afastamento proporciona uma liberdade pessoal que o liberta para experiências e relações sociais que seriam impossíveis dentro de sua sociedade natural. E por essas experiências retorna ao convívio com um novo papel e com uma nova perspectiva de sociedade. Seu papel é uma busca por controlar seus preconceitos, que é facilitada pelo distanciamento de suas relações sociais naturais.
O trabalho de campo é um processo cheio de dilemas e problemas existenciais.
A noção de sociedade parte de idéia de relacionamentos com um mínimo de coerência e essa coerência não implica na ausência de conflitos, contradições e divergências. Elementos, estes, que são, inclusive, fundamentais para se formar uma sociedade.

terça-feira, 6 de março de 2012

Resenha de O Oficio de Etnólogo, ou como Ter "Anthropological Blues" de Roberto DaMatta

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quinto Período







Resenha de O Oficio de Etnólogo,
ou como Ter "Anthropological Blues"
de Roberto DaMatta
Matéria: Metodologia do Ensino de História
Professor: Rodolfo Maia







Macaé/RJ
Março de 2012.

Em Etnologia, como nos "ritos de passagem", existem três fases (ou pianos) Fundamentals quando se trata de discorrer sobre as etapas de uma pesquisa, vista pelo prisma do seu cotidiano.

E a fase que denomino de teorico-intelectual. Nesta fase as aldeias são diagramas, os matrimônios se resolvem em desenhos geométricos perfeitamente simétricos e equilibrados, a patronagem e a clientela política aparecem em regras ordenadas, a própria espoliação passa a seguir leis e os índios são de papel.

Uma segunda fase pode ser denominada Período Prático.
Ela diz respeito, essencialmente, a nossa ante véspera de pesquisa. Mas planejar a quantidade de arroz e remédios que deve se levar do que as características que serão estudadas no futuro breve.


A fase final, a terceira, e a que chamo de pessoal ou existencial. Essencialmente globalizadora e integradora: ela deve sintetizar a biografia com a teoria, e a pratica do mundo com a do oficio.
É vivenciando esta fase que me dou conta (e não sem susto) que estou entre dois fogos: a minha cultura e uma outra, o meu mundo e um outro.
Esses são os chamados aspectos românticos da disciplina quando o pesquisador se vê obrigado a atuar como medico, cozinheiro, contador de historias, mediador entre índios e funcionários da FUNAI, viajante solitário e ate palhaço, lançando mão destes vários e insuspeitados papeis para poder bem realizar as rotinas que infalivelmente aprendeu na escola graduada.

II

De fato, só se tem Antropologia Social quando se tem de algum modo o exótico. E o exótico depende invariavelmente da distancia social, e a distancia social tem como componente a marginalidade (relativa ou absoluta), e a marginalidade se alimenta de um sentimento de segregação e a segregação implica estar só e tudo desemboca — para comutar rapidamente essa longa cadeia — na liminaridade e no estranhamento.

O Oficio do etnólogo se compõe em duas transformações: A do exótico em familiar e do familiar no exótico. Sendo a primeira transformação o movimento original da antropologia. A segunda transformação é quando a disciplina se volta para a sociedade em um autoexorcismo.

A transformação do exótico em familiar requer um desligamento já que não a familiaridade com os costumes observados. E quando se aproxima o “anthropological blues” que é o elemento inesperado que desponta na observação do etnólogo.

“Da mesma maneira que a tristeza e a saudade (tambem blues) se insinuam no processo do trabalho de campo, causando surpresa ao etnólogo.” (Pg. 30).

O antropólogo só existe se um canal de informação for aberto com seu objeto de estudo e esse canal de informação é a empatia com o grupo estudado.

sábado, 3 de março de 2012

O Brasil nos relatos de viajantes ingleses do século XVIII: produção de discursos sobre o Novo Mundo. De: Ângela Domingues

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quinto Período





O Brasil nos relatos de viajantes ingleses do século XVIII: produção de discursos sobre o Novo Mundo.
De: Ângela Domingues

Matéria: História do Brasil Império
Professor: Marcelo Abreu







Macaé/RJ
Março de 2012.


O texto começa afirmando que o Brasil só passa a ter alguma relevância científica a partir de 1808, ano da chega da família real ao país, e que os principais cientistas e acadêmicos europeus, de início, era formados na sua maioria por ingleses e alemães. Os ilustrados europeus utilizavam como fontes de informação, relatos, cartas, exames laboratoriais de elementos levados à Europa e viagens e expedições as terras brasileiras. Relatos não acadêmicos, como os de corsários e aventureiros, também contribuíram para o esclarecimento de aspectos geográficos e comportamentais do novo mundo.

VIAJANTES, DIÁRIOS DE VIAGEM E ESCALAS


O litoral brasileiro se tornou um ponto estratégico para os navios tanto de governos, empresas ou armadores particulares. Franceses, holandeses e ingleses utilizavam os portos brasileiros para reparos e para o reabastecimento dos navios. O comércio era proibido.

TOCAR O LITORAL BRASILEIRO: COMPETIÇÃO COMERCIAL, POLÍTICA E ESTRATÉGICA ENTRE NAÇÕES

O Rio de Janeiro era considerado o porto mais importante do sul do atlântico, principalmente por ser a porta para as regiões das minas. Esse interesse internacional pela cidade foi benéfico por fornecer, aos pesquisadores, uma grande quantidade de informações sobre a cidade como as características geográficas, cartografia e descrição de seus moradores. Já sob o ponto de vista estratégico as informações sobre os portos coloniais eram preservadas, pois a metrópole precisava manter o controle, mas o caso do Rio de Janeiro já era bastante conhecido. Suas facilidades e suas riquezas já eram conhecidas em toda a Europa. Isso chegou a promover a intenção de ingleses e franceses invadirem e conquistarem o território da colônia.




UM CONHECIMENTO RENOVADO: “INTELIGÊNCIA E LUZES” DE HOMENS ESCLARECIDOS E IMPARCIAIS

Estes viajantes que percorriam e descreviam o local, transformaram o desconhecido litoral do Rio de Janeiro em um lugar cientificamente mapeado e descrito. Oferecendo segurança aos navegantes que chegavam ao local. Este século setecentista foi conhecido como século das luzes, pelo “desbravamento científico” do litoral brasileiro e de outras colônias ibéricas pelos seus colonizadores. Um fator importante desta época de aprimoramento das ciências foi a passagem das histórias orais para o registro escrito. Onde os relatos de viajantes eram formatados pelos intelectuais e colocados em suas obras. As publicações ganhavam formatos diferentes, edições simples e luxuosas, além das traduções para diversos idiomas europeus.
Pode-se concluir que a Inglaterra, por sua força econômica, foi a nação que mais influenciou e proporcionou o movimento científico no século XVIII e está influência atingiu terras brasileiras de forma indiscutível.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Resenha de: Brasil e Portugal: A história nacional entra a tradição e a renovação de: Ana Lúcia Lana Nemi

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quinto Período







Brasil e Portugal:
A história nacional entra a tradição e a renovação
de: Ana Lúcia Lana Nemi
Matéria: História do Brasil Império
Professor: Marcelo Abreu







Macaé/RJ
Março de 2011.
O texto começa com a abordagem de Antero de Quental e Teófilo Braga, escritores e poetas portugueses, além de expoentes de geração de 70, sobre os motivos da decadência dos povos ibéricos e as soluções para a retomada do crescimento e importância. Trazem a proposta do liberalismo português a partir de 1848, devido ao fracasso das idéias liberais difundidas na Europa desde 1789.
As idéias da Geração de 70 (1870) em Portugal era basicamente desenvolver o pensamento e a transformação de um país que de um passado imperial e colonialista, mergulha em um presente decadente e criticamente se avalia atrasado em relação aos demais países europeus. Um dos pensamentos da época era a forte valorização do passado, que em pleno século XIX, nada mais era que pura história ocorrida na idade média, entre os séculos XV e XVII. A busca pelos motivos históricos da decadência era mais importante que a busca atual por soluções.
Antero de Quental acreditava que o caminho da modernização passa pela crítica ao concílio de Trento, onde, ali, a centralização e o absolutismo foram valorizados e qualquer iniciativa industrializante foi sepultada. A liberdade moral foi barrada e a valorização da conquista e a colonização, deu lugar a mentalidade trabalhista e industrializante, isto é, Portugal procurava apenas explorar suas colônias e viver luxuosamente com a riqueza que delas retirava. Por isso não desenvolveu seu trabalho, suas idéias e sua indústria. Antero era anticlericalista, antiabsolutista e se aproximava do republicanismo como solução dos problemas portugueses.

A geração de 1870 e o Brasil.

Beatriz Berreni sugere uma ligação entre Brasil e Portugal nos objetivos da geração de 1870. Intelectuais brasileiros estariam em conformidade com os portugueses na busca de resgatas os valores perdidos e direcionando o caminho político para a república, conseguiriam reerguer o império português, principalmente as colônias da África. Os intelectuais, quase todos da área literária, pretendiam com o seu destaque na sociedade, levantar as questões, já propostas internamente, para a sociedade. Contando com a participação de alguns historiadores a geração de 1870 atravessa as décadas e ainda se encontra atuante em 1890. A estabilidade trazida pelo Brasil republicano é um caminho escolhido como ideal pelos intelectuais para resgatar o passado glorioso, já muito distante de Portugal e do Brasil.
A revista semanal O Besouro foi por quase um ano 1878 – 79 um importante veículo dos geracionistas. Lá eram debatidos temas como a escravidão, a monarquia e a pobreza cultural.


Entre autores, idéias e gerações.


Destaca-se que o ecletismo marcou o movimento setentista. Atravessando as décadas até o século XX e a importante semana de arte moderna. E pode-se destacar também a análise de Pierre Bourdieu, onde o artista esquadrinha sua obra dentro do “habitus” social e assim permanece influente e modificador. Já o historiador presente no movimento setentista constrói a memória histórica e desta forma pode indicar as massas a superar o atraso e a decadência.
Os periódicos contribuíram não apenas para a divulgação das idéias renovadoras mas também como relatos das mudanças que ocorriam na península ibérica e a republica espanhola e a conseqüente modernização do país foi um exemplo de sucesso que freqüentava as páginas dos semanários.
Um exemplo do pensamento transformador era a necessidade de Portugal abrir rotas comerciais para o interior da África, mas a falta de recursos e de pessoal impossibilitava que essa medida fosse tomada. O PRP tentou uma aproximação com a Inglaterra para financiar esse empreendimento, mas os intelectuais e historiadores portugueses acharam a opção como uma forma de entreguismo e em desencontro com a vocação colonizadora e civilizatória de Portugal.