segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O Rio Antes do Rio

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
O Rio Antes do Rio De: Armelle Enders
Matéria: História do Rio de Janeiro Professor: Ana Lúcia
Macaé/RJ
Portugal do início de século XVI, 1502 exatamente, possuía pouco interesse nas terras descobertas dois anos antes. Todo o interesse estava voltado para as índias que podia ser considerada toda a Ásia. Apesar de muito contestada a versão sobre o descobrimento do Rio de Janeiro publicada pelo historiador Francisco Adolfo Varnhagen no século XIX, foi considerada como válida. Atribuindo a Gonçalo Coelho a descoberta da Bahia de Guanabara em 1º de janeiro de 1502. Os mapas só confirmariam o “Rio de Janeiro” em 1519, local que os marinheiros chamavam de Bahia de Santa Luzia ou dos Inocentes.
A Terra dos Tupinambás.
Curiosamente o interior do território brasileiro foi ocupado primeiro do que o litoral, seis mil anos antes, para um calculo aproximado. A população Tupi-Guarani deixou as bacias dos rios Paraná e Paraguai para, no século V, chegar a região do Rio de Janeiro. Em 1500 eles dominavam da foz do Rio Amazonas até o litoral de Santa Catarina. A baia de Guanabara era ocupada pelos Tamoios de cultura Tupi. Em 1500 a população indígena do Rio de Janeiro era estimada em 14 habitantes por quilometro quadrado, população muito semelhante a da Península Ibérica. Um século depois de São Vicente a Cabo Frio a população foi reduzida para cerca de 5 mil índios. Foi como dizimar a Europa em apenas cem anos, principalmente pelas epidemias, escravidão e guerras contra os invasores. Os tupis viviam em aldeias de cerca de 600 indivíduos que pescavam e caçavam. Além de cultivarem a mandioca, o feijão, o milho e o algodão. Permaneciam no mesmo lugar por cerca de dois anos depois deixavam o lugar onde a floresta voltava a ocupar seu lugar original. Mas a guerra era a vocação Tupi. Jean Lery relata campanhas de oito a dez mil homens que lutavam a cerca de 30 quilômetros de suas terras. Os prisioneiros eram escravizados e depois serviam para o ritual de antropofagia.
O Comércio do Pau Brasil.
A presença portuguesa na baia de Guanabara é rara. Regista-se apenas a frota de João Dias de Solis em 1515 quando ia em direção a bacia do Prata e Fernão de Magalhães em 1519 que descansa por dez dias na região. Esses contatos revelam que a terra dos Papagaios, assim conhecida pelos marinheiros, não revelam metais preciosos, apenas a árvore ibirapitanga ou pau Brasil. A extração desta madeira acontece em Pernambuco, no sul da Bahia e de Cabo Frio ao Rio de Janeiro. O governo português intensifica suas ações ao norte do Brasil deixando os normandos europeus livres para traficar na região do Rio de Janeiro. A expressão terra brasilis aos poucos substitui a Terra de Santa Cruz. Em 1517 o navegador português Cristovão Jacques abandona Cabo Frio que logo é ocupado pelos franceses que permanecem no local por muito tempo. Francisco I da França consegue um interpretação melhor do Papa Clemente VII, onde as terras não ocupadas por portugueses e espanhóis eram livres para quem os ocupar. Em reação a essa medida em 1530 Martin Afonso de Souza é nomeado governador do Brasil e organiza uma expedição que marca o território brasileiro com rochas esculpidas com as armas portuguesas. Ele permanece no Rio de Janeiro de 30 da março a 1º de agosto de 1530 onde constrói uma casa que é batizada pelos índios de Carioca (Casa de Branco). Em 1532 é implantado o sistema de capitanias no Brasil e em 1534 Martin Afonso de Souza recebe as capitânias de São Vicente e Rio de Janeiro. A primeira recebe os investimentos de seu dono, enquanto o Rio de Janeiro fica entregue a corsários franceses e sem nenhuma proteção. Até em 1550 Pero Góis escreve a D. João III que o Rio de Janeiro é a maior escala de corsários do país. Prova disto é em 1552 quando Tomé de Souza tenta desembarcar no Rio de Janeiro e é expulso por franceses e indígenas.
A França Antártica.
Malta Nicolas Durand de Villegagnon foi o principal personagem da mal sucedida França Antártica. Chegando ao Rio de Janeiro em novembro de 1555 estabelece uma fortaleza na pequena ilha próxima ao litoral que é batizada de Coligny. A ilha seria o ponto de partida para a construção da Henriville em homenagem a Henrique II da França. Estabelecendo uma cooperação com os indígenas os colonos calvinistas garantem um suporte para estabelecer a colônia. Mas os índios são resistentes a aculturação pretendida por Villeganon permanecendo nus e não se submetendo a imposição protestante. Villegagnon proíbe a fornicação com as índias e a expansão da colônia fica comprometida. Em 1557 o comandante rompe com Calvino o que deixa a colônia ainda mais conflituosa. Para buscar apoio Villegagnon retorna a França e deixa seu sobrinho Bois-Le-Comte governando a colônia.
A Ofensiva Portuguesa.
Um ano antes da partida do comandante francês Men de Sá é nomeado governador geral do Brasil e solicita apoio militar para reforçar os domínios do sul do Brasil. Em 15 de março de 1560 Men de Sá inicia um ataque que de dois dias a ilha Coligny, contando com a presença do jesuíta Manoel da Nóbrega, chegado ao Brasil em 1549, cumpre a expectativa e expulsa os franceses que se espalham pelo continente. Na sequencia atacam os índios matando muitos deles. Para o jesuíta a ilha era um ninho de calvinistas prontos a semear a heresia entre os indígenas. Em carta enviada ao infante português D. Henrique, Manoel da Nóbrega afirma ser necessário povoar o Rio de Janeiro e fundar mais uma cidade, para garantir a expulsão dos franceses e dos índios hostis.

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