sexta-feira, 1 de julho de 2011

O Planejamento Participativo na Educação Escolar - Final

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História






Bruno Botelho Horta
Terceiro Período - História







O Planejamento Participativo na Educação Escolar
Matéria: Politicas Educacionais
Professora: Tânia Gregório








Macaé/RJ
Junho de 2011.
Dezembro de 1996 altera as políticas educacionais do Brasil. A Lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (LDB). Que estabelece as diretrizes básicas da educação no Brasil trouxe grandes avanços. A educação passa a ser administrada e planejada por educadores.
O artigo 12 da LDB determina que todos os estabelecimentos de ensino elaborem suas propostas pedagógicas, gerem seus recursos financeiros de forma independente do Estado, fiscalize seus docentes, ajuste metodologias para aceleração do aprendizado e, principalmente, abra a escola, de forma oficial, para a comunidade, convidando pais e responsáveis para atuarem na gestão da escola e na elaboração de seu projeto de ensino.
Ficam estabelecidas, então, as bases democráticas e participativas da “nova escola”, a partir de 1996. Dentro destas práticas participativas é de fundamental destaque o Planejamento Participativo. Por conceito pode-se aceitar um entendimento que Danilo Gandin nos transmite:
Planejamento participativo: “... é um processo em que as pessoas realmente participam porque a elas são entregues não só as decisões específicas, mas os próprios rumos que se deve imprimir... Os diversos saberes são valorizados, cada pessoa se sente construtora (...) de um todo que vai fazendo sentido na medida em que a reflexão atinge a prática e esta vai esclarecendo a compreensão, e à medida que os resultados práticos são alcançados em determinado rumo” (Gandin, 1988).
O Planejamento participativo permite que os novos saberes sejam regulados por ações dinâmicas e específicas, geridas por todos os implicados no processo educacional. O conhecimento difundido na escola passa a ser multidisciplinar e crítico de uma forma positiva, onde as críticas surgem como transformadoras de espaços que estão constantemente sob influência de diversos ramos, tanto da área educacional, como da social. O planejamento participativo permite essa conciliação de ideias e campos de estudo e atuação. Onde todos se comprometem, fiscalizam-se e participam ativamente da educação escolar.
Desta forma o centralismo de decisões, tão maléfico a qualquer tipo de gestão, mas em especial a gestão escolar, deixa de prejudicar todo o sistema de ensino. Quando as decisões são tomadas por apenas uma pessoa as diversas questões que envolvem um planejamento escolar deixam de ser abordadas de forma satisfatória para uma educação moderna.
O advento desta participação efetiva do corpo escolar em conjunto com a sociedade, vem atender a pluralidade do mundo moderno, um mundo de ideias, progresso, desenvolvimento tecnológico e globalização.

“Governar é coordenar o processo de definição participativa dos rumos de um povo” (Gandin, 2009).

Os projetos participativos na educação devem ter procurar transformar a realidade em que a unidade escolar atua. Os problemas a serem enfrentados devem ser trazidos por membros desta mesma sociedade. Os processos de autoavaliação devem ser objetivos e constantemente confrontados com os objetivos estabelecidos, a fim de que a proposta seja sempre transformadora.

“A escola é influenciada por forças "externas" e "internas" a seus muros. Enquanto uma unidade social os “elementos que integram a vida escolar são, em parte, transpostos de fora; em parte, redefinidos na passagem, para ajustar-se às condições grupais; em parte, desenvolvidos internamente e devidos a estas condições”. Longe de ser um reflexo da vida da comunidade, as escolas têm uma atividade criadora própria, que faz de cada uma delas um grupo diferente dos demais" (Cândido, 1987).

O planejamento participativo tem por objetivo envolver a todos que fazem parte do dia a dia da escola. Fortalecendo ou até estabelecendo pela primeira vez os elos entre pais, alunos, professores, funcionários, especialistas e sociedade.
Possui a importante função de manter aberto o debate verdadeiramente democrático, de sustentar a produção de novos meios e novas ideias para o planejamento escolar. E de facilitar a execução de ações entre aqueles diretamente ligados ao processo educacional.

Por fim o projeto participativo na educação deve traduzir o pensar dos educadores, a prática do corpo docente e as necessidades da sociedade.

Bibliografia.

OLIVEIRA, D. A. (Org.) Gestão Democrática da Educação: desafios contemporâneos Rio de Janeiro: Vozes, 1997,
VEIGA, I. P. A. (Org.)(1999) Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 8ª edição.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. São Paulo : Loyola, 1983;
GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. Petrópolis : Vozes, 1995.
CÂNDIDO, A. Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação. In: PEREIRA, L.; FORACCHI, M. (Org.) Educação e Sociedade. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1987.

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