sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Avaliação de História da Africa.

1. Um breve exame do mapa físico da África basta para mostrar a importância da Núbia como elo entre a África central – a dos Grandes Lagos e da bacia do Congo – e o mundo mediterrânico. O vale do Nilo, que em sua maior parte corre paralelo ao mar Vermelho, em direção ao “corredor” núbio, entre o Saara, a oeste, e o deserto arábico ou núbio, a leste, permitiu um contato direto entre as antigas civilizações do Mediterrâneo e as da África negra. Assim, não deve causar espanto a descoberta de uma admirável cabeça de bronze de Augusto em Meroé, a menos de 200 km de Cartum.
Descreva as principais características das civilizações núbias, estabelecendo uma relação com a citação acima. Em outras palavras, pesquise a importância do comércio nas atividades econômicas dos povos núbios.

Os núbios possuíam algumas riquezas em seu território como o ouro, ébano e marfim que atraiam a atenção dos egípcios iniciando atividades comerciais e também guerras de conquista. Mas esses materiais também eram exportados para o Egito na época da dominação egípcia. A Núbia desenvolveu a produção de manufaturados, como camas e sofás, que também eram exportados para o Egito. Mostrando assim o avanço do povo núbio.
Mas foi sua estratégica posição geográfica que facilitou seu acesso a todo o continente. O contato ao norte com o vale do Nilo e ao sul, servindo de elo para a África negra subsaariana. Foi principalmente no segundo período intermediário que a Núbia intensificou seu comércio com o vale do Nilo. A cidade de Kush intensificou seu comércio na região obtendo muito lucro nas negociações.
Foram os monarcas de Assuã que perceberam a importância do comercio na fronteira entre Núbia e Egito. Por se tratar de um ponto estratégico de acesso a toda a região.
Meroé era um entreposto para as caravanas comerciais do mar vermelho para o Nilo e para o Chade. A abundância de madeira foi um incremento do comércio de ferro para a Núbia onde seu arenito fornecia minério para a fundição do metal. O ponto alto do comércio núbio foi sua dominação do Egito, onde tiveram contato com os romanos, foi na saída do Egito que o episódio da cabeça de Augusto aconteceu, ela foi levada para o território núbio na cidade de Maroé. E ficou enterrada na entrada na soleira do palácio para que todos pisassem sobre a cabeça do imperador romano.


2. “A observação arqueológica e o produto das escavações constituem sem duvida a principal fonte documentaria a respeito da civilização axumita. A partir do século XIX, viajantes começam a registrar a existência de sítios, monumentos e inscrições. Publicaram‑se inúmeros estudos, alguns do maior interesse – como, por exemplo, a obra fartamente documentada da missão alemã para Axum (1906). Criado em 1952, o Instituto Etíope de Arqueologia deu inicio a trabalhos sistemáticos. Diversos sítios foram objeto de pesquisas exaustivas, caso de Axum, Melazo, Haulti, Yeha e Matara. Ao mesmo tempo, o mapa de povoamentos antigos cresceu consideravelmente. Sabe‑se hoje da existência de aproximadamente quarenta sítios importantes, numero que por certo crescera com a realização de novas prospecções. Estas, no entanto, são ainda insuficientes, donde a precariedade do nosso atual conhecimento. A datação da maioria dos vestígios descobertos não e precisa, sendo as inscrições praticamente as únicas evidencias que nos permitem esboçar um quadro cronológico, mesmo assim nem sempre definitivo. Os dados disponíveis não são suficientes sequer para se traçar as linhas mais gerais da civilização axumita.”
A civilização de Axum teve grande parte de sua História revelada pelo trabalho dos arqueólogos. Descreva qual a importância da Arqueologia como Ciência “reveladora do passado”. Aproveite a ocasião e descreva resumidamente a civilização axumita.

Acompanhar a evolução de uma sociedade extinta ou o passado remoto de uma sociedade atual é o principal foco da arqueologia. Utilizando-se de vestígios históricos escritos ou não, como: ossos, restos de fogueiras, pinturas rupestres, artesanato e ruínas, entre outros artefatos. A arqueologia é importante para diversas ciências sociais, como a etnologia, a história e sociologia. Estas ciências se valem das descobertas arqueológicas para estabelecerem suas pesquisas e seus estudos. Elaboram teses, entendem acontecimentos e propõe novas verdades quando o passado se revela de forma consistente pela arqueologia.
O reino de Axum se localizava nos planaltos da Etiópia.A população foi basicamente formada por povos locais e alguns imigrantes da Arábia que atravessaram o mar vermelho pra contribuir com a formação do povo. Estabeleceram um forte comércio como os Kushitas e se estabeleceram como importante centro comercial. Dominavam o mar vermelho e estabeleceram contatos com muitos reinos arábicos.

3. “Em Cerna, os fenícios [isto e, os cartagineses] ancoram seus gauloi (assim se chamavam seus navios mercantes) e armam suas tendas na ilha. Apos ter descarregado suas mercadorias, eles as transportam em pequenas canoas para o continente; ai vivem os etíopes [isto e, os negros] com os quais negociam. Os fenícios trocam suas mercadorias por peles de veado, de leão e de leopardo, couros e presas de elefantes [...] os fenícios trazem perfume, pedras egípcias [cerâmica?], loucas e ânforas atenienses.”(Enciclopédia da História da África, Unesco, 2010, Volume 2)
Na formação de Cartago há importantes contribuições berberes e fenícias, embora a História narre com muita propriedade apenas o legado fenício. Quem foram os berberes (pesquise), e qual a contribuição de um grupo e de outro a civilização cartaginesa?

Os berberes eram povos nômades que ocupavam o norte da África, principalmente na área do atual Saara. A área em que viviam os berberes é o atual Marrocos, Tunísia e a Argélia. Receberam a influência inicial dos fenícios, depois dos gregos.
O Cártago teve sua ocupação realizada pelos povos fenícios que partiram da cidade de Tiro. Os fenícios eram povos semitas e vieram do Golfo Pérsico. Foi a expansão das cidades estados se transformando em federação que levou os fenícios a conquistar e construir a cidade de Cártago. Os fenícios já dominavam a metalurgia, fato que coloca seu povo entre os mais desenvolvidos da época. Um ponto negativo da história cartaginesa é de que os gregos e os romanos destruíram quase todo o legado deixado pela sociedade cartaginesa, principalmente seus escritos. Mas em pouco tempo a cidade se desenvolve grandemente, superando inclusive a própria Tiro. Já que as cidades estados eram constantemente atacadas e Cartago pode, livre das guerras, se desenvolver e dominar todo o mediterrâneo, tornando-se especialistas na navegação. Administrada pelos Sufetes, pelo conselho de anciões e uma assembleia do povo. Conheceu o crescimento por conquistas territoriais e pelo comercio.


4. A aceitação geral da hipótese da origem monogenésica e africana da humanidadesuscitada pelos trabalhos do professor Leakey tomou possível colocar em termos totalmente novos a questão do povoamento do Egito, e mesmo do mundo. Ha mais de 150 mil anos, a única parte do mundo em que viviam seres morfologicamente iguais aos homens de hoje era a região dos Grandes Lagos, nas nascentes do Nilo. Essa noção – e outras que não nos cabe recapitular aqui– constitui a essência do ultimo relatório apresentado pelo Dr. Leakey no VII Congresso Pan‑Africano de Pré‑Historia, em Adis Abeba, em 19711. Isso quer dizer que toda a raça humana teve sua origem, exatamente como supunham os antigos, aos pés das montanhas da Lua. Contra todas as expectativas e a despeito das hipóteses recentes, foi desse lugar que o homem partiu para povoar o resto do mundo. Disso resultam dois fatos de capital importância: (a) necessariamente, os primeiros homens eram etnicamente homogêneos e negroides. A leide Gloger, que parece ser aplicável também aos seres humanos, estabelece que os animais de sangue quente, desenvolvendo‑se em clima quente e úmido, secretam um pigmento negro (melanina). Portanto, se a humanidade teve origem nos trópicos, em tomo da latitude dos Grandes Lagos, ela certamente apresentava,no inicio, pigmentação escura, e foi pela diferenciação em outros climas que a matriz original se dividiu, mais tarde, em diferentes raças; havia apenas duas rotas através das quais esses primeiros homens poderiam se deslocar, indo povoar os outros continentes: o Saara e o vale do Nilo. E esta ultima região queserá discutida aqui. A partir do Paleolítico Superior ate a época dinástica, toda a bacia do rio foiprogressivamente ocupada por esses povos negroides.
Descreva o processo de surgimento do homem, estendendo sua explanação até o povoamento do vale do rio Nilo e a unificação dos reinos que originou o Egito histórico, como o conhecemos, ou seja, a civilização.

Existem fortes motivos para se acreditar que os primeiros hominídeos surgiram na África, seguidos da postura ereta e do andar sobre dois pés. O continente sempre ofereceu boas condições para o desenvolvimento da vida, seus planaltos e o clima equatorial, permitia melhores condições para que os primeiros homens se estabeleçam, mudando de ambiente caso o clima esfrie ou esquente demais, sem ter que percorrer grandes distâncias. Estudos apontam que a origem do homem pode datar de mais de cem mil anos e que o aprofundamento dos estudos podem estender essa data até a duzentos mil anos.
Mas há oito ou dez mil anos o clima da África era muito úmido e os homens tinham o costume de acompanhar os cursos das águas. Desenvolvendo técnicas de navegação e aproveitando as boas condições de cheias nos rios e ainda a pequena extensão do Saara o homem consegue descer todo o vale do Nilo e alcançar o mediterrâneo.
O início da utilização da cerâmica marca a fixação do homem na terra e a redução dos movimentos nômades. Pois a utilização deste frágil material, inadequado para ser transportado pelos povos nômades, marca definitivamente a estabilização das primeiras aldeias. Estas sempre junto aos lagos e aos rios, mas ainda sem registro de utilização da agricultura.
Aproximadamente 5 mil anos antes da era cristã o clima começa a ficar mais seco, o nível dos lagos e o curso dos rios diminuíram. Isto fixou ainda mais o homem junto às margens do dos rios e algumas atividades agropecuárias começaram a se desenvolver, principalmente vindas da Etiópia. Esse sedentarização fixou o homem as margens do Nilo, junto veio a agricultura, a domesticação do gado e a cerâmica. As pequenas aldeias que começavam a sofrer a queda de pluviosidade e o aumento do Saara tiveram que estreitar seus laços regionais e se cooperarem para superar as dificuldades. Com isso a forma igualitária de sociedade deu lugar a uma iniciativa centralizadora que levou a região a se unificar politicamente e dar origem ao Estado Nacional Egípcio.

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