terça-feira, 16 de abril de 2013

Resenha de Raízes do Brasil I – Fronteiras da Europa II – Trabalho e Aventura

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Resenha de Raízes do Brasil I – Fronteiras da Europa II – Trabalho e Aventura De: Sérgio Buarque de Holanda Matéria: Historiografia do Brasil Professor: Meynardo
Macaé/RJ
Sérgio Buarque de Holanda foi um dos maiores historiadores do Brasil. Considerado um escritor clássico e de referência para muitos pesquisadores, professores e estudantes de diversas matérias que tem o homem e o povo brasileiro como tema de interesse. Sergio Buarque participou do movimento modernista de 1922 e atuou na imprensa nos anos seguintes. Por atuar neste setor foi indicado como correspondente na Europa, lá conheceu a obra de Max Webber que influenciou seu trabalho. Em 1936 retorna ao Rio de Janeiro onde lança a monumental obra. Raízes do Brasil.
Traduzido para diversos idiomas o livro se transformou em um clássico da historiografia e da sociologia brasileira. Ao lado de autores como Caio Prado Junior e Gilberto Freire, Sérgio Buarque é referencia, até os dias de hoje, de como entender os problemas fundamentais do Brasil. No livro a colonização portuguesa é analisada de forma ampla, sem perder as influências européias, principalmente as espanholas.
Holanda inicia o texto chamando a atenção para que Portugal e Espanha (países ibéricos e por isso diferentes dos demais europeus), em seu período de colonização, tentavam implantar um modelo europeu, muito particular destes dois países, em um novo e extenso continente. Extenso tanto territorialmente quando culturalmente e geograficamente. Espanhóis e portugueses possuíam uma característica em comum, quando abortavam o ser humano, acreditavam que o homem bastava a si próprio, que ele se bastava para existir. A organização era necessária e até divina, pois se no céu havia Deus, querubins e serafins. Na terra deveria haver o rei, seus governadores e administradores. O modelo celestial deveria ser representado na terra dos homens tementes a Deus.
Dois destaques, quanto a característica do povo ibérico são ressaltadas no início do texto. Holanda ressalta a característica de adaptação e convivência com novas culturas apresentadas pelos povos ibéricos, principalmente os portugueses. Além da repulsa natural destes povos pelo trabalho. Com a tendência a utilização de escravos, servos ou camponeses as elites ibéricas não eram afeitas ao trabalho.
No segundo capítulo intitulado Trabalho e Aventura, Holanda ressalta o valor do povo português na conquista histórica da região tropical do globo. Foi ume empreitada monumental, mas não sem um pouco de descaso e improviso português, pois nenhum plano de conquista foi elaborado e sim uma sequencia de improvisos. O português que ignorava fronteiras e por onde encontrou obstáculos os transformou em trampolim para novos horizontes.
Os portugueses encontram na América um choque de costumes, padrões, clima e aspectos geográficos. Mas essa condição estimulou a mobilidade social da nova terra, o que facilitou a vontade de mudar de condições do homem quinhentista. E como o branco ibérico não encontrava atração para o labor agrícola. Deixou aos nativos e mestiços essa função e seguiu em sua sede de aventura e conquista pelos oceanos e novas terras.
Holanda relata que o português viajava para buscar riquezas que custavam ousadia e não trabalho. As empresas agrícolas brasileiras não atraiam os portugueses e sim as viagens ultra marinas. E quando a extração de riqueza era proveniente do solo, como o pau Brasil, os portugueses utilizavam a terra como senhores e não como usuários dela. Desfrutavam da terra e a deixavam destruída.
O ibérico não possuiu qualquer sentimento de separação racial. Provavelmente uma herança dos mulçumanos que já ocuparam a península e que estão, também, ao norte da África. Segundo Holanda o português que chega ao Brasil em 1500 já é um povo miscigenado. Logo o nativo brasileiro e o negro africano aumentam a carga de mistura ao povo ibérico, principalmente o português. Não apenas por suas raças ou suas culturas, mas principalmente por sua condição. Como os negros, na condição de escravos, colaboram para formação do povo brasileiro.
No Recife os holandeses ocupam a cidade na intenção de estabelecem uma “Nova Holanda”. Constroem palacetes e valorizam a cultura local. Além de trazer o protestantismo que por não trazer nenhuma nova excitação aos sentidos não modificou a forma de pensar dos nativos e não os incentivou a mudar de hábitos.
Pode-se concluir que as expedições colonialistas portuguesas e espanholas se deram muito mais pelo espírito de aventura e conquista do que pela vontade de dominar novas terras. Evidentemente as novas terras não poderiam ser desprezadas, pois nelas havia a promessa de ouro e metais preciosos. Mas a hipótese de trabalhar nas terras não era a vontade portuguesa. A utilização dos escravos foi fundamental para o funcionamento das primeiras empresas. Os ibéricos queriam o poder mas não o trabalho, queriam o lucro mas não o investimento, queriam usurpar tudo da terra, sem se preocupar com a exaustão ou não destes recursos.

Um comentário:

  1. Bom artigo!
    Nota: Não confundir o autor deste texto professor de Hitória do Brasil, com o Consultor de Portugal KW, SEO e IT, Bruno Marques Horta, mais informações e site em http://marqueshorta.com

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