terça-feira, 16 de abril de 2013

Resenha de Casa Grande e Senzala

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História
Bruno Botelho Horta Sétimo Período
Resenha de Casa Grande e Senzala Introdução a História da Sociedade Patriarcal no Brasil De: Gilberto Freyre Matéria: Historiografia do Brasil Professor: Meynardo
Macaé/RJ
Pernambucano de Recife, Freyre é um homem do século XX mesmo nascendo em 1900. Seu interesse por literatura aparece logo cedo em sua infância e com 14 anos já leciona Latin. As 17 anos forma-se em letras e o caminho das palavras se abre para esse gênio da história brasileira. Aos 18 anos inicia sua experiência fora do Brasil. Forma-se mestre nos EUA e troca experiências com diversos pensadores e pesquisadores do mundo. Aos 24 anos retorna ao Brasil onde inicia grande produção científica e acadêmica. Circulando pelas rodas de poder e da imprensa em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, conhece o continente africano de onde retorna a Lisboa e inicia os estudos para a produção de sua obra clássica. Casa Grande e Senzala.
Em 1933 o livro é lançado e repercute em toda imprensa brasileira e internacional se transformando em obra de referência para a história e sociologia brasileira.
Freyre analisa profundamente a formação da sociedade brasileira, suas características, sua formação, seus problemas e desafios. Além de desvendar mitos e esclarecer pontos nebulosos da nossa história. Partindo de 1532, Freyre estabelece o início da base da sociedade brasileira, onde depois de um século de experiência nos trópicos os portugueses iniciam a ocupação do território brasileiro. A sociedade surge com bases agrárias, escravocratas e em hibridismo com indígenas e negros na sua composição.
O português já carregava em si a predisposição para a miscigenação, pois sua posição geográfica o colocava ao mesmo tempo na Europa e na África. Em seu território viveram celtas, germanos, romanos, normandos, entre outros. Além de culturas feudais, cristãs, monogâmicas e mulçumanas. O fator climático também favoreceu a adaptação do português aos trópicos, pois a proximidade com o clima africano proporcionou a península ibérica experimentar ares mais quentes. E dos antropólogos que procuraram um tipo físico unificado do português nenhum conseguiu resultados positivos.
Quanto ao temperamento Freyre destaca a descrição de Ferraz de Macedo que aponta para dificuldade de apontar o tipo português que apresenta hábitos, aspirações, interesses, índoles, vícios e virtudes variadíssimas. As culturas européias e africanas estão misturadas entre catolicismo e maometismo, fazendo de sua moral, economia, arte e de sua vida um regime de influencias que se alterna, se equilibram ou se hostilizam.
A mobilidade foi fundamental para a expansão portuguesa, de sua rala população apenas a mobilidade e a miscigenação poderiam ampliar a ação portuguesa pelo mundo.
O sucesso dos portugueses é exaltado constantemente por Freyre indicando que eles foram vitoriosos onde ingleses, franceses e holandeses fracassaram. A ação portuguesa nos trópicos foi a grande conquista do povo português.
Desmistificando a carta de descobrimento onde diz que em nosso solo “em se plantando tudo dá”. Freyre aponta que o solo não foi tão benéfico para os portugueses como se imaginava excetuando-se as terras roxas e pretas, o colonizador encontrou um solo áspero, intratável e impermeável. Rios que secavam ou transbordavam arrasando a terra e dificultando a vida das famílias. Finalizando Freyre afirma que os primeiros degradados e expulsos de Portugal para o Brasil em nada atrapalharam o desenvolvimento da nova terra. Que seguiu sua “gostosa” miscigenação e formação de seu povo.
É fácil perceber que o texto de Gilberto Freyre desfaz alguns dos mitos da colonização. O autor proporciona ao leitor um choque de realidade onde homens fortes e heróis são colocados em suas reais condições de humanos. Povos indígenas, europeus e africanos são colocados em uma perspectiva real, aos olhos humanistas do autor. Mas, por outro lado, Freyre enaltece o povo português. Valoriza suas conquistas e suas superações. Destaco este fato por hoje os portugueses carregaram a fama da falta de inteligência, mas como destaca o autor, foi um povo que dominou grande parte do mundo, por um longo período dominou as navegações a as rotas comerciais por grande parte do mundo. E construiu um império onde o sol nunca se escondia.
Concluo concordando com o valor histórico e fundamental desta obra. E reconhecendo como obra clássica e fundamental para entender a colonização portuguesa no Brasil.

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