terça-feira, 6 de março de 2012

Resenha de O Oficio de Etnólogo, ou como Ter "Anthropological Blues" de Roberto DaMatta

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quinto Período







Resenha de O Oficio de Etnólogo,
ou como Ter "Anthropological Blues"
de Roberto DaMatta
Matéria: Metodologia do Ensino de História
Professor: Rodolfo Maia







Macaé/RJ
Março de 2012.

Em Etnologia, como nos "ritos de passagem", existem três fases (ou pianos) Fundamentals quando se trata de discorrer sobre as etapas de uma pesquisa, vista pelo prisma do seu cotidiano.

E a fase que denomino de teorico-intelectual. Nesta fase as aldeias são diagramas, os matrimônios se resolvem em desenhos geométricos perfeitamente simétricos e equilibrados, a patronagem e a clientela política aparecem em regras ordenadas, a própria espoliação passa a seguir leis e os índios são de papel.

Uma segunda fase pode ser denominada Período Prático.
Ela diz respeito, essencialmente, a nossa ante véspera de pesquisa. Mas planejar a quantidade de arroz e remédios que deve se levar do que as características que serão estudadas no futuro breve.


A fase final, a terceira, e a que chamo de pessoal ou existencial. Essencialmente globalizadora e integradora: ela deve sintetizar a biografia com a teoria, e a pratica do mundo com a do oficio.
É vivenciando esta fase que me dou conta (e não sem susto) que estou entre dois fogos: a minha cultura e uma outra, o meu mundo e um outro.
Esses são os chamados aspectos românticos da disciplina quando o pesquisador se vê obrigado a atuar como medico, cozinheiro, contador de historias, mediador entre índios e funcionários da FUNAI, viajante solitário e ate palhaço, lançando mão destes vários e insuspeitados papeis para poder bem realizar as rotinas que infalivelmente aprendeu na escola graduada.

II

De fato, só se tem Antropologia Social quando se tem de algum modo o exótico. E o exótico depende invariavelmente da distancia social, e a distancia social tem como componente a marginalidade (relativa ou absoluta), e a marginalidade se alimenta de um sentimento de segregação e a segregação implica estar só e tudo desemboca — para comutar rapidamente essa longa cadeia — na liminaridade e no estranhamento.

O Oficio do etnólogo se compõe em duas transformações: A do exótico em familiar e do familiar no exótico. Sendo a primeira transformação o movimento original da antropologia. A segunda transformação é quando a disciplina se volta para a sociedade em um autoexorcismo.

A transformação do exótico em familiar requer um desligamento já que não a familiaridade com os costumes observados. E quando se aproxima o “anthropological blues” que é o elemento inesperado que desponta na observação do etnólogo.

“Da mesma maneira que a tristeza e a saudade (tambem blues) se insinuam no processo do trabalho de campo, causando surpresa ao etnólogo.” (Pg. 30).

O antropólogo só existe se um canal de informação for aberto com seu objeto de estudo e esse canal de informação é a empatia com o grupo estudado.

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