sexta-feira, 2 de março de 2012

Resenha de: Brasil e Portugal: A história nacional entra a tradição e a renovação de: Ana Lúcia Lana Nemi

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História







Bruno Botelho Horta
Quinto Período







Brasil e Portugal:
A história nacional entra a tradição e a renovação
de: Ana Lúcia Lana Nemi
Matéria: História do Brasil Império
Professor: Marcelo Abreu







Macaé/RJ
Março de 2011.
O texto começa com a abordagem de Antero de Quental e Teófilo Braga, escritores e poetas portugueses, além de expoentes de geração de 70, sobre os motivos da decadência dos povos ibéricos e as soluções para a retomada do crescimento e importância. Trazem a proposta do liberalismo português a partir de 1848, devido ao fracasso das idéias liberais difundidas na Europa desde 1789.
As idéias da Geração de 70 (1870) em Portugal era basicamente desenvolver o pensamento e a transformação de um país que de um passado imperial e colonialista, mergulha em um presente decadente e criticamente se avalia atrasado em relação aos demais países europeus. Um dos pensamentos da época era a forte valorização do passado, que em pleno século XIX, nada mais era que pura história ocorrida na idade média, entre os séculos XV e XVII. A busca pelos motivos históricos da decadência era mais importante que a busca atual por soluções.
Antero de Quental acreditava que o caminho da modernização passa pela crítica ao concílio de Trento, onde, ali, a centralização e o absolutismo foram valorizados e qualquer iniciativa industrializante foi sepultada. A liberdade moral foi barrada e a valorização da conquista e a colonização, deu lugar a mentalidade trabalhista e industrializante, isto é, Portugal procurava apenas explorar suas colônias e viver luxuosamente com a riqueza que delas retirava. Por isso não desenvolveu seu trabalho, suas idéias e sua indústria. Antero era anticlericalista, antiabsolutista e se aproximava do republicanismo como solução dos problemas portugueses.

A geração de 1870 e o Brasil.

Beatriz Berreni sugere uma ligação entre Brasil e Portugal nos objetivos da geração de 1870. Intelectuais brasileiros estariam em conformidade com os portugueses na busca de resgatas os valores perdidos e direcionando o caminho político para a república, conseguiriam reerguer o império português, principalmente as colônias da África. Os intelectuais, quase todos da área literária, pretendiam com o seu destaque na sociedade, levantar as questões, já propostas internamente, para a sociedade. Contando com a participação de alguns historiadores a geração de 1870 atravessa as décadas e ainda se encontra atuante em 1890. A estabilidade trazida pelo Brasil republicano é um caminho escolhido como ideal pelos intelectuais para resgatar o passado glorioso, já muito distante de Portugal e do Brasil.
A revista semanal O Besouro foi por quase um ano 1878 – 79 um importante veículo dos geracionistas. Lá eram debatidos temas como a escravidão, a monarquia e a pobreza cultural.


Entre autores, idéias e gerações.


Destaca-se que o ecletismo marcou o movimento setentista. Atravessando as décadas até o século XX e a importante semana de arte moderna. E pode-se destacar também a análise de Pierre Bourdieu, onde o artista esquadrinha sua obra dentro do “habitus” social e assim permanece influente e modificador. Já o historiador presente no movimento setentista constrói a memória histórica e desta forma pode indicar as massas a superar o atraso e a decadência.
Os periódicos contribuíram não apenas para a divulgação das idéias renovadoras mas também como relatos das mudanças que ocorriam na península ibérica e a republica espanhola e a conseqüente modernização do país foi um exemplo de sucesso que freqüentava as páginas dos semanários.
Um exemplo do pensamento transformador era a necessidade de Portugal abrir rotas comerciais para o interior da África, mas a falta de recursos e de pessoal impossibilitava que essa medida fosse tomada. O PRP tentou uma aproximação com a Inglaterra para financiar esse empreendimento, mas os intelectuais e historiadores portugueses acharam a opção como uma forma de entreguismo e em desencontro com a vocação colonizadora e civilizatória de Portugal.

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