sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E CULTURA AFROBRASILEIRA

AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA E CULTURA AFROBRASILEIRA
2º BIMESTRE


1. Algumas manifestações culturais do Norte Fluminense, como manifestações carnavalescas, formas idiomáticas de linguagem, culinária, músicas e danças, nos remetem a ancestrais africanos ou afro-brasileiros. Mais que isso, algumas manifestações desse tipo só são encontradas em estados nordestinos como Alagoas, Maranhão e Pernambuco, principalmente. Segundo uma pesquisa baseada em entrevistas, depoimentos, cruzamento de dados, estatísticas que relacionam o fim do tráfico Atlântico ao aumento da população escrava, é possível se atribuir essa presença de elementos culturais nordestinos ao tráfico interno de escravos.
1.1 Aproveitando seus elevados conhecimentos e o texto anterior, faça uma explanação considerando a definição de escravidão (Moderna), de tráfico de escravos e da Lei Eusébio de Queirós (1850).

Contextualizando para o Brasil colonial, os escravos eram os prisioneiros das guerras entre tribos africanas. Onde os vencedores vendiam seus prisioneiros para os portugueses, que os utilizava para fazer a economia do Brasil colonial funcionar. Quando da aprovação da lei e o fim oficial do tráfico interatlantico uma rota de tráfico interna de escravos se estabeleceu. Escravos que estavam fixados no nordeste foram transferidos para as lavouras do sul e sudeste do país, principalmente para o plantio de café. Com isso as tradições praticadas no nordeste foram estabelecidas, também, nesta nova região. Desta forma foi possível explicar os traços em comum encontrados no cruzamento de dados.

1.2 Compare a escravidão Moderna com as formas de escravidão existentes na África (pelo menos duas).

Desde antes da presença dos europeus no continente africano a prática escravocrata já estava estabelecida no continente. Diferente da prática posterior onde os escravos eram tratados como mercadorias.


Além da guerra a escravidão poderia ser também imposta como castigos penais por assassinato, adultério e roubo. O ainda para se saldar uma dívida ou adquirir um empréstimo. Uma pessoa da própria família poderia ser entregue a outra comunidade para ser escravizada. Além disso, a fome, obrigava a própria escravização ou a de um familiar. Pode ser citada, também, a Escravidão por dívida, onde a pessoa fica a serviço do credor por um prazo determinado combinado até que a dívida seja considerada paga.
E a escravidão voluntária, onde por já estar em uma situação ruim, a pessoa se submete a escravidão, onde trabalha por alimentos e por um lugar para morar.
Posteriormente algumas tribos africanas passaram a vender seus escravos para os povos mulçumanos do norte, que traficavam estes escravos/prisioneiros para Europa e para o Ceuta, agora com o “status” de mercadoria. Essa prática de venda de prisioneiros chegou a ser a principal estratégia econômica de alguns povos africanos.


1.3 O que foi o tráfico interno de escravos e qual sua relação com a difusão de elementos culturais nordestinos em nossa região?

Um dos principais movimentos de tráfico interno de escravos foi da Bahia para as plantações de café do sudeste. Segundo os dados de Robert W. Slenes, entre 1850 e 1881 entre 210 a 300 mil escravos foram deslocados do nordeste para estas culturas do sudeste e em particular da nossa região, trazendo seus hábitos e estabelecendo sua forma de viver em nossa região.
Estes escravos atuavam na criação de gado, na cultura da cana e depois na do café. E o número de escravos sofre um aumento de mais de 300% em nossa região após a fim do trafico internacional em 1850. E foram os escravos do nordeste que ocupam a região após o fim deste tráfico com destino as plantações de café.
Estudando estas origens é possível constatar que algumas manifestações culturais só podem ser encontradas no nordeste e em nossa região como: A Catirina e monstro Jaguará são encontrados em Conceição de Macabú. A dança folclórica Manachita é observada na região de Campos e Quissamã. Além dês expressões idiomáticas como: Cabrunco, Lamparão e Estopô que são encontradas no nordeste e em nossa região.

2. Vários foram os quilombos macaenses. Quase sempre seguiam o modelo “palmarino” – rebelião, fugas, resistência, guerra, destruição, etc. Entretanto, se compararmos os quilombos de Cruz Sena (1870-74) e o “lendário” Quilombo do Carukango (+/- 1817-1831), veremos que existem semelhanças e diferenças marcantes, que mostram as etapas da História da Escravidão no Norte Fluminense. Assim, discorra sobre ambos, resumindo suas Histórias, estabelecendo comparações e relacionando-as com essa “História da Escravidão”.

O quilombo de Cruz Sena era localizado no atual município de Conceição de Macabú, nas terras do fazendeiro Manuel da Cruz Sena na fazenda de Santo Antônio. Manuel enriqueceu no período do comércio escravocrata tanto no tráfico internacional quando no trafico interno. Era um home experiente e com habilidade para o comércio. A forma de administrar a fazenda foi a principal responsável pela revolta e fuga dos escravos que formaram o quilombo de Cruz Sena. Proibindo festas e atividades paralelas as das obrigações com a fazenda e deslocando escravos, e assim, desfazendo os laços familiares foram os principais atos que motivaram esta revolta.
e um ano 39 dos 42 escravos fugiram do cativeiro. Mas mantinham-se próximos da fazendo, onde ocasionalmente praticavam pequenos furtos de utensílios, armas e munições ou sementes da mesma fazenda da qual fugiram e no quilombo produziam seus alimentos, além da caça e da pesca.
A princípio se dando por vencido, mas depois procurando reaver seu investimento Manuel iniciou um movimento para retomar seus escravos. Esse movimento só tomou força e obteve apoio oficial quando um meeiro foi assassinado em uma tentativa de assalto. Como a culpa recaiu sob o quilombo o Coronel Amado, importante figura da sociedade escravocrata e delegado de polícia da região, precisou acalmar os demais fazendeiros e negociou a rendição dos escravos com o compromisso de serem vendidos para outros donos. A venda foi confirmada mesmo sob tentativa de Manuel de evitar a perda dos escravos. E um novo proprietário assume a fazenda com, praticamente, os mesmos escravos de antes.

Um pouco mais cedo, ainda no início do século XIX, já no atual município de Macaé um formidável quilombo, o maior do Estado do Rio de Janeiro já registrado se formou e são os seus traços peculiares que serão analisados e comparados com o quilombo anteriormente descrito.
Tal como em Cruz Sena o quilombo de Carucango foi formado por uma fuga em massa da fazenda e com a fixação dos escravos em uma região próxima a antiga fazenda. Os furtos da fazenda original, também eram a uma fonte de sobrevivência para os fugitivos. Sementes, ferramentas e armas foram apossadas pelos escravos. Mas por ser um quilombo maior do que o de Cruz Sena, os da Carucango procuram um espaço maior para se estabelecerem e os furtos aconteciam em outras fazendas, não apenas na qual eles fugiram. Esse quilombo adquiriu força e as milícias de Macaé e Cabo Frio não tinham condições de enfrentá-los.
Foi somente com o apoio da milícia do Espírito Santo e de um estrategista português que as tropas alcançaram o quilombo. Ali encontraram uma sociedade organizada e auto-sustentável, diferente de Cruz Sena, que dependia da proximidade das fazendas, Carucango já vivia de forma semi independente. A destruição foi completa e não houve a preocupação de preservar os escravos, que eram propriedade de outros senhores, foram todos mortos para que o exemplo e as idéias não se espalhassem.



3. Em “Escravidão e Engenhos” João Oscar discorre sobre episódios da “História da Escravidão no Norte Fluminense” em municípios como Macaé, Campos, São João da Barra. Segundo Oscar, 14.000 escravos habitaram o município de Macaé nos anos oitenta do século XIX, correspondendo a 55% da população total. Com tantos escravos, como era possível a manutenção da ordem nessa e em outras regiões similares do Brasil?

Ao analisar os casos dos quilombos de Cruz Sena e do Carucango é possível observar as estratégias sociais e políticas que envolviam a convivência com os escravos. O caso de Cruz Sena os escravos aceitaram uma negociação com seus donos e por isso foram preservadas e garantidas as suas reivindicações básicas. Desta forma, também, o interesse dos donos de escravos eram preservados, pois seus patrimônios estavam garantidos. A segurança pública era mantida e a população em geral se sentia segura. Mas o caso do Carucango extrapolou esse limite quando um caso de assassinato foi ligado aos quilombolas. O Carucango, além deste problema, já se estabelecia de forma a chamar a atenção de outros escravos pela dimensão que tomava, tanto em tamanho quanto em fama, como exemplo a ser seguido por outros escravos. A reação policial e política foram arrasadoras, todos os membros foram mortos pelas autoridades e o líder do movimento o negro Carucango foi esquartejado e sua cabeça posta em exposição pública para aterrorizar novas tentativas. E foi, também, essa ausência de um líder que facilitou o desfecho pacífico do caso Cruz Sena.


4. Gana, Monomotapa, Congo, Timbuctu, Gao, são exemplos de culturas e ciivilizações africanas imediatamente anteriores a presença européia naquele continente. Selecione duas dessas culturas caracterizando-as.




Reino de Gana.

Uma região que se destaca na África subsaariana é o SAEL( região de savanas ao sul do Saara). Os povos desta região também eram conhecidos como sudaneses (Bilad al-Sudan, em árabe significa terra dos negros). Além de agricultores, era povos que dominavam a pesca a caça e a metalurgia.
O reino de Gana era um destes povos sudaneses. Região rica em ouro desde cedo se tornou um ponto de comércio com o norte do continente e essa característica natural ajudou a transformar a mentalidade do povo formando um reino estruturado. Nobres, homens livres, servos e escravos compunham a sociedade ganesa. A religião era tradicional e ligada a própria região somente com o incremento das trocas com o norte é que o islamismo se desenvolveu na sociedade.
Pouco desenvolvida militarmente o reino ganes se estabilizou valorizando o comércio e cobrando taxas oficiais aos postos comerciais. O apogeu de sua economia aconteceu no século VIII onde o domínio ganes alcança a região do Nilo, passando pelo Sudão. Desta forma todo o norte da África estava sujeita a influência do reino de Gana.
Dois fatores contribuíram para o declínio do reino. Primeiro a exaustão das jazidas de ouro e depois o avanço da dominação mulçumana.


Reino do Congo.

Foi no final do século XIV que uma unificação ocorreu na região do Congo. Tendo como núcleo inicial a cidade de Mbanza Kongo, um forte laço comercial uniu os demais centros regionais, formando assim o reino do Congo. O poder exercido pelo Mani Congo e um conselho real formado por 12 membros, mantinha a estabilidade política e comercial através de casamentos e arranjos familiares.
Em 1485 acontece o primeiro contato entre Portugal e o Reino do Congo através de Diogo Cão. Teve início um processo de cristianização da sociedade congolesa. Missões entre os dois reinos foram estabelecidas e alguns congoleses foram levados a Portugal para aprender os costumes e levá-los ao seu reino de origem.
Com tradições ligadas a terra e a fundição de metais o Reino do Congo não tinha características bélicas e militares, mantendo sua administração intimamente ligada as linhagens hereditárias e aos casamentos de ocasião.
As relações com Portugal foram se desgastando até que em 1665 aconteceu o confronto chamado “batalha de Mbwila” onde os portugueses vencem o confronto e dominam a região.

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