segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Historia sócio-política a partir dos anos 50 por Jéssica Cristina

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Macaé
Graduação em História
Jéssica Cristina – 3º período





Panamá
Historia sócio-política a partir dos anos 50









Macaé/RJ
Novembro de 2011.

Introdução
Este é um trabalho de conclusão de curso da disciplina “História da América contemporânea no contexto capitalista”, tendo como objetivo a pesquisa sobre o país Panamá, pequeno país da América Central, talvez mais conhecido pelo polêmico canal do Panamá e por ser um grande ponto estratégico militar e também usado como rota do narcotráfico entre os países da América Central.
Teremos como enfoque sua política e seu modo de governo, sempre controlado pelos Estados Unidos. No decorrer do trabalho poderemos observar, além dos principais governantes, aspectos relevantes para a compreensão dessa sociedade que, apesar de emancipada desde 1903, ainda vive à sombra do grande império capitalista estadunidense.














Dados Políticos e Geográficos
República do Panamá
Capital: Panamá, situada no centro do país, com 1,1 milhões de habitantes, foi fundada em 1959 e é a cidade mais populosa do país.
Língua Oficial: Espanhol, mas 14% da população também fala inglês.
População: A República do Panamá possui cerca de 3 milhões de habitantes. Os euro-ameríndios representam 70% da população, os ameríndios, 20% e os europeus ibéricos, 10%.
Forma de Governo
O Panamá é dividido administrativamente em nove Províncias, 75 Distritos, cinco comarcas indígenas e 620 co-regimentos.
Este país se estrutura como uma república dividida em três poderes: os poderes executivo e legislativo são eleitos por voto direto para mandatos de 5 anos, e o judiciário é nomeado de forma independente.
O poder executivo é dirigido por um presidente e dois vice-presidentes. O poder legislativo é exercido por uma Assembléia Legislativa unicameral de 72 membros. O poder judiciário é comandado por um Supremo Tribunal de nove membros e inclui todos os tribunais e juízos municipais. Um Tribunal Eleitoral autônomo supervisiona o registro dos eleitores, o processo eleitoral e as atividades dos partidos políticos. O voto é obrigatório para todos os cidadãos com mais de 18 anos, se bem que os que não cumpram a obrigação não sejam penalizados.
Desde sua conturbada independência sempre foi controlado pelos Estados Unidos, já que por ter privilegiada posição geográfica unindo os oceanos Pacífico e Atlântico, serve aos EUA em seus diferentes interesses estratégicos; por isso mesmo tomado da Colômbia, país do qual a região era uma província. Os EUA intimidaram a Colômbia, com o uso de tropas militares para “proteger” o novo país que estava surgindo, comandado por Theodore Roosevelt, então presidente dos Estados Unidos, que mandou navios ao litoral da Colômbia para “exercícios de treinamento”. Coincidentemente, 4 dias depois da independência do Panamá, que se deu em 3 de janeiro de 1903, as obras no canal do Panamá começaram, com total domínio estadunidense, e assim continuou por anos, sendo notória a influencia dos EUA em praticamente todas as decisões do novo pais chamado Panamá. Os panamenhos vitoriosos devolveram o favor a Roosevelt, permitindo aos Estados Unidos o controle da Zona do canal do Panamá a partir 23 de Fevereiro de 1904 por US$ 10 milhões, como previsto no Tratado Hay-Bunau-Varilla . O tratado Hay-Bunau-Varilla foi assinado em 18 de novembro de 1903 , quando Philipe Bunau-Varilla viajou para Washington, DC e Nova Iorque para negociar os termos do tratado com diversos membros do governo estadunidense, mais precisamente com o Secretário de Estado John Hay.
Os dois homens negociaram os termos de venda do Canal do Panamá e da zona à sua volta. Bunau-Varilla era um francês envolvido na construção do canal sob as ordens de Ferdinand de Lesseps, o mesmo homem que comandara a construção do Canal de Suez. Esse tratado também é chamado de "O tratado que nenhum panamenho assinou", apesar de eles, mais tarde, terem concordado com seus termos (sob pressão do governo dos Estados Unidos).
Em 1903, o Senado da Colômbia negou-se a ratificar o Tratado de Hay-Herrán, que estabeleceria o arrendamento aos Estados Unidos de uma faixa de território do istmo do Panamá para construírem um canal e ter seu uso exclusivo por 100 anos. Porém, com a independência do Panamá, os Estados Unidos pagaram 25 milhões à Colômbia e em troca foi cedida a região para a construção do canal e o direito de explorá-la para sempre pelos estadunidenses. Em meados de 1975, sob muita pressão internacional, e depois de muitos anos de negociações, os Estados Unidos aceitaram entregar o canal para o Panamá em 1999.
Sociedade
Nos dias atuais, o Panamá é um país com grade taxa de desigualdade social: 30% dos habitantes vivem na pobreza, sendo 17% na pobreza extrema. 40% dos panamenhos mais pobres possuem 10% da riqueza, enquanto os 10% mais ricos têm 38,6% desta. O país sofre também com o narcotráfico, grande motivo pela qual a taxa de violência do país vem crescendo. Outro desafio para o novo presidente é a crescente taxa de violência. Nos últimos anos, o Panamá, que possui 3,3 milhões de habitantes, viu o índice de assassinatos crescer rapidamente, de 444 em 2007 para 593 em 2008. Segundo uma pesquisa disponibilizada pela agência de notícias AFP, 47% dos panamenhos apontam a insegurança como a maior preocupação “Cerca de 40% dos homicídios têm relação com o narcotráfico e as brigas entre gangues”, afirmou à AFP Rodrigo Cigarruista, vice-ministro de Segurança Pública.
Hegemonia: Estados Unidos
Como grande plano para construir sua hegemonia sobre a América, Roosevelt, adepto da política do Big Stick (grande porrete), usando um provérbio africano “fale com suavidade e tenha à mão um grande porrete", utilizava o medo para que os subjugados aceitassem sua superioridade de forças, pois dispunha de grande máquina militar para tomar o que quisesse à força, caso não houvesse cooperação. Assim conseguiu a independência do Panamá à base de ameaças, ainda que veladas, mas que já estavam mais do que explicadas.
Não é nenhuma novidade que, durante as décadas posteriores à Segunda Guerra Mundial, as relações políticas, econômicas, militares e culturais entre os EUA e a América Latina tenham se desenvolvido segundo as exigências da Guerra Fria e das novas expansões internacionais do capitalismo norte-americano. A estratégia da Diplomacia Total norte-americana para garantir os interesses privados de suas empresas corporativas ou o que supunha ser a sua segurança nacional, assumiu várias formas na América Latina, tais como: alianças com as elites locais; pressões diplomáticas; políticas de modernização e industrialização; penetração de corporações; programas culturais, universitários, científicos, sindicais e religiosos; serviços de propaganda; indústria cultural; acordos, treinamentos e intervenções militares; bloqueios econômicos; desestabilização de governos; desmoralização de partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais e correntes de opinião pública; projeção local de agências governamentais, como a CIA, o FBI, o DEA, USSS, ou a NSA ; operações terroristas; etc. Por isso, se um governo não agrada aos Estados Unidos, de alguma forma haverá uma intervenção norte-americana na tentativa de modificar a conjuntura, seja de forma mais “pacífica”, infiltrando-se nos ideais do povo, quer seja de maneira mais explícita e violenta, como invasões e guerras.
Presidentes do Panamá – Após os anos 50
Nome Datas de nascimento e falecimento Governou durante
Arnulfo Arias Madrid (* 15 de agosto de 1901, † 10 de agosto de 1988) 24 de novembro de 1949 - 9 de maio de 1951
Alcibíades Arosemena (* 20 de novembro de 1883, † 8 de abril de 1958) 9 de maio de 1951 - 1 de outubro de 1952
José Antonio Remón Cantera (* 1908, † 2 de janeiro de 1955) 1 de outubro de 1952 - 2 de janeiro de 1955
José Ramón Guizado Valdés (* 1899, † 1964) 2 de janeiro de 1955 - 29 de março de 1955
Ricardo Arias Espinosa (* 5 de abril de 1912, † março de 1993) 29 de março de 1955 - 1 de outubro de 1956
Ernesto de la Guardia (* 30 de março de 1904, † 1983) 1 de outubro de 1956 - 1 de outubro de 1960
Roberto F. Chiari (* 2 de março de 1905, † 1 de março de 1981) 1 de outubro de 1960 - 1 de outubro de 1964

Arnulfo Arias Madrid (* 15 de agosto de 1901, † 10 de agosto de 1988) 24 de novembro de 1949 - 9 de maio de 1951
Max Delvalle (* 27 de fevereiro de 1911, † 20 de dezembro de1979) 8 de abril de 1967 - 15 de abril de 1967
Marco Aurelio Robles Méndez (* 8 de novembro de 1905, † 19 de abril de 1990) 15 de abril de 1967 - 1 de outubro de 1968
Arnulfo Arias Madrid (* 15 de agosto de 1901, † 10 de agosto de 1988) 1 de outubro de 1968 - 11 de outubro de 1968
José María Pinilla³ (* 28 de novembro de 1919, † 10 de agosto de1979) 12 de outubro de 1968 - 18 de dezembro de1969
Demetrio Basilio Lakas (* 29 de agosto de 1925, † 1999) 19 de dezembro de 1969 - 11 de outubro de1978
Arístides Royo (* 14 de agosto de 1940) 11 de outubro de 1978 - 31 de julho de 1982
Ricardo de la Espriella (* 5 de setembro de 1934) 31 de julho de 1982 - 13 de fevereiro de 1984
Jorge Illueca (* 7 de setembro de 1918) 13 de fevereiro de 1984 - 11 de outubro de 1984
Nicolás Ardito Barletta (* 21 de agosto de 1938) 11 de outubro de 1984 - 28 de setembro de1985
Eric Arturo Delvalle (* 2 de fevereiro de 1937) 28 de setembro de 1985 - 26 de fevereiro de1988
Manuel Solís Palma¹ (* 3 de dezembro de 1917) 26 de fevereiro de 1988 - 1 de setembro de1989
Francisco A. Rodríguez² (* 24 de novembro de 1938) 1 de setembro de 1989 - 20 de dezembro de1989
Guillermo Endara Galimany (* 12 de maio de 1936) 20 de dezembro de 1989 - 1 de setembro de1994
Ernesto Pérez Balladares (* 29 de junho de 1946) 1 de setembro de 1994 - 1 de setembro de1999
Mireya Moscoso (* 1 de julho de 1946) 1 de setembro de 1999 - 1 de setembro de2004
Martín Torrijos Espino (* 18 de julho de 1963) 1 de setembro de 2004 - 1 de julho de 2009
Ricardo Martinelli (* 11 de março de 1952) 1 de julho de 2009 - atualidade
Principais Governantes e Fatos Políticos

Arnulfo Arias Madrid
Foi eleito pela primeira vez em 1940, quando o candidato da oposição, Ricardo J. Alfaro, desistiu. Era famoso por sua doutrina panamense, segundo a qual não aceitava a intervenção estrangeira e exaltava os valores nacionais, influenciado pelas doutrinas nacionalistas da época. Entre seus projetos, destacam-se a constituição de 1941, a criação do fundo de segurança social, a criação do Banco Agrícola Social, assim como o estímulo ao comércio, o voto das mulheres e a moeda emitida em papel através da criação de um Banco Nacional. Sua grande oposição aos Estados Unidos, às vésperas da segunda guerra mundial, dentre outros fatores internos, fez com que fosse retirado do cargo em1941, e ficasse exilado até 1945.
Voltou a candidatar-se em 1948, sendo derrotado, mas um ano depois descobriu-se um erro na contagem de votos, e portanto Arias fora o eleito. Em 24 de novembro de 1949 ele assumiu o cargo, porém foi deposto por revoltas populares e protestos, com a ajuda da Guarda Nacional, sendo condenado e tendo seus direitos políticos cassados. Entretanto ele consegue por mais uma vez eleger-se à presidência em 1968, para ser deposto 11 dias após por um golpe de estado perpetrado pelo major Boris Martínez e tenente coronel Omar Torrijos Herrera.
Em 1984, com 83 anos de idade foi o candidato presidencial da Aliança Democrática de Oposição (ADO), mas os militares, mais uma vez, vetaram sua ascensão ao poder, praticando fraudes, como roubo das urnas, falsificação de atas e o assassinato de uma pessoa, o que concedeu a vitória ao candidato do partido governista Nicolas Ardito Barletta por uma margem estreita de 1.713 votos.
Dia dos mártires
O Panamá experimentou algumas de suas crises mais delicada após os trágicos acontecimentos de 09 de janeiro de 1964, conhecido como Dia dos Mártires, que conduziram ao rompimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos da América.
Os protestos do povo panamense foram, de início, pacíficos, com o objetivo de exigir a presença e o hasteamento da bandeira panamenha no território conhecido como Zona do Canal, uma faixa de terra ao redor do Canal Panamá, que fora cedida aos Estados Unidos em perpetuidade pelo Tratado de Hay-Bunau Varilla.
Os estudantes requereram o hasteamento da bandeira do Panamá juntamente com a dos EUA na Zona do Canal, e depois de certo tempo conseguiram seu intento. Foi permitida apenas a entrada de poucos estudantes para a cerimônia, mas quando chegaram ao local do hasteamento, a permissão foi retirada e a bandeira, de significado histórico, foi rasgada, causando grande tumulto. Quando a notícia do ocorrido se espalha, uma multidão vem à fronteira do Panamá e da Zona do Canal, tentando transpassá-la. No fim do conflito, o total de mortes foram de 22 panamenses, o mais conhecido como primeiro mártir foi Arosemena e também 4 mortes de estadunidenses. Os panamenses começaram a atacar, com pedras e garrafas, os militares da zona do Canal, que utilizavam gás lacrimogêneo e armas.
Os 22 listados aqui incluem: Maritza Avila Alabarch, Ascanio Arosemena, Luis Bonilla Cobos, Jose Del Cid, Belisario Teófilo de la Torre, Gonzalo A. França, Victor M. Garibaldo, Jose Enrique Gil, Ezequiel González Meneses, Victor M. Iglesias, Rosa Elena Landecho, Carlos Renato Lara, Lara Evilio, Gustavo Lara, Ricardo Murgas Villamonte, Constance Nichols Alberto Estanislao Orobio W., Jacinto Palacios Cobos, Ovídio L. Saldana, Rodolfo Benitez Sanchez, Alberto Tejada e Oriol Celestino Villaret. Aqueles que morreram lutando do lado dos EUA incluem: Luis Jimenez Cruz, David Haupt, Gerald St. Aubin e Michael W. Rowland.
Marcos Robles
Marco Aurelio Robles Méndez (Aguadulce, Panamá, 08 de novembro de 1905 - 19 de abril de 1990 ) foi um dos mais tristemente notórios homens públicos do Panamá . Ele serviu como ministro da Justiça 1960-1964. Mais tarde, ele foi eleito presidente do Panamá a partir de 01 de outubro de 1964 até 01 de outubro de 1968.
Tinha grande influencia na classe média. No seu governo grassou uma corrupção sem precedentes no país, apoiando os líderes dos partidos tradicionais das oligarquias. Seu governo foi caracterizado repressão aos trabalhadores e às classes menos favorecidas. Ele ordenou à Guarda Nacional que protegesse as ruas com fuzis e que se atirasse para matar todos os bandidos, criminosos e assaltantes pegos em flagrante, fato que lhe deu o apelido famoso de "Rifle Marco". Em 1965 negociou um novo acordo com os Estados Unidos depois de restaurar os relacionamentos quebrados há um ano devido a distúrbios graves na Zona do Canal do Panamá.
Em abril de 1967, a Assembléia Nacional o afastou e deu posse ao vice-presidente do Max Vale . Com o apoio da Guarda Nacional voltou e permaneceu no poder até as eleições que deram a vitória a Arnulfo Arias Madrid, em Maio de 1968.
Golpe militar (11 de Outubro de 1968)
A Guarda Nacional derrubou o presidente constitucional do Panamá, Dr. Arnulfo Arias Madrid, que estava em uma sala de cinema com sua esposa Ana Matilde Liñares. Ao saber do primeiro golpe militar da história republicana do Panamá, refugiou-se na Zona do Canal sob controle militar dos EUA.
Boris Martinez e Omar Torrijos Herrera comandaram o golpe contra o presidente Arias Madrid e impuseram uma Junta Provisória, liderada pelo tenente-coronel José María Pinilla y Urrutia Bolívar.
Essa junta militar acabou por eliminar todos os direitos políticos e liberdades dos cidadãos do Panamá, revogando a Constituição de 1946 e dando início a grandes transformações na ordem política e social na República do Panamá.
Durante este tempo, houve movimentos de guerrilhas na cidade e no campo, tanto da esquerda panamenha como de simpatizantes do presidente deposto Arias Madrid. Também houve atos de guerra contra a Guarda Nacional, o fechamento de jornais e a difusão de panfletos clandestinos.
Omar Torrijos
Omar Efraín Torrijos Herrera (Santiago de Veraguas, 13 de fevereiro de 1929 – 31 de julho de 1981) nunca disputou uma eleição no Panamá, e nunca foi presidente. Ele se auto-intitulava "Lider Máximo da Revolução Panamenha" durante o final da década de 1970. O seu filho, Martín Torrijos, ganhou uma eleição presidencial em 1 de maio de 2004, assumindo o cargo em 1 de setembro de 2004. Omar Torrijos tomou o controle político do Panamá durante o golpe de 1968, promovendo um significativo desenvolvimento social das classes mais pobres, como camponeses, indígenas, profissionais, trabalhadores e classes mais baixas das cidades.
Uma liga de vários setores da sociedade baseada a sua doutrina “Torrijismo ou Torrijista", cujo ideal e maior legado foi a eliminação da Zona do Canal e a recuperação do Canal do Panamá; para isso, assinou um novo tratado com os Estados Unidos, o tratado Torrijos-Carter, que foi cumprido por ambas as partes a partir de 31 de dezembro de 1999. O governo de Torrijos foi uma ditadura, e não se pode negar a perseguição política, exílios, desaparecimentos de pessoas, prisões e torturas que aconteceram durante o seu poder. Sua morte ainda não é bem explicada, pois o acidente acidente aéreo que o vitimou é suspeito de ter sido um atentado preparado pelos “chacais” dos Estados Unidos (CIA).
Tratado Torrijos-Carter
Foram na verdade dois tratados, assinados pelo presidente dos EUA Jimmy Carter e por Omar Torrijos, líder panamense, em que tratavam sobre a soberania do canal do Panamá. O primeiro acordo foi chamado oficialmente de The Treaty Concerning the Permanent Neutrality and Operation of the Panama Canal (Tratado referente à Neutralidade Permanente e à Operação do Canal do Panamá), normalmente referido como The Neutrality Treaty (O tratado de Neutralidade). Nesse tratado, os EUA mantêm o direito permanente de defender o canal de qualquer ameaça que possa interferir com seu serviço neutro a navios de todos os países.
O segundo tratado é chamado de The Panama Canal Treaty (O tratado do Canal do Panamá). Foi este tratado que garantiu que, depois do ano 2000, o Panamá assumiria o controle total das operações do canal e seria o primeiro responsável por sua defesa.


Manuel Noriega
Foi um líder militar e presidente do Panamá, acusado de ter envolvimento com o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Dessa forma o presidente norte-americano George Bush ordenou a invasão do Panamá (Operação Justa Causa) em dezembro de 1989, com o objetivo é capturar Noriega. Esse ataque durou duas semanas e calcula-se em 3.000 baixas, na sua maioria civis das áreas mais pobres do país, e 19 militares norte-americanos.
Noriega esteve escondido na casa da sua amante Vicky Amado, até que se mudou para a Nunciatura Apostólica do Panamá em 24 de dezembro, protegido pelo Núncio Sebástian Laboa, que aparentemente o convenceu a se entregar juntamente com o chefe da sua escolta, o capitão Eliécer Gaitán.
Dia 3 de Janeiro de 1990, Noriega entregou-se ao exército americano e no dia seguinte partiu de avião com destino a Miami para lá ser julgado. Foi condenado a 30 anos de prisão pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos.
Invasão do Panamá pelos Estados Unidos
A invasão do Panamá foi uma operação militar realizada pelo exército dos Estados Unidos da América, durante a administração do presidente George H. W. Bush, em 20 de dezembro de 1989, com o objetivo de capturar o General e ditador Manuel Noriega, Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa da República do Panamá, o que fora exigido pela justiça dos EUA sob a acusação de tráfico de drogas. A operação foi denominada Operação Just Cause (Operação Justa Causa) pelo comando militar dos EUA.
A justificativa oficial dos Estados Unidos para a invasão foi articulada pelo presidente George H.W. Bush, na manhã de 20 de dezembro, poucas horas após o início da operação. O Presidente Bush listou quatro razões para a invasão:
Preservar a vida dos cidadãos norte-americanos no Panamá - Na sua declaração, Bush afirmou que Noriega havia declarado estado de guerra entre Panamá e Estados Unidos, e que também ameaçou a vida dos cerca de 35.000 cidadãos dos EUA que ali viviam. Houve numerosos confrontos entre forças dos EUA e do Panamá;
A defesa da democracia e dos direitos humanos no Panamá;
Combate ao tráfico de drogas - O Panamá havia se tornado um centro de lavagem de dinheiro e um ponto de trânsito para o tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa;
Proteger a integridade dos Tratados Torrijos-Carter - Os membros do Congresso e outros políticos americanos alegaram que o estabelecimento de Noriega ameaçou a neutralidade do Canal do Panamá e que os Estados Unidos tinham o direito, nos termos dos Tratados, de intervir militarmente para proteger o Canal do Panamá.
O Presidente da atualidade: Ricardo Martinelli
Ricardo Martinelli Berrocal, (1 de janeiro 2009), neto de uma espanhola e de um italiano, nasceu na cidade do Panamá em 11 de março de 1952. Na adolescência, cursou o ensino médio na Staunton Military Academy, em Staunton, Virgínia, Estados Unidos.
Adquiriu sua graduação em Administração de Empresas, com especialidade em Marketing, na Universidade de Arkansas, e fez mestrado em Administração de Empresas com especialidade em Finanças no INCAE, em San José, Costa Rica. Atualmente é presidente da Importadora Ricamar, da cadeia local de Supermercados 99, do Conselho de Direção da Central Açucareira La Victoria, da empresa ERA e da fábrica de plásticos Plastigol. Também é diretor de empresas como a Gold Mills do Panamá, Global Bank, Panasal S.A., Televisora Nacional do Panamá, Direct TV, Desarrollo Norte S.A., Moinho de Ouro, AVIPAC e Calox Panamenha, entre outras.
Apontado como um populista, Martinelli é um político de centro-direita e o líder do Câmbio Democrático (CD), fundado em maio de 1998 e do qual é atualmente presidente. Ele conta também com o apoio dos direitistas Partido Panameñista (PPa), Movimento Liberal Republicano Nacionalista (Molirena) e União Patriótica (UP), com os quais conformou a Aliança pela Mudança que o levou a ganhar as eleições.
Sua experiência na administração pública inclui a Direção da Caixa de Seguro Social, durante a Presidência de Ernesto Pérez Balladares (1994-1999), do governante PRD, e ministro do Canal do Panamá na administração da presidente Mireya Moscoso (1999-2004).
Ganhou as eleições de 2009 baseado no discurso de mudança democrática, expressão que dá nome ao seu partido, “cambio democrático”, prega a punição para os corruptos, melhora na infraestura e a diminuição das desigualdades sociais.
Porém, de acordo com notícias recentes, continua produzindo os mesmo valores encontrados nos governos anteriores. Apesar de sua meta de mudança, a violência continua a crescer no Panamá, assim como o narcotráfico, não modificando as políticas públicas em relação às drogas ilícitas e aos jogos de azar, porém planeja investir mais de 100 milhões em construções de penitenciarias. Obras denunciadas por ele tiveram prosseguimento e ainda flexibilização das relações trabalhistas, diminuindo ainda mais os salários, causando instabilidade, retirando ações sociais de governos anteriores, como a “Rede de Oportunidades”, mostrando-se um grande empresário da elite, aumentando as riquezas de quem já é rico, pois promete dar ainda mais vantagens, como a diminuição de impostos para quem ganha mais, e tirando dos mais pobres, promovendo uma continuidade no processo político tradicional. Mostra-se cada vez mais ligado aos Estados Unidos, promovendo abertura de espaço para bases militares, campos de pouso e influências conservadoras vindas dos EUA.
Conclusão
Podemos ver, de maneira bem clara, que a Hegemonia imposta pelos Estados Unidos ao Panamá continua em vigor. Desde sua criação, apenas as ameaças eram suficientes, como podemos ver nesse trecho: “A coerção está sempre latente, mas só é aplicada em casos marginais, anômalos. A hegemonia é suficiente para garantir o comportamento submisso da maioria das pessoas durante a maior parte do tempo. (COX, 2007)”
Quando apenas a ameaça eminente não é mais suficiente, os Estados Unidos enviam tropas para intimidar toda e qualquer resistência, como podemos ver no caso dos “mártires”. Essa hegemonia está tão presente e tão imbricada ao cotidiano político e social da maioria dos países da América latina, que nem se sente essa coerção. Se algum governo não agrada ao país que pratica a hegemonia, esse governo, de alguma forma, é extinto, seja por formas “oficiais”, como uma invasão de território, como uma muito mais discreta, mas igualmente invasiva, como golpes de estado, guerras entre partidos, etc.
O fato é que, ao concluirmos esse trabalho, conseguimos enxergar o quão forte é o poderio norte-americano em cima desses países latino-americanos, e que, todos os passos são tomados e vigiados por essa grande teia que circunda a vida econômica, política e social.
Anexo: Fotos do dia 19 de Janeiro: dia dos mártires

Capitão de a Polícia parede abordar estudantes Balboa

Alunos da zona não vão recuar

Começa a luta
Capitão da Polícia abordam estudantes Balboa



Alunos da zona não vão recuar

Ascanio Arosemena, em camisa listrada, ajuda um
menino ferido para o hospital,
minutos antes de ser morto

Referências Bibliográficas

http://inverta.org/jornal/edicao-impressa/440/internacional/ricardo-martinelli-mais-um-cachorro-do-imperio
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/446/conteudo+opera.shtml
http://www.maestravida.com/january9/january9.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_estado_en_Panamá_del_11_de_octubre_de_1968
http://www.critica.com.pa/archivo/historia/f10-37.html
http://racquellpolitica.blogspot.com/2011/06/o-panama-e-sua-historia.html
http://www.onwar.com/aced/data/papa/panamaus1989.htm
http://racquellpolitica.blogspot.com/2011/06/o-panama-e-sua-historia.html

COX, Robert W. “Gramsci, Hegemonia e Relações Internacionais: Um Ensaio sobre o Método”. In: Gramsci, Materialismo Histórico e Relações Internacionais. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2007. Organizado por Stephen Gill.
GREENFELD, Liah. Nacionalismo: cinco caminhos para a modernidade. Mem Martins, Publicações Europa-América, 1998.

Nenhum comentário:

Postar um comentário