terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Trabalho sobre o México - Antonio Alexandre Pacheco Bordalo

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé – Fafima
Curso: História





Trabalho sobre o México




Professor: Victor Tempone
Aluno: Antonio Alexandre Pacheco Bordalo
Matéria: América no Contexto Capitalista





O presidente Lázaro Cárdenas toma posse em 1934. Seu partido político governou o México durante décadas. Em 1938, ele promoveu a nacionalização das indústrias petrolíferas e elétricas, criando o Instituto Politécnico Nacional. Iniciou a reforma agrária, a distribuição gratuita de livros escolares e marcou a política mexicana até os dias atuais.
O sucessor de Cárdenas foi Manuel Ávila Camacho. Propôs criar facilidades para o investimento estrangeiro. Seu regime congelou os salários, reprimiu as greves e perseguiu os dissidentes políticos. Isso fez com que o partido do governo (PRI) traísse a herança da reforma agrária. Quem substituiu Camacho no poder da presidência, Miguel Alemán Valdés, ainda reforçou tal situação, protegendo a elite dos proprietários e latifundiários. Mesmo diante do pressuposto de que os regimes do PRI conseguiram crescimento econômico e uma certa prosperidade durante quase trinta anos após o término da Segunda Grande Guerra Mundial, a economia sofreu vários colapsos, com agitação política no final dos anos 1960.
Em 1976 e 1982 houve crises econômicas gravíssimas. Nelas o peso mexicano foi desvalorizado e até o ano 2000 era normal ocorrer a desvalorização da moeda, com recessão ao final de cada mandato presidencial, de seis em seis anos. Já a crise de 1994, atirou o país num caos econômico. Foi a mais grave recessão que o México teve em 50 anos.
Um terremoto de aproximadamente oito graus na escala Richter causou muitos prejuízos na cidade do México. Morreram entre seis mil e quinhentas pessoas a trinta mil pessoas.
Voltando à política, observa-se que com o fim da hegemonia do PRI, em 1995, o então presidente Ernesto Zedillo também se via confrontado por uma séria crise econômica. Na ocasião ocorreram manifestações na cidade do México e a presença militar em Chiapas. Isso dado ao surgimento do Exército Zapatista de Libertação Nacional, em 1994.
Zedillo promoveu reformas políticas e eleitorais, reduzindo a capacidade do PRI no poder. Após as eleições de 1988, foi criado o Instituto Federal Eleitoral (IFE), com a missão de certificar-se da lisura, da justiça e da legalidade das eleições. Ou seja, combateram-se assim as constantes fraudes eleitorais no México, praga que assolou toda a América Latina, inclusive o Brasil na época da República Velha.
No dia dois de julho de 2000 foi eleito presidente Vicente Fox Quesada. Ele era candidato presidencial do Partido da Ação Nacional (PAN) e sua vitória pôs fim à hegemonia de 71 anos do PRI na presidência.
Hoje em dia, as angústias devido às preocupações econômicas e sociais são geradas pelos baixos salários reais, precariedade dos empregos da maior parte da população, desigualdade da distribuição de renda e difícil acesso da população ameríndia à qualidade de vida.
Além do mais, o país vive em inflação, pois o governo se empenha para isso. Mas os problemas econômicos para facilitar o desenvolvimento continuam a afligir o México. No setor petrolífero e nas relações com os Estados Unidos da América há dificuldades. Inclusive, a corrupção, a violência e o narcotráfico também assolam esse pais nos anos mais recentes.
Constituição de 1917
O presidente do México é eleito pelo sufrágio universal direto para um mandato de seis anos, sem reeleição. Nessa república federativa é a Constituição de 1917 que é seguida, que rege as leis eleitorais.
Um Congresso representa o Poder Legislativo, com a eleição de duas Câmaras. Já o Senado tem 64 membros, eleitos para trabalhar durante seis anos. Há dois senadores para cada Estado e dois para o Distrito Federal.
Quinhentos deputados são eleitos por três anos. Eles vão para a Câmara. Senadores e deputados não são reeleitos. Em cada Estado um governador é eleito democraticamente para o tempo de seis anos. Já o governador do Distrito Federal é nomeado pelo presidente do México. Todos os cidadãos acima dos 18 anos podem votar, têm o direito de votar.
O Tribunal Supremo de Justiça é o mais elevado em distinção e poder no México. Ele tem 21 membros permanentes, nomeados pelo presidente. Cursos de Distrito compõem os outros corpos de justiça naquele país.
A política externa mexicana
Legalismo. Isso prevaleceu na política externa mexicana até a década de 1970. Na ocasião, o México possuía uma economia fechada, cujo paradigma de desenvolvimento seguia o pensamento no qual se valorizava a substituição de importações. Mesmo assim não se fomentava a aproximação econômica e comercial com atores externos. Era um sistema político centralizado, ficando a cargo da presidência e da Secretaria de Relações Exteriores conduzirem a política externa.
Com outra visão, o PRI (Partido Revolucionário Institucional) cultivava a tese da soberania interna e da não intervenção em prol da independência da política externa mexicana frente aos Estados Unidos.
Para o PRI, essas posturas só podem ser compreendidas tendo em vista a importância da história revolucionária mexicana e dos inúmeros desafios colocados à soberania e integridade territorial do país desde o século XIX, sobretudo por parte dos Estados Unidos, que invadiram territórios mexicanos e os anexaram como, por exemplo, a Califórnia e o Texas.
O desenvolvimento econômico e a estabilidade política eram, antes de 1970, os principais objetivos dos governos mexicanos. Não havia nesse país, ideais econômicos, políticos e estratégicos externos.
Além do mais, era arriscado ter envolvimento na política internacional devido à proximidade e dependência dos EUA. Num sistema internacional polarizado como quando na época da Guerra Fria, ficava difícil para o México se inserir na esfera internacional. Apesar disso, o México não cortou relações diplomáticas com Cuba em momento algum. Isso é sinal de independência.
Mesmo não possuindo interesses externos significativos, o México defendeu uma política externa própria no sistema interamericano. Inclusive na OEA (Organização dos Estados Americanos), havia espaço para afirmar um discurso de independência e autonomia frente aos americanos. Apesar disso, os discursos eram meramente diplomáticos, não havendo efeitos comerciais significativos.
Para se proteger das intervenções Norte-Americanas, o México divergiu dos EUA ao invocar na OEA, o direito internacional. Assim, os mexicanos quiseram valorizar o caráter de independência e autônomo de sua política externa. Tudo isso tinha consonância com a natureza revolucionária do regime.
Utilizando a tradição diplomática de aplicação dos princípios de não-intervenção, de auto determinação e de soberania, o México condenou as invasões na Guatemala em 1954, na República Dominicana (1965), além de ter rejeitado as imposições de sanções contra Cuba, não rompendo as relações diplomáticas com Havana.
Assim, a posição do México se manteve como anti-intervencionista. Mas em questões que os norte americanos consideravam cruciais, como o combate ao comunismo, os mexicanos ficaram do lado americano.
O México também se destacou no apoio ao Tratado de Proscrição de Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (1967).
A política externa mexicana é analisada com averiguações e investigações nos períodos de 1970 a 2006, correspondendo ao mandato de seis presidentes (Echeverría, Portillo, De La Madrid, Salinas de Gortari, Zedillo e Fox).
Nos últimos 40 anos houve dois grandes momentos de reorientação da política externa mexicana: forte ativismo internacional na década de 1970 e a liberalização da economia em 1982.
A partir de então o México passou a se aproximar cada vez mais dos Estados Unidos, até culminar nos seis anos de Carlos Salinas de Gortari com a implantação do NAFTA. Nesse sentido, o governo Fox e o final do processo de transição democrática representaram mais continuidades do que mudanças com essa política externa iniciada a partir da década de 1980.
Mudanças importantes ocorreram sim no governo Fox, mas argumento que elas se restringiram à aceitação definitiva da internacionalização dos direitos humanos e da promoção democrática.
Entre os anos de 1970 e 1982, o México teve o perfil de uma potência média
O México passou a ter ambições de liderança até então desconhecidos nesse país. Isso se deu no governo de Echeverría (1970 – 1976). Nesse caso, houve rompimento com o tipo de política externa mais defensiva, ficando para os mexicanos um maior ativismo internacional.
Esse novo padrão de ativismo internacional respondia a circunstâncias domésticas, mas só foi possível também devido a um sistema internacional muito mais permissivo do que aquele do começo da Guerra Fria.
Frente aos sinais mais claros de esgotamento do modelo econômico de substituição de importações, e diante de uma crise de legitimidade política do regime, decorrente do massacre de estudantes em 1968 pelo exército na Cidade do México, Echeverría recorreu ao plano internacional para tentar aplacar as crises econômica e política internas.
Na esfera política, entretanto, era necessário melhorar as relações com a esquerda e restaurar a imagem progressista e democrática do país. No confronto com os estudantes esquerdistas, essa imagem ficou desgastada.
Assim, o governo mexicano procurou aproximar-se de Cuba e do Chile de Allende. O governo buscou apaziguar os setores de esquerda, além de distrair a atenção dos problemas domésticos.
Echeverría aumentou ainda de forma ampla o número de países com os quais o México tinha relações diplomáticas e econômicas, encorajando ainda esforços que buscavam a unidade econômica latino-americana, como no caso do Sistema Econômico Latino-Americano (SELA).
Entretanto, mais importante ainda que tais iniciativas, era a proposta de uma Carta dos Direitos e Deveres Econômicos dos Estados, que seria uma contrapartida à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Tal Carta propunha uma nova ordem econômica internacional que, baseada na equidade, igualdade soberana, interdependência e cooperação, diminuiria as desigualdades do sistema internacional.
Em represália a tanta independência, o governo norte-americano resolve pôr fim ao bom relacionamento com os mexicanos e impôs uma taxa adicional de dez por cento em todas as importações e se recusou a isentar produtos mexicanos. Isso ocorreu em 1971.
Assim as grandes dificuldades econômicas do país recrudesceram. Inclusive, o modelo de substituição de importações precisava de financiamento para dar continuidade à produção de bens de capital.
A nova atitude do governo pretendia, então, diversificar a dependência do país, implementando uma política externa de diversificação nas relações internacionais mexicanas. Novos mercados eram buscados e estratégias de promoção de exportações foram desenvolvidas, enquanto aumentava a participação do governo na produção e regulação da atividade econômica.
Ou seja, havia intervenção do Estado na economia. Não havia o “laissez faire, laissez passer”. A política de diversificação da dependência, todavia, não produziu os resultados esperados e no final do governo o país vivia uma severa crise econômica. A dívida externa havia crescido, o peso mexicano tinha se desvalorizado, ocorria fuga de capitais, a balança de pagamentos tinha se deteriorado, e o investimento estrangeiro havia encolhido devido aos tons esquerdistas da política externa.
Também haviam fracassado as ambições de construir uma nova ordem econômica internacional, bem como as aspirações individuais do presidente de se tornar secretário-geral da ONU e de receber o prêmio Nobel da Paz.
Diante dos problemas financeiros, o governo de Portillo, que veio depois do governo de Echeverría, teve de aderir a um programa de austeridade econômica, promovido e gestado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Entretanto, o governo Portillo (1976-1982) logo daria continuidade à política externa ativa do governo anterior, voltada à diminuição e combate das desigualdades internacionais nos fóruns multilaterais.
A descoberta de reservas petrolíferas no país e a alta dos preços do petróleo, no final dos anos 1970, permitiu ao México manter um elevado grau de protagonismo na esfera internacional, sobretudo no entorno regional.
O governo Portillo buscou reforçar as posições de influência mexicanas frente aos países da América Central. Graças à tolerância de Jimmy Carter – presidente democrata dos EUA – foi possível ao México retomar as atividades esquerdistas. Apoiou os sandinistas na Nicarágua, rompendo relações com o regime de Somoza.
A riqueza do petróleo dava a Portillo condições de fazer frente aos Estados Unidos e se posicionar a favor dos pequenos países da América Central. Agora Portillo poderia capitalizar a necessidade norte-americana das reservas de petróleo mexicano tanto como uma moeda de barganha na política para a América Central, como um meio de aumentar os níveis de empréstimos internacionais.
Mas a péssima gestão dos fundos de petróleo e o negativo cálculo das rendas futuras do negócio, além de um endividamento grande com fontes públicas e privadas de crédito e a repolarização ideológica com a ascensão de Reagan ao poder, fizeram com que o México abandonasse o papel de líder nas crises da América Central. Seu ativismo na política externa também foi deixado de lado. A despeito do interesse continuado na região, os problemas de dependência econômica e a necessidade de reestruturar a economia forçaram o México a assumir uma postura mais alinhada com os Estados Unidos, o que significou o fim do perfil de uma política externa de potência média.
Mesmo assim, o principal empreendimento de Portillo foi encorajar a mudança política na Nicarágua e em El Salvador, num momento em que a luta de guerrilhas se alastrava pela América Central no final da década de 1970. O governo mexicano apoiou a revolução sandinista na Nicarágua e, em menor extensão, o movimento guerrilheiro em El Salvador.
O México participou pela segunda vez do Conselho de Segurança da ONU, em 1981. Isso durante o governo Portillo. Antes disso, o país só havia participado desse conselho em 1946.
Somente no governo Fox, o México voltaria a ocupar um assento de membro não permanente no Conselho de Segurança. Isso levou à sensação de tensão para a relação com os EUA. É que a posição mexicana sobre a guerra do Iraque desagradava os interesses do Tio Sam.
Anos de 1982 a 2000: liberalização econômica e aproximação com os EUA
A elite governante do México, nos anos de 1980, decidiu por um paradigma de desenvolvimento econômico e de inserção internacional do país, que efetivaram e marcaram duradouramente a política externa mexicana.
Houve uma decisão pela liberalização econômica e abertura ao mercado internacional. Isso foi implementado no governo de De La Madrid, entre os anos de 1982 e 1988, fato que pôs em marcha a reforma econômico-estrutural, com a institucionalização de uma associação econômica formal com os EUA, negociada no governo Salinas (1988-1994), com demarcação da Nafta.
Os governos subsequentes, de Zedillo (1994-2000) e de Vicente Fox (2000-2006), também mantiveram tais tendências econômicas. Eles eram do Partido de Ação Nacional (PAN).
Devido à crise motivada pela dívida externa, De La Madrid propôs um processo de liberalização econômica. Em 12 anos (de 1982 a 1994), o México mudou radicalmente sua política econômica externa e adotou uma estratégia de transformações em prol das reformas neoliberais, além de sua aproximação com os EUA e implementação do Nafta.
Em 1982, o México estava imerso numa profunda crise econômica, a mais forte pela qual o país passara desde a década de 1930, causada, entre outros fatores, por uma recessão global, pela fuga maciça de capital, por uma dívida externa sem precedentes, por uma balança de pagamentos deficitária, recorde de desemprego e inflação galopante.
A dívida externa do México tinha aumentado de US$ 4,2 bilhões em 1970 para US$ 30 bilhões em 1977 e alcançava US$ 63,7 bilhões em 1981. Durante o verão de 1982 a situação se agravou ainda mais - com a queda do preço do petróleo, as receitas da venda de tal produto caíram 50% e a dívida chegou a US$ 84 bilhões.
O jeito encontrado pelo governo mexicano foi anunciar, em 1982, que não podia cumprir seus compromissos de dívida, especialmente com os Bancos Norte-Americanos.
Tanto os EUA quanto o FMI apoiaram o governo de De La Madrid, com o objetivo que este iniciasse um processo de recuperação. Para isso, seria necessário aplicar medidas como: liberalização econômica, cortes nas despesas públicas, aceitação dos planos Baker (1985) e Brady (1990) , que promoviam o neoliberalismo.
O governo De la Madrid implementou medidas de liberalização comercial como parte desse programa de estabilização econômica, reduzindo tarifas de importação e eliminando algumas barreiras não-tarifárias com vistas a facilitar importações, na tentativa de controlar a inflação que começava a fugir do controle.
Assim, dentre os esforços que se voltavam ao ajuste macroeconômico, se inseria o processo de liberalização comercial unilateral do México e a entrada do país no GATT em 1986.
Foi impactante sobre a política externa mexicana o esgotamento do modelo de desenvolvimento econômico daquele país. Isso não se restringe ao governo de De La Madrid, mas também no governo Salinas há um aprofundamento desse esgotamento e a introdução de novas mudanças.
O Presidente Salinas, com a finalidade de reanimar a economia e de legitimar o regime do PRI, bem como seu próprio governo – abalado pelo escândalo de suspeitas de fraude eleitoral na eleição de 1988 que levou Salinas ao poder – decidiu realizar uma mudança substantiva na orientação da política exterior do México .
A crise do modelo econômico protecionista e o grave problema da dívida externa, levaram o governo mexicano a abandonar a estratégia que buscava a manutenção de um âmbito de autonomia relativa frente aos Estados Unidos em favor de uma política externa de integração do sistema produtivo mexicano com os Estados Unidos.
Enquanto no plano político o andar da carruagem levava o México gradual e lentamente à democratização, na esfera econômica a verdade era uma absoluta abertura econômica doméstica: esse descompasso interno entre a liberalização econômica e a liberação política provocou impactos intensos e significativos na política externa mexicana Isso criou contradições na forma como eram tratados aspectos econômicos e políticos no âmbito das relações internacionais do país – surgiu uma política multilateral ambivalente, marcada, de um lado, por um compromisso ativo com negociações sobre assuntos econômicos e questões tradicionais de segurança, como desarmamento, enquanto que, de outro lado, existia uma posição mais defensiva e de baixo perfil relativa à promoção da democracia, direitos humanos e aos novos temas da agenda de segurança.
Quando se faz comparação entre a política externa mexicana entre o governo atual e os governos anteriores, conclui-se que a partir da década de 1980 houve uma política externa nova. O nacionalismo revolucionário convivia com o pragmatismo econômico, causando uma contradição na maneira de tratamento dos setores políticos e econômicos da política externa.
Passou-se a considerar quesitos como a globalização econômica, a abertura do mercado, os fluxos de capital internacional. Porém, houve permanência quanto ao fato de se resistir aos novos condicionantes políticos e sociais da globalização, como, por exemplo, o surgimento de redes transnacionais de atores não-governamentais e o fortalecimento de mecanismos de promoção internacional da democracia e dos direitos humanos.
Ainda que se tenha assistido nos governos do PRI de De la Madrid, Salinas e Zedillo a uma política externa em acordo com os princípios de abertura econômica neoliberal, o mesmo não ocorria em semelhante grau no âmbito político. Vários autores lembram que se esperava alterar o modelo de desenvolvimento e o sistema econômico sem que isso afetasse a estrutura política do país (Meyer, 1996; Velasco, 1999; Rangel, 2004).
A política externa, que antes era ideológica e centrada nos ideais políticos, foi afetada pela liberalização econômica mexicana. Com isso, abandonou-se o discurso e a ideologia do nacionalismo revolucionário, promovidos pela revolução de 1917. Chegara a hora e a vez de se aceitar princípios do livre-comércio e da cooperação institucionalizada com os Estados Unidos. Disso resultou uma ativa política econômica multilateral e uma maior aproximação com os países desenvolvidos, que culminaram no ingresso do México na OCDE , em 1994.
O ceticismo e a oposição do México a respeito do emprego de instituições multilaterais com propósitos políticos, constituiu-se num modo encontrado pelo país para fazer face ao sistema internacional durante a Guerra Fria. Isso se deu para evitar uma maior vigilância externa do processo de transição política doméstica.
Entretanto, para controlar as crescentes críticas externas, para manter a boa imagem internacional do país e, além disso, para lidar com um contexto de maior diversidade e oposição políticas domésticas, o governo Zedillo, e mesmo antes dele, o governo Salinas, em menor grau, tiveram de relutantemente começar a aceitar as questões da democracia e direitos humanos na agenda de política externa do país.
A democracia e os direitos humanos se tornaram uma bandeira da política externa mexicana. Inclusive, Fox iniciou uma política externa inédita: sua mudança não foi ocasionada pelos palanques e disputas eleitorais de 2000, mas ocorreu num processo de mudança qualitativa. A mudança da política externa já estava em operação bem antes da chegada do PAN à presidência. Foi na década de 1980 que ocorreu a maior fissura política e econômica daquele país.
É que a ascensão do candidato do PAN à presidência permitiu encerrar o ciclo de reticências e ambigüidades quanto à nova agenda política do pós Guerra Fria, concluindo a abertura da agenda internacional do país à promoção da democracia e direitos humanos, que já havia começado nos governos anteriores, como resultado de pressões domésticas e internacionais.
Vicente Fox (2000 a 2006)
Na década de 1980, uma grande onda democrática chegou às praias dos países da América Latina e o México se juntou a esse novo movimento relativamente cedo, via promoção de uma reforma eleitoral liberalizante, em 1977.
No entanto, a demorada transição democrática, que levou mais de duas décadas em muitas nações latinas, prolongou a democratização. Porém, alguns países latino-americanos entraram na década de 1990 já como governos democráticos.
No México os processos de crescimento eleitoral da oposição e de abandono do controle autoritário sob as instituições eleitorais pelo PRI estavam em gestação desde o início da década de 1980, mas foi só no final do decênio, sobretudo depois das eleições de 1988, que eles se aceleraram, até culminarem no governo Zedillo, nas reformas eleitorais definitivas de 1996 e na perda da maioria de cadeiras do PRI na Câmara dos Deputados em 1997.
Vicente Fox não foi o iniciador da mudança política do país. Foi, tendo como parâmetro o longo processo de transição democrática no México, o resultado da mudança política, representando o momento de alternância do poder no México.
A chegada de Fox à presidência é o resultado acumulado de um longo processo de mudanças políticas prévias e também de transformações profundas, como no plano econômico, que o país vinha sofrendo desde a década de 1980, a partir dos governos dos presidentes De la Madrid (1982-1988), Salinas (1988-1994) e Zedillo (1994-2000).
Apesar do fato de a eleição para presidente do México, no ano 2000, ter marcado como um substancial ponto de inflexão no demorado processo de democratização no regime, o resultado dessa eleição não significou o início da democratização política no México.
A vitória de Fox só foi possível graças a importantes mudanças prévias nas relações entre o Estado e sociedade e graças, ainda, a importantes reformas institucionais anteriores, sobretudo no plano eleitoral.
É um mito dizer que grandes mudanças na política externa mexicana começaram a ocorrer depois do ano 2000, apesar de o discurso oficial das autoridades do PAN insistirem nessa afirmação.
A consolidação do processo de democratização do México levou, de fato, a uma expansão da agenda internacional do país e à inclusão de novas prioridades nas relações internacionais do México, mas se observam marcantes continuidades com a política externa dos governos anteriores – comércio e finanças continuaram a ser temas centrais da agenda do país, o que demonstra a centralidade da dimensão econômica nas relações internacionais do país e a relação bilateral com os Estados Unidos se intensificou ainda mais, enquanto que o distanciamento do país frente à América Latina foi ainda mais ampliado, padrão em curso desde a década de 1990.
Houve proliferação de novos atores governamentais e não-governamentais para influenciar a política externa, mas mesmo com a agitação interna, a tomada de decisões permaneceu centralizada no Executivo. Foram mantidos os mesmos padrões de burocratização política, com centralização na Secretaria de Relações Exteriores. Isso se deu desde a liberação econômica.
O governo Fox atribuiu à política externa um papel mais importante dentro da lógica do processo de consolidação da democracia. No Plano Nacional de Desenvolvimento (2000 – 2006), ele anunciou que a política externa teria papel central e primordial no novo projeto de governo.
Além disso, as reformas democráticas internas seriam ancoradas, sustentadas e apoiadas na efetivação de compromissos com os instrumentos internacionais de defesa dos direitos humanos e de promoção da democracia.
Assim, a política externa que nos governos anteriores tinha possuído a função de garantir a estabilidade e unidade nacional, sendo válvula de escape para as pressões nacionalistas, ganhava agora novas funções e não mais precisava se apoiar na defesa de intenções como a não-intervenção para proteger de discursos agressivos ou críticos externos um sistema político que até então havia sido autoritário.
A posição tradicional do México frente a Cuba também sofreu alterações com essa ênfase nos direitos humanos e democracia: apesar do custo do conflito diplomático com Cuba e dos desacordos e tensões domésticas com os partidos de oposição no Congresso, o governo mexicano votou em 2002, 2003, 2004 e 2005 a favor de resoluções na Comissão de Direitos Humanos da ONU que solicitavam ao governo de Cuba permitir a visita de um relator especial para analisar a situação dos direitos humanos naquele país. Os governos anteriores do PRI haviam tradicionalmente se abstido em votações desse tipo referentes a Cuba.
Por fim, uma análise, ainda que breve, como a que se propõe aqui sobre a política externa foxista, não estaria completa sem uma rápida apreciação de seus sucessos e fracassos diante dos objetivos enunciados pelo governo.
Como disse o secretário de relações exteriores do México, nos anos de 2000 a 2006, dois eixos norteariam a política externa: maior aproximação com os Estados Unidos e maior presença em fóruns internacionais, com o objetivo de colocar o país no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Buscava-se assim aprofundar o NAFTA, executar acordo migratório com os EUA e lutar contra as drogas. Fox buscou estabelecer uma relação estratégica profunda e estreita com a América do Norte, propondo a seus sócios de integração regional aproximar o esquema original do NAFTA ao modelo europeu de integração.
Isso se realizaria através de adoção de mecanismos de financiamento ao desenvolvimento do México e da flexibilização dos controles de migração para a regularização gradual do mercado de trabalho entre os três países: EUA, México e Canadá.
O aprofundamento da integração era visto como uma porta de acesso ao resto do mundo e também faria do México o elo indispensável entre o Norte e o Sul no processo de integração das Américas. Todavia, a recepção dos parceiros regionais foi fria, e o processo de integração se aprofundou de fato apenas em aspectos de segurança ligados, sobretudo, com controle fronteiriço, combate ao terrorismo e troca de informações entre agências de segurança.
A ASPAN (Aliança para a Segurança e Prosperidade da América do Norte), firmada entre os três sócios do NAFTA em 2005, condensa as preocupações da agenda de segurança nacional norte-americana à qual o México teve que se adequar; a aliança é um compromisso dos três países para fechar as fronteiras da região ao terrorismo, crime organizado, drogas, tráfico de pessoas e contrabando.
A expectativa de construção de uma relação estratégica com os Estados Unidos foi afetada negativamente pelo impacto dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 e por uma série de incidentes e desentendimentos diplomáticos que ocorreram desde o final de 2001 entre os dois países, como, por exemplo, a demora do México em manifestar apoio aos EUA em face da luta contra o terror após os atentados e, ainda, a posição mexicana no Conselho de Segurança, em 2003, contrária à invasão do Iraque. Isso significa que o México teima, contra todas as contrariedades políticas e econômicas, em ser uma nação independente.
O governo Fox queria fazer reformas no sistema migratório entre México e EUA, porém os ataques terroristas de 11 de setembro acabaram com qualquer perspectiva de sucesso dessa estratégia, já que na guerra global contra o terrorismo, a fronteira do México passou a interessar ao governo norte-americano pela perspectiva da segurança e não da mobilidade de mão-de-obra e da legalização dos trabalhadores mexicanos não-documentados em solo norte-americano.
A agenda de segurança bilateral, focada até 2001 no narcotráfico, passou a ter como centro o terrorismo e o controle fronteiriço; a imigração se tornou uma questão de segurança nacional nos Estados Unidos, o que impossibilitou o avanço da proposta mexicana quanto à imigração, batizada pelo governo Fox de encillada completa. Em vez de um acordo migratório abrangente, o que se viu de fato foi a construção de um muro na fronteira entre os dois países e o aparecimento do Minutemen Civil Defense Corps .
Sem ser do jeito que agradaria ao regime mexicano, houve uma maior aproximação entre EUA e México. É que o México queria um aprofundamento do NAFTA, segundo os padrões europeus, com um acordo migratório abrangente.
Apesar do clima festivo entre Bush e Fox, os temas de segurança nacional do governo de Washington dominaram a agenda bilateral e o NAFTA restringiu-se à situação fronteiriça de inteligência (2002). Uma vitória mexicana que vale assinalar, porém, foi a suspensão, em 2002, do processo de certificação da luta contra as drogas pelo Congresso norte-americano para o caso mexicano.
No governo de Vicente Fox assistiu-se ao afastamento gradual do México de uma relação mais próxima com os países latino-americanos, devido à ampliação da relação com os EUA, na década de 1990.
O próprio abandono do termo América Latina em favor de América do Sul parece sintomático desse processo. Nesse sentido, as dinâmicas hemisféricas cada vez mais se concentram em dois pólos: América do Norte e América do Sul, divisão essa que não fazia sentido nenhum antes da entrada em vigor do NAFTA.
Antes um ator chave nas agendas políticas latino-americanas, como quando da sua atuação no grupo Contadora, por exemplo, o país distanciou-se progressivamente da América do Sul em especial, visto que mantém ainda fortes interesses na América Central, como manifestado no Plano Plueba-Panamá .
Muitos países latino-americanos consideram as posições mexicanas muito próximas das defendidas pelos Estados Unidos. Apesar de o discurso oficial referir-se à importância da América Latina para o México, boa parte do prestígio que esse país gozava na região no passado não existe mais.
As crises reiteradas com Cuba durante o governo Fox em decorrência do voto mexicano referente à situação dos direitos humanos na ilha, bem como as crises com a Argentina, durante a Quarta Cúpula das Américas, em 2005, e em seguida com a Venezuela de Chávez, que resultou da saída desse país do G-3 (acordo de livre-comércio entre México, Colômbia e Venezuela) reafirmaram em boa medida a imagem de que o México estaria alinhado antes com os interesses norte-americanos.
Isso gerou desconfianças na região, sobretudo do Brasil. Os presidentes mexicanos continuarão sempre a viajar para o Sul, mas é a relação com o Norte que de fato estruturará a diplomacia mexicana.
As afinidades culturais com a América Latina e o desejo sempre presente nos discursos oficiais de diminuir a dependência frente aos Estados Unidos – em boa medida herança do nacionalismo revolucionário – permeiam a política externa mexicana, mas há poucos motivos para se acreditar que as relações entre o México e a América do Sul, em especial, assistirão a um aprofundamento.
Recordando as substanciais mudanças ocorridas na política externa da década de 1980, observa-se que elementos tradicionais convivem com elementos mais novos nas relações internacionais mexicanas.
A linguagem e o discurso nacionalista dos princípios da política exterior, em especial, têm ainda grande peso e são constantemente mobilizados tanto pelo governo quanto por partidos políticos de oposição e outros atores sociais.
Entretanto, houve enfraquecimento da tradição diplomática que defendia os princípios de autodeterminação, de soberania interna e de não-intervenção.
Mesmo no governo Fox, que adotou a democracia e os direitos humanos como prioridade da política externa, persistem reservas quanto a casos de intervenção humanitária e participação em operações de manutenção de paz.
O artigo 89 da Constituição dos Estados Unidos Mexicanos lista os princípios tradicionais da política externa mexicana, quais sejam: a autodeterminação dos povos, a não-intervenção, a solução pacífica de controvérsias, a proscrição da ameaça e do uso da força nas relações internacionais, a igualdade jurídica dos Estados, a cooperação internacional para o desenvolvimento, e a luta pela paz e segurança internacionais.
Mario Ojeda Gomes (2006) argumenta que, após a Segunda Guerra, surgiu entre o México e os Estados Unidos uma regra tácita, um “acordo para discordar”, segundo o qual o México discordava dos Estados Unidos em questões fundamentais para o México, mas não necessariamente importantes para o governo norte-americano, enquanto cooperava em questões essenciais para os Estados Unidos que implicavam poucas vantagens para o México.
Esse acordo tácito só pode ser explicado pelo interesse norte-americano em assegurar a estabilidade do México – os Estados Unidos compreendiam que boa parte dos desacordos e posturas mais críticas do governo mexicano se destinava ao “consumo interno”.
Eram orientados para apaziguar grupos domésticos mais à esquerda com o discurso da independência e autonomia da política externa. Esse mesmo interesse pela estabilidade doméstica mexicana explica ainda a ausência de críticas fortes do governo norte-americano ao México, dado ao temor de que isso pudesse ser interpretado como uma forma de intervencionismo, o que poderia causar distúrbios no país vizinho.
Um exemplo claro do silêncio dos Estados Unidos frente ao México ocorria na questão da democracia, já que interessava mais um regime autoritário estável comprometido com a luta contra o comunismo – e depois com as reformas neoliberais – do que um regime democrático instável. Em 1988, por exemplo, quando ficou claro que mais democracia no México significaria a vitória do partido de esquerda PRD, o governo norte-americano não hesitou em aplaudir a vitória controversa de Salinas, do PRI, comprometido com as reformas neoliberais.
É interessante notar a origem dos vetores transformadores da política externa nesses dois momentos. Enquanto em 1970 a mudança ocorre em decorrência de pressões políticas e econômicas domésticas, em 1982 a natureza das pressões é essencialmente externa e de ordem econômica.
O movimento estudantil e outros grupos sociais exigiam um sistema político mais democrático e aberto. O governo mexicano se opôs, por exemplo, a uma série de medidas que a OEA (Organização dos Estados Americanos) tomou com a finalidade de promover e defender a democracia no hemisfério, dentre as quais se destacam o “Compromisso de Santiago com a democracia e a renovação do sistema interamericano”. Este buscava estabelecer os mecanismos de atuação da OEA no caso de golpe de Estado ou outra forma de interrupção da democracia num de seus membros, e a Resolução 1080 de 1991, que estabelece mecanismos para a adoção de medidas a respeito de ameaças contra a democracia no Hemisfério.
O governo mexicano recusou-se a aceitar a nova agenda de segurança do pós-Guerra Fria, que insinuava o uso da força militar, em último caso, em questões como narcotráfico, direitos humanos, devastação ambiental e democracia.
Ainda que o tema dos direitos humanos e da democracia não seja novo na política externa mexicana, já que nos governos Salinas e Zedillo foram feitas concessões na temática, como a aceitação da presença de observadores eleitorais internacionais e mesmo de uma cláusula democrática no acordo comercial com a União Européia, é preciso lembrar que nesses casos as mudanças na posição do governo foram causadas por pressões internacionais, como a da rede transnacional de direitos humanos
A mudança qualitativa da política externa do governo Fox foi a de ter inserido esses assuntos de forma espontânea como prioridades da agenda internacional mexicana. O México foi o único país latino-americano que se recusou a romper relações diplomáticas com Cuba durante a Guerra Fria, e teve tradicionalmente uma postura simpática com o regime de Fidel.  
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