sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Literatura Como Missão. Tensões sociais e Criação Cultural. A Inserção Compulsória do Brasil na Belle Époque de Nicolau Sevcenko.

Capitulo I do livro do brasileiro, filhos de russos, Nicolau Sevcenko. Professor de História da Universidade de São Paulo.
Em sua primeira parte é destacado que o início da república é marcado pó sucessivas crises e que uma filtragem dos elementos não necessários ao novo regime foi realizada. A sociedade experimentava uma corrida especulativa em busca da “caça ao ouro”.
A cidade do Rio de Janeiro como centro político do Pais é relatada pelo autor como o centro de comércio e finanças, além das recentes aplicações industriais. Uma febre de consumo se estabeleceu na cidade, todos voltados e o grande contato com cidades de todo o mundo. E foi a partir de 1898 que a cidade começa a deixar seu aspecto de colônia e abre o caminho para a substituição das elites, trazendo um conceito de moderno, similar as cidades européias. O grande marco desta virada é a construção da Avenida Central em 1904, onde o velho é substituído pelo novo. O autor relata as mudanças nas construções, a troca do mestre de obras pelo arquiteto, das vestimentas pretas e cartolas, pelo colorido e pelo chapéu de palha, da preguiça pelo espírito de trabalho. Daí surge a consciência de duas realidades a sociedade rural e a urbana. A sociedade urbana repudia todas as manifestações populares que chegam a ser perseguidas até pela polícia como os camelôs e barracas no cento, as festas populares de Judas e Bumba meu boi, candomblé e jogo do bicho. As fantasias de carnaval são censuradas proibindo-se fantasias como as de índio e cobra viva. Os mendigos, esmoleres, pedintes, indigentes, ébrios, prostitutas e outros marginais são expulsos da área central da cidade.
Oportunamente o autor compara o período da independência, onde a valorização do índio e do caboclo foi exaltada. Com a república onde todos queriam ser estrangeiros. Para situar o leitor no tempo Nicolau relata a existência da Liga Contra o Feio em 1908 e a Lia da Defesa Estética de 1915, lideradas por Luis Edmundo e Coelho Netto respectivamente. As relações sociais passam a se medidas pelos padrões econômicos na nova ordem da sociedade carioca. Não faltam relatos de falta de solidariedade e de conduta moral.

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